Lembremos
São João Damasceno, um santo Padre e Doutor da Igreja de Cristo. Nasceu em 675,
em Damasco (Síria), num período em que o Cristianismo tinha uma certa
liberdade, tanto assim que o pai de João era muito cristão e amigo dos
Sarracenos, os quais, naquela época, eram senhores do país. Essa estima
estendia-se também ao filho. Os raros talentos e méritos deste levaram o Califa
a distingui-lo com a sua confiança e nomeá-lo prefeito (mansur) de Damasco.
João Damasceno, ainda jovem e ajudante, gozava de muitos
privilégios financeiros do pai, mas, ao crescer no amor ao Cristo pobre, deu
atenção à Palavra que mostra a dificuldade dos ricos (apegados) para entrarem
no Reino dos Céus. Assim, num impulso para a santidade, renunciou a todos os
bens e os deu aos pobres, concedeu liberdade aos servos e fez uma peregrinação
a pé pela Palestina. Preferiu São João uma vida de maus tratos ao se entregar
às “delícias venenosas” do pecado.
Retirou-se para um convento de São Sabas, perto de Jerusalém, e
passou a viver na humildade, caridade e alegria. Ordenado sacerdote, aceitou o
cargo de pregador titular na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém.
Uma herança, proveniente da tradição do Antigo Testamento,
proibia toda e qualquer reprodução da imagem de Deus, sendo assim condenavam o
uso de imagens nas Igrejas. O imperador bizantino Leão Isáurico empreendeu uma
guerra contra o culto das imagens sagradas. Sendo assim, a pedido do Papa
Gregório III, João Damasceno assumiu o papel de defensor das imagens, travando
uma luta contra os iconoclastas. Sua principal arma era a teologia, e sua
principal tese foi um dos fundamentos da fé cristã: a Encarnação. Bento XVI, em
sua catequese, na Audiência geral de 6 de maio de 2009, recordou: “João
Damasceno foi o primeiro a fazer a distinção, no culto público e privado dos
cristãos, entre a adoração e a veneração: a primeira pode ser dirigida somente
a Deus; a segunda pode ser utilizada como imagem para se dirigir a uma pessoa à
qual presta culto”.
Escreveu
inúmeras obras tratando de vários assuntos sobre teologia, dogmática,
apologética e outros campos que fizeram de São João digno do título de Doutor
da Igreja, declarado por Leão XIII, em 1890. Recebeu o apelido de “São Tomás do
Oriente”, por sua contribuição dada à Igreja Oriental. Sua principal obra foi a “De Fide orthodoxa”, que enfatiza o pensamento
da Patrística grega e as decisões doutrinais dos Concílios da época, sendo
também um ponto de referência essencial para a teologia católica como para a
ortodoxa.
Certa vez, os hereges prenderam São João e cortaram-lhe a mão
direita a fim de não mais escrever, mas, por intervenção de Nossa Senhora, foi
curado. Seu amor a Mãe de Jesus foi tão concreto, que foi São João quem tornou
presente a doutrina sobre a Imaculada Conceição, Maternidade divina, Virgindade
perpétua e Assunção de corpo e alma de Maria.
Este filho predileto da Mãe faleceu no dia 4 de dezembro de 749,
no mosteiro de São Sebas, na Palestina.
São João
Damasceno, rogai por nós!
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