Guilherme de Grimoard, nasceu em 1310, no castelo de Grisac, nas Cevenas, França. Seu pai era Guilherme, um cavaleiro, e sua mãe era Anfelisa de Montferrand. Desde a infância, mostrou-se hostil a toda frivolidade. Sua mãe, vendo-o fugir dos jogos próprios da sua idade, recolhendo-se à capela dizia: “Eu não o compreendo; mas, enfim, basta que Deus o compreenda”.
Após ter estudado em Montpellier e em
Tolosa, entrou na abadia beneditina de Chirac, próxima de Mende; proferiu os
votos no convento de São Vítor de Marselha e, em seguida, entrou na Congregação
de Cluny. Formou-se em Direito Canônico em outubro de 1342; ensinou nas
Universidades de Toulouse, Montpellier, Paris e Avignon; exerceu as funções de
Vigário Geral em Clermon e Uzés; foi nomeado Abade de S. Germano de Auxerre em
13 de fevereiro de 1352 e, no dia 26 de julho do mesmo ano, Clemente VI
nomeou-o Legado Pontifício na Lombardia. Mais tarde, sendo Abade de São Vítor
de Marselha, foi encarregado da mesma missão no reino de Nápoles, por Inocêncio
VI.
Os Papas residiam em Avignon, cidade
na França, mas já pensavam em voltar para Roma; para preparar esse regresso,
Guilherme desenvolvia grande atividade diplomática na Itália. Nos fins de 1362,
sucedeu a Inocêncio VI, com o nome de Urbano V, sendo um dos sete Papas que, de
1309 a 1377, residiram em Avignon. O seu Pontificado assinalou-se pelo envio de
missionários para as Índias, a China e a Lituânia; pela pregação de uma nova
cruzada; pelo apoio que deu aos estudos eclesiásticos, e por diversas reformas
que levou a efeito na administração da Igreja. Depois de renovar a excomunhão
pronunciada por Inocêncio VI contra Pedro IV, rei de Castela, assassino de sua
mulher e polígamo, autorizou Henrique de Trastâmara, seu irmão, a destroná-lo.
Convidou ao mesmo tempo Du Guesclin e as suas “companhias brancas” a
prestar-lhe auxílio, assegurando assim o êxito dessa revolução dinástica.
Em 1367, Urbano V entendeu que tinha
chegado o momento de regressar a Roma. No dia 19 de maio, embarcou em Marselha,
acompanhado de vinte e quatro embarcações; no dia 3 de junho, desembarcou em
Corneto e em 16 de outubro fez a entrada triunfal na Cidade Eterna. Não
conseguiu, porém, manter-se, apesar dos protestos de Santa Brígida, que lhe
previu morte próxima se voltasse. Mas voltou no dia 26 de setembro de 1370,
regressando a Avignon, onde morreu em 19 de dezembro de 1370, revestido do
hábito beneditino. Tempos antes, tinha-se mudado para casa de seu irmão, por
não desejar acabar a vida num palácio. Por sua ordem, as portas dessa casa mantinham-se
abertas, a fim de que todos pudessem entrar livremente e ver “como morre um
Papa”.
A causa de sua beatificação se deu
por intermédio de Papa Gregório XI. Milagres foram atribuídos por Urbano V e
suas virtudes foram documentadas. O cisma ocidental fez com que a causa de
beatificação ficasse suspensa, mas foi reativada séculos mais tarde, e em 10 de
março de 1870, Papa Urbano V foi beatificado. Sua festa é celebrada no dia 19
de dezembro.
Beato Urbano V, rogai por nós!
Fonte: Canção Nova Notícias
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