A emoção da comunidade do Vatican News e de todos os departamentos que compõem o Dicastério para a Comunicação que foram recebidos pelo Papa em audiência por ocasião de sua Plenária. De Francisco, ouviram o encorajamento a arriscar, mas sempre imbuídos dos valores cristãos.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
O último compromisso da manhã deste sábado (12/11)
para o Papa foi com o Dicastério para a Comunicação e, portanto, com toda a
comunidade que compõe o Vatican News.
A ocasião foi a Plenária do Dicastério, que se
conclui neste 12 de novembro sobre o tema “Sínodo e comunicação: um percurso a
desenvolver”. E a sinodalidade foi o centro do discurso que o Pontífice
entregou ao prefeito, Dr. Paolo Ruffini, preferindo dirigir algumas palavras de
modo espontâneo.
Francisco ressaltou que a comunicação é conexão
humana, não é "filosofia do alto-falante", ou um papagaio que só vai:
deve ter dois caminhos, ida e volta. E ainda é diálogo, movimento e um desafio,
pois deve ter como base uma inquietação comunicativa.
"O
comunicador deve sempre arriscar! Comunicação é movimento criativo e com
os nossos valores! Não é rezar a novena, mas arriscar com valores
cristãos."
Já no discurso entregue, Francisco reiterou que o Sínodo não é
um simples exercício de comunicação, nem mesmo a tentativa de repensar a Igreja
com a lógica das maiorias e das minorias que devem chegar a um acordo. “Este
tipo de visão é mundana”, alertou o Papa, afirmando que a essência do percurso
sinonal é ouvir, entender e colocar em prática a vontade de Deus.
“Sem o
caminhar juntos, podemos nos tornar simplesmente uma instituição religiosa, que
porém perdeu a capacidade de fazer resplandecer a luz da mensagem do Mestre,
perdeu a capacidade de levar sabor às vicissitudes do mundo.” A reflexão sobre
a sinodalidade, explica o Papa, tem a intenção de fazer emergir com força algo
que, de maneira implícita, a Igreja sempre acreditou. E a contribuição da
comunicação é justamente tornar possível esta dimensão de comunhão, a
capacidade relacional, a vocação aos elos. Francisco definiu a comunicação o
“artesanato das relações”, em que a voz de Deus ressoa, favorecendo a
proximidade, dando voz a quem é excluído.
Combater
calúnias, violências verbais e fundamentalismos
Nesta
perspectiva, Francisco indicou três pontos a serem refletidos. A primeira
tarefa da comunicação é tornar as pessoas menos sós. Se a comunicação não tem
esta capacidade, se trata somente de entretenimento. Depois, é preciso dar voz
a quem não a tem, consciente de que a tarefa da Igreja é estar com os últimos e
seu “habitat natural” são as periferias existenciais, situações de
marginalidade devido a falências familiares ou pessoais. “Jesus nunca ignorou
os ‘irregulares’ de qualquer gênero.” Por fim, o terceiro desafio é educar para
a “fadiga do comunicar”, isto é, para o natural dissenso e divergência dos
interlocutores:
“A comunicação deve tornar
possível também a diversidade de visões, buscando sempre, todavia, preservar a
unidade e a verdade, e combatendo calúnias, violências verbais, personalismos e
fundamentalismos que, com a desculpa de serem fiéis à verdade, espalham somente
divisão e discórdia. Se ceder a essas degenerações, a comunicação, ao invés de
fazer tanto bem, acaba por fazer muito mal.”
O Papa
concluiu encorajando os membros do Dicastério a irem avante de maneira firme e
profética. “Servir a Igreja significa ser confiáveis e também corajosos em
ousar novos caminhos. Neste sentido, sejam sempre confiáveis e corajosos.”
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