sexta-feira, 7 de outubro de 2022

VÁRZEA, QUE É ALEGRE, CHOROU AO DESPEDIR-SE DE MONSENHOR MOTA

 


“Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar” (Cântico das criaturas – São Francisco de Assis). O relógio indicava 7h10min, quando naquela terça-feira, quatro de outubro, a irmã morte veio ao encontro do Monsenhor José Mota Mendes. Era um dos sacerdotes mais antigos da Diocese de Crato. Faria 82 anos no próximo dia 29 de outubro, dos quais 54 foram devotados ao ministério presbiteral, especialmente na cidade de Várzea Alegre, onde atuava desde 1968.  .

Monsenhor Mota, como era carinhosamente chamado, faleceu em Fortaleza, onde estava internado desde o mês de março. O seu féretro permaneceu junto à família durante o dia 4, e na quarta-feira, foi transladado para Várzea Alegre, um dos desejos do sacerdote. Era por volta de meio-dia quando o corpo de Monsenhor José Mota à freguesia de São Raimundo Nonato. Trazido no carro de bombeiros, seguiu pelas ruas da cidade, até a Igreja Matriz, para ser velado. Durante todo o dia, filas de pessoas se formavam ao redor do caixão.

Na entrada da cidade, bandeiras a meio mastro sinalizavam o luto de um povo que chorava a morte daquele que fora seu pároco por mais de meio século. No cair da tarde de quinta-feira, dia 6, centenas de pessoas se concentraram no largo da Matriz, para a Missa exequial. Embora choros, traziam consigo a lembrança do novenários ao padroeiro, ali celebrados, onde tantas vezes ouviram bradar a imponente voz do Padre Mota ao dar vivas a São Raimundo.

O caixão foi carregado pelos sacerdotes, seguindo a fórmula própria das exéquias de um presbítero. Os padres seguiam, em cortejo, trajando estola roxa, sinal de penitência. No altar, elevaram o sacrifício da Missa em sufrágio do irmão no sacerdócio, sob a presidência por Dom Magnus Henrique. Na homilia, o bispo diocesano recordou o exemplo de vida doada que marcou o Monsenhor Mota.

“Ele [Padre Mota] parte desta vida cumprindo a fidelidade a Deus, e ao mesmo tempo ofereceu seu suor e suas mãos laboriosas, um coração que fez muito se saciarem do banquete dos anjos e dos santos. Pela mesma Eucaristia celebrada, o sacerdote antecipava a força da ressurreição que agora rogamos para o mesmo, um repouso fruto da vivência terrena já em Deus”. E completou: “A Diocese de Crato, o povo de Várzea Alegre agradece a vida aqui consumida, como a chama das velas que agora circulam o seu esquife. Obrigada Monsenhor Mota!”, disse Dom Magnus.

O seminarista André Luiz, foi enviado ao seminário pelo Padre Mota. Nele, o jovem varzeaalegrense encontrou e encontra o modelo de sacerdote que deseja seguir.

“Infelizmente a presença física dele não será mais possível, porém eu tenho certeza que a sua amizade não se apartará de mim, assim como sua lembrança viva permanecerá viva em meu coração. E que ele vai estar em meu ministério não de uma forma presente, como outros já tiveram a graça, de uma forma física, mas seu testemunho, seu modelo de vida, eu posso dizer com segurança, um modelo de Padre mais forte que eu tenho na minha cabeça, é o modelo de Monsenhor Mota”, contou emocionado.

Padre Mota foi sepultado na Matriz de São Raimundo Nonato, onde tantas vezes celebrou os sacramentos. No translado para o túmulo, entre choros e aplausos, a multidão pressente entoava o hino do padroeiro. Fazendo-se cumprir os últimos desejos do sacerdote, sob o seu caixão foi colocado o quadro de Dom Vicente de Araújo Matos, 3º bispo de Crato, e que ordenou o padre Mota.

Por Jornalista Mychelle Santos / Assessoria de Comunicação


Fonte:    https://www.blogger.com/blog/post/edit/3380542215045414755/1983761721894346177

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