Francisco
participou da conclusão dos trabalhos da Cúpula Internacional do Esporte no
final da tarde desta sexta-feira (30), no Vaticano. Em discurso, enalteceu que
o esporte precisa ser uma casa aberta e acolhedora para todos, gerando
comunidade, e não correndo o risco de cair na lógica da 'máquina do business,
do lucro, de uma espetacularidade consumista". O esporte "é um bem
educativo e social e deve permanecer assim".
Vaticano recebe
grandes nomes do esporte para assinar Declaração do Esporte para Todos
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco entrou em campo no final da tarde
desta sexta-feira (30). Entre as quatro linhas da Sala Paulo VI, o jogo foi
vivido com "espírito amador", como o Pontífice gosta sempre de
salientar, entre atletas, dirigentes e autoridades esportivas de 40 países que
formavam um grande time para encerrar as atividades de dois dias da Cúpula
Internacional do Esporte realizada no Vaticano.
"Vocês são movidos por uma nobre motivação: a
de se comprometer com a promoção de um esporte que seja para todos, que seja
'coeso', 'acessível' e 'adaptável para todas as pessoas'. Um grande
compromisso, sem dúvida, um desafio que ninguém é capaz de realizar sozinho.
Mas vocês sabes muito bem que para atingir objetivos altos, árduos e difíceis -
altius, citius, fortius - é preciso jogar em equipe, é preciso se unir,
communiter."
O esporte resgata a dignidade
Em discurso, o Papa lembrou que "a Igreja está
próxima ao esporte porque acredita no jogo e na atividade esportiva como um
lugar de encontro entre as pessoas, de formação de valores e de
fraternidade", "um gerador de comunidade" e "um símbolo de
unidade", integração, coesão e mensagem de concórdia e paz:
"Hoje temos grande necessidade de uma
pedagogia de paz, de fomentar uma cultura de paz, a partir das relações
interpessoais diárias até chegar àquelas entre os povos e as nações. Se o mundo
do esporte transmite unidade e coesão, pode se tornar um aliado formidável na
construção da paz."
Francisco, então, volta a solicitar a participação
dos atletas de alto rendimento que são pontos de referência aos mais jovens
para ajudar a combater a cultura do descarte, através da responsabilidade
educativa e social. Afinal, acrescenta o Pontífice, a prática do esporte
orientada para a educação pode ajudar a "resgatar a dignidade" ou seguir
um caminho totalmente contrário:
"Fora dessa lógica, corre-se o risco de cair
na 'máquina' do business, do lucro, de uma espetacularidade consumista, que
produz 'personagens' cuja imagem pode ser explorada. Mas isso não é mais
esporte. O esporte é um bem educativo e social e deve permanecer assim! É por
isso que temos a responsabilidade de garantir que o esporte seja acessível a
todos."
A casa do esporte
Mas não basta que seja acessível, recorda o Papa,
deve oferecer acolhimento e ser promovido sob medida às pessoas para que
consigam desenvolver os próprios talentos a partir da própria condição, também
de fragilidade e deficiência. "Uma aventura que vocês, atletas, conhecem
bem, porque nenhum de vocês é super-homem ou super mulher: vocês têm seus limites
e tentam fazer o melhor que podem", disse o Papa, que conclui o discurso
dizendo:
“Encorajo
vocês a lutar para que o esporte seja uma casa para todos, aberta e acolhedora.
Nesta casa, nunca perca um ambiente familiar: que se possa encontrar, mesmo no
mundo do esporte, irmãos e irmãs, amigos e amigas.”
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