São Miguel Arcanjo / Pixabay
MANÁGUA, 19 set. 22 / 03:40 pm (ACI).- O governo de
Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder da
Nicarágua, proibiu as procissões de são Miguel Arcanjo e são Jerônimo na cidade
de Masaya. Em 2018, grupos paramilitares ligados a Daniel Ortega atacaram a
população e em 2019 um grupo de mães e o padre Edwing Román entraram em greve
de fome para protestar contra o ataque da polícia de Ortega contra a Igreja e
a população local.
“A arquidiocese de Manágua comunica que a Polícia Nacional da cidade de
Masaya informou às irmandades e párocos das paróquias de são Miguel Arcanjo e
são Jerônimo, que por motivos de segurança pública não serão permitidas procissões
nas respectivas festividades daquela cidade”, diz um comunicado publicado no sábado (17).
Em seu comunicado, a arquidiocese de Manágua convida os devotos “dos
santos padroeiros, a ter em mente que a fé e a devoção são um tesouro que
carregamos em nossos corações e a partir daí podemos prestar a devida homenagem
com a força dessa herança ancestral em nossas comunidades”.
“As missas, novenas e celebrações litúrgicas próprias de ambas as
festividades serão feitas de acordo com o programa de cada uma das paróquias
nos respectivos templos”, diz o comunicado.
Para concluir, a arquidiocese de Manágua deseja que "são Miguel
Arcanjo, são Jerônimo e a Bem-Aventurada Virgem
Maria, mãe da Igreja e Rainha da Paz, intercedam e escutem as
orações, obtenham para nós a cura de todo mal com o remédio de Deus ".
Não é a primeira vez que o governo da Nicarágua proíbe uma procissão da
Igreja Católica. Em agosto, a procissão de Nossa Senhora de Fátima por ocasião
do congresso mariano "Maria Mãe da
Esperança" foi proibida.
Em 15 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou por 538 votos a favor e
16 contra uma resolução exigindo a libertação imediata do bispo
Rolando Álvarez, que está em prisão domiciliar desde 19 de agosto.
A perseguição à Igreja na Nicarágua também atingiu as Missionárias da
Caridade, congregação fundada por madre Teresa de Calcutá. Elas foram expulsas do país em julho deste ano.
O padre Oscar Benavidez, da diocese de Siuna, o padre Ramiro Tijerino, o
padre José Luis Diaz, o padre Sadiel Eugarrios e o padre Raúl González estão na
prisão de El Chipote, em Manágua, conhecida como centro de tortura dos
adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua.
Também os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, e o cinegrafista
Sergio Cárdenas, da diocese de Matagalpa, estão em El Chipote.
Com exceção de padre Benavidez, todos os outros foram presos na madrugada de sexta-feira, 19 de agosto, na cúria episcopal de Matagalpa, quando a polícia prendeu dom Rolando Álvarez
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