São Bernardo de
Claraval, o Doutor Melífluo
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Fundador
e Abade (1090 – 1153)
Origens
São Bernardo de Claraval nasceu em
1090, em Fontaines, França, em uma família opulenta. Aos 22 anos, após ter
estudado gramática e retórica, entrou para o Mosteiro fundado por Roberto de
Molesmes, em Citeaux (em latim Cistercium, do qual deriva o nome de Cisterciense).
Alguns anos depois, fundou o Mosteiro de Claraval (Clairvaux), junto com 12
companheiros, entre os quais: 4 irmãos, um tio e um primo. Pelo seu exemplo,
muitos de seus parentes também escolheram a vida religiosa.
Trabalho, contemplação e oração
Segundo o espírito de Bernardo, a vida
monacal era constituída de trabalho, contemplação e oração, tendo como estrelas
fixas Jesus e Maria. Para o Abade cisterciense, Cristo era o centro de
tudo: “Para mim, nas discussões ou conversas,
se não for pronunciado o nome de Jesus, nada tem sentido” (Sermones super Cantica Canticorum, XV).
Maria – escreve Bernardo – leva a Jesus: “Nos perigos, nas angústias, nas
incertezas, deve-se elevar o pensamento a Maria, invocar Maria. Que ela jamais
saia dos nossos lábios; jamais se separe do nosso coração; para obtermos a
ajuda na oração, jamais devemos esquecer seu exemplo de vida. Se a seguirmos,
não nos perderemos; se rezarmos a ela, não nos desesperaremos; se pensarmos
nela, não erraremos…” (Homilia II super “Missus
est”).
Os degraus do amor
No seu escrito “De diligendo Deo”,
Bernardo indica o caminho da humildade para atingir o amor de Deus; exorta a
amar o Senhor sem limites. Para o monge Cisterciense, os degraus fundamentais
do amor são quatro:
1 – O amor de si para si: “Primeiro, o
homem ama-se a si mesmo; depois, vendo que sozinho não pode viver, começa a
buscar a Deus por meio da fé”.
2 – O amor de Deus para si: “No segundo
degrau, portanto, ame a Deus para si e não para Ele. Porém, deve começar a
frequentar a Deus e a honrá-lo, segundo as próprias necessidades”.
3 – O amor de Deus por Deus: “A alma
passa para o terceiro degrau, amando a Deus, não por si mesmo, mas por Ele.
Neste degrau, se detém longamente; aliás, não sei se nesta vida seja possível
chegar ao quarto degrau”.
4 – O amor de si por Deus: “Aquele amor
em que o homem ama a si mesmo somente por Deus. Assim sendo, terá quase que
esquecido admiravelmente a si mesmo; quase deixa a si mesmo para tender
totalmente a Deus, a ponto de ser um só espírito com Ele”.
Amizade com os Templários
Entre os escritos do Abade
cisterciense, há também um famoso elogio da Ordem monacal-militar dos
Templários, fundada em 1119, por alguns Cavaleiros, sob a guia de Hugo de
Payns, feudatário da região de Champanhe e parente de Bernardo. No seu “De laude novae militiae ad Milites Templi”, descreve assim os Cavaleiros do Templo: “São
vestidos de modo simples e cobertos de pó; rosto queimado pelo sol e olhar
orgulhoso e severo: antes da batalha, armam-se interiormente, com a força da
fé. A sua única fé é a Deus”.
Legado
Bernardo, depois de Roberto, Alberico e
Stefano, foi o pai da Ordem Cisterciense. A obediência e o bem da Igreja,
muitas vezes, o levaram a deixar a paz monástica, para se dedicar às questões
político-religiosas mais sérias de seu tempo. Mestre de guia espiritual e
educador de gerações de santos, ele deixa, em seus sermões comentados sobre a
Bíblia e a liturgia, um documento excepcional de teologia monástica, tendendo,
mais do que ciência, à experiência do mistério. Ele inspirou um afeto devotado
pela humanidade de Cristo e da Virgem Mãe. (Rom. Mess.)
Páscoa
Bernardo morreu em 20 de agosto de
1153. Papa Alexandre III o proclamou santo em 1174. Pio XII dedicou-lhe uma
encíclica intitulada “Doctor Mellifluus” (que escorre mel), na qual recorda, de
modo particular, estas palavras de Bernardo: “Jesus é mel na boca, suave
concerto aos ouvidos, júbilo ao coração”. “O Doutor melífluo, último dos
Padres, mas não, certamente, inferior aos primeiros – escreveu o Pontífice – se
destacou por seus dotes de mente e de espírito, aos quais Deus acrescentou
abundantes dons celestes”.
Minha oração
“Mestre na arte da oração e dotado da
sabedoria do Alto, ajudai-nos a viver a santidade e nos unir a Deus por
inteiro. Ensina-nos o caminho da sabedoria e da verdade, assim como ensinaste
aos cistercienses, Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”
São Bernardo de Claraval , rogai por
nós!
Fonte: Canção Nova Notícias
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