A
invasão russa da Ucrânia completou 100 dias e não para: dias de morte e destruição,
enquanto aumentam os temores de um alargamento do conflito. Com grande
facilidade agora se fala de uma possível guerra nuclear. Mas os povos precisam
de gestos corajosos de paz.
Sergio Centofanti
Já
se passaram 100 dias desde o início desta guerra absurda: e não se vê o fim.
Pelo contrário, aumentam as preocupações de um alargamento do conflito e uma
guerra nuclear não pode ser excluída. Fala-se disso cada vez mais. Na TV,
afirma-se que levaria apenas alguns segundos para destruir grandes cidades e
estamos nos acostumando com essa linguagem. Seria o suicídio da humanidade.
A história ensina que quando se começa uma pequena guerra não se
imagina o quão grande ela possa se tornar. Vê-se isso depois. Quando um líder
decide começar uma guerra, contempla suas possíveis vitórias: mas a história
nos mostra o fim não glorioso de muitos desses líderes. A história nos ensina
que muitas vezes não se aprende com a história e erros se repetem, erros que
são letais para quem os comete e, infelizmente, dramáticos para os milhões de
pessoas que os sofrem.
Enquanto
isso, a invasão russa desejada por Putin está causando morte e destruição na
Ucrânia: o Ocidente tem suas responsabilidades na escalada da tensão na área,
mas o ataque russo não tem nenhuma justificativa. Morrem crianças, morrem
civis, são destruídos edifícios residenciais, hospitais, casas, escolas e
igrejas. As famílias são divididas, os refugiados e os deslocados são milhões.
Tantas vidas são abaladas e destruídas na Ucrânia. Um país destruído é um crime
contra a humanidade. Na Rússia, também se chora pelos muitos jovens enviados para
morrer não se sabe por quê. No mundo, foi atingida uma economia que estava
apenas começando a se recuperar dos golpes da pandemia. Agora há também a
guerra do gás, a guerra do petróleo, a guerra do trigo, e para os pobres há
mais pobreza e mais fome. Sem mencionar o ódio que aumenta, os sentimentos de
raiva, violência e vingança que aumentam e preparam mais violência, mais
rancores e mais lutos.
A guerra é
uma loucura, disse o Papa Francisco várias vezes. É uma aventura sem volta,
disse João Paulo II. É preciso uma palavra de paz, uma profecia que saiba dizer
com força um "basta" a esta guerra e a todas as guerras esquecidas no
mundo: Síria, Iêmen, Etiópia, Somália, Mianmar... muita devastação. Precisamos
encontrar coragem para nos rebelarmos contra as guerras comandadas por alguns
poderosos que mandam outros para morrer. Quantas outras mortes serão
necessárias para poder dizer "basta"? Quando os povos acordarão para
dizer que querem viver em paz
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2022-06/cento-dias-guerra-invasao-russia-ucraina.html
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