Deus, no seu desígnio redentor de
salvar o mundo, contou com a figura ímpar de João Batista, escolhido para ser o
elo entre o Antigo e o Novo Testamento, vindo aplainar os tortuosos caminhos,
quando da chegada do Messias. Daí muita gente se alegra com o nascimento da
incomparável criatura humana. Jesus, coberto de razão, afirmou como sendo ele
mais que um profeta, o maior entre os nascidos de mulher (cf. Lc 7, 26), com as
mais elevadas características de sua missão divina, estabelecendo-o como
precursor e luz das nações.
Mais do que nunca, devemos
prescindir do espírito de São João Batista, que denuncia caminhos sinuosos,
curvos e falsos, como nas palavras do profeta: “Eu te constituí hoje sobre
reinos e povos com poder para extirpar e destruir, para devastar e derrubar,
para construir e plantar” (Is 1, 10). O misterioso projeto de Deus, a respeito
da salvação da humanidade, passa por São João Batista, que, na alegria do seu
nascimento, já deixa óbvio que somos chamados a percorrer os caminhos do
Senhor.
Seu grande trunfo consistiu no
anúncio da vinda do Cordeiro de Deus, e também no vibrante convite de acordar o
povo do sono, muitas vezes profundo. Ele nos ensina o caminho da justiça e da
solidariedade, em seu legado maior: que lutemos a favor da vida, fazendo-nos um
com Deus, no ânimo e no destemor de descer ao doloroso abismo, no qual se
encontra a humanidade, na esperança do verdadeiro amor.
*Padre Geovane Saraiva – Pároco
de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da
Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
Foto: CNBB
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