As condolências do Pontífice pelas duas recentes tragédias envolvendo migrantes em Melilla, território espanhol na África, e na cidade americana de San Antonio, no Texas, vieram nesta terça-feira (28) pela sua conta oficial no Twitter. O Papa reza pelas vítimas e invoca o Senhor para abrir nossos corações e para que "essas desgraças não aconteçam mais".
Adriana Masotti - Vatican News
Nos
últimos dias, as notícias trouxeram à tona a realidade da imigração através de
dois episódios dramáticos que exigem respostas por parte da comunidade
internacional. O Papa Francisco, com o primeiro tuíte desta terça-feira (28),
demostrou proximidade e oração aos envolvidos:
“Recebi com dor as notícias
das tragédias dos migrantes no Texas e em Melilla. Rezemos juntos por estes
nossos irmãos mortos enquanto seguiam a esperança de uma vida melhor; e, por
nós, para que o Senhor nos abra o coração e essas desgraças não aconteçam
mais.”
Comece:
esclarecer e respeitar a dignidade humana
A tragédia
na cidade autônoma de Melilla, na fronteira entre Marrocos e Espanha, descrita
como "uma carnificina", ocorreu na última sexta-feira (24): devido à
tentativa em massa de cerca de 2 mil migrantes africanos para entrar à força no
território espanhol, pelo menos 23 pessoas foram esmagadas até a morte. O local
é considerado como uma das fronteiras mais problemáticas da União Europeia.
A reação
brutal de rejeição das forças policiais de Rabat é o foco de controvérsia e
protestos do governo argelino contra o Marrocos, acusado de desempenhar um
papel policial na defesa das fronteiras da União Europeia. O uso indiscriminado
da força é condenado pela Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade
Europeia, a Comece, que em comunicado faz um apelo para uma investigação
independente e reitera a necessidade de uma gestão adequada pelos direitos dos
migrantes e refugiados com a identificação dos requerentes legítimos de asilo.
A
reação dos bispos espanhóis
Houve
também uma forte reação dos bispos da subcomissão de Migração e Mobilidade
Humana da Conferência Episcopal Espanhola, que pediram "medidas
humanizadoras" para lidar com essa nova crise. Os bispos expressaram pesar
pela perda de vidas humanas e pediram às autoridades que esclareçam o que
aconteceu e que tomem as medidas apropriadas para que episódios semelhantes não
se repitam.
A voz
da sociedade civil
Muitas
organizações nacionais e internacionais da sociedade civil estão erguendo a
mesma voz, entre elas, a Coordenação Nacional de Comunidades de Acolhimento
(CNCA), na Itália. O apelo conjunto é por um novo pacto europeu que permita que
as pessoas cheguem ao continente através de canais seguros, como está sendo
experimentado pelos refugiados ucranianos.
"Os
gravíssimos acontecimentos ocorridos em Melilla destacam tragicamente, mais uma
vez", como se lê numa declaração, "a inadequação e a falta de
humanidade e justiça que caracterizam a política migratória europeia. Levantar
muros diante daqueles que migram em busca de liberdade e de uma esperança de
vida decente só pode produzir violações da lei e de direitos e tragédias como
as que ocorrem continuamente no Mediterrâneo, nas portas da Europa".
A
tragédia de migrantes no Texas
Na cidade
americana de San Antonio, no Texas, um caminhão virou um caixão para 46
migrantes abandonados a cerca de 240 quilômetros da fronteira mexicana, junto
com 16 sobreviventes. O veículo abandonado foi encontrado na noite desta
segunda-feira (27). Todos estavam amontoados a uma temperatura de cerca de 40
graus. O Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos está
investigando o caso e três suspeitos já foram presos.
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