Na audiência desta sexta-feira (20) com os 20 bispos e um administrador diocesano do Regional Nordeste 2 da CNBB, ou seja, do Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, Francisco destacou a importância da proximidade com Deus, com o clero e o povo. Segundo dom Paulo Jackson, bispo de Garanhuns-PE, o conselho foi ser uma presença "como irmãos mais velhos que acompanham, que oram, que participam da vida do seu povo e com o povo de Deus".
Andressa Collet - Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta
sexta-feira (20), no Vaticano, mais um grupo de brasileiros em visita ad Limina
Apostolorum. Após encontrar os representantes do Rio Grande do Sul, Ceará e
Piauí, chegou a vez dos 20 bispos e um administrador diocesano do Regional Nordeste 2 da
CNBB, ou seja, do Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Em entrevista ao Vatican News, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa,
bispo de Garanhuns, de Pernambuco, e presidente do Regional Nordeste 2,
comentou sobre a audiência que durou 2 horas:
"A primeira coisa que o Papa faz é quebrar
todos os protocolos e formalidades. Ele nos deixa profundamente à
vontade. Não houve discursos. Foi uma sentada para dialogar como irmãos: o
Bispo de Roma e os bispos de igrejas particulares no Nordeste do Brasil.
Partilhamos a vida, as nossas preocupações. O Papa tem um senso muito claro
sobre a realidade que o nosso país vive, tem uma opinião muito clara contra
todo tipo de clericalismo - essa cultura do clericalismo que destrói e é
perniciosa. Ao mesmo tempo, o Papa nos falou de proximidade de 'cercania',
proximidade com Deus, proximidade do bispo com o seu clero, proximidade com os
outros irmãos bispos e proximidade com o povo. Conversamos sobre catequese e iniciação
à vida cristã; o cuidado com os pobres, as consequências da pandemia, a
presença dos bispos como irmãos mais velhos que acompanham, que oram, que
participam da vida do seu povo e com o povo de Deus. E como o povo de
Deus faz a vida cristã acontecer na porção do Povo de Deus que lhe foi
confiado. Saímos daqui imensamente felizes, orando pelo Papa e também com a
certeza de que o Papa ora por nós."
A passagem pelo Pio Brasileiro
A visita ad Limina começou na segunda-feira, dia
16, na Congregação para a Educação Católica. Desde então, o grupo
visitou organismos da Cúria Romana para troca de experiências e
receberam orientações da Igreja de acordo com a área dos departamentos. Mas,
segundo o presidente do Regional, vieram até Roma, "em primeiro lugar, como
peregrinos para rezar no túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo". Dom Paulo
destacou também as celebrações realizadas nas quatro grandes basílicas de
Roma, isto é, a de São Pedro, São Paulo Fora dos Muros, Santa Maria Maior e São
João de Latrão. Outro elemento importante foi a hospedagem no Colégio Pio
Brasileiro, em Roma.
"Vivemos
uma experiência muito bonita de comunhão, de unidade, de partilha, de convívio,
de conversas, de brincadeiras e risos, de oração, de missa. Além do mais, o
Colégio Pio Brasileiro é o coração do Brasil aqui em Roma. A partir do
documento do Santo Padre, o Papa Francisco, 'Praedicate Evangelium', que na
prática só entra em vigor no mês de junho, nós já percebemos o quanto mudou o
espírito da visita ad Limina. Visitamos inúmeras congregações e
dicastérios. O clima, como diz o próprio documento, fala desse clima de
comunhão, sinodalidade e colegialidade. De fato houve um grande movimento e nós
percebemos em cada dicastério e congregação esse movimento de abertura, de
escuta, de partilha, de querer aprender, de querer escutar. Como vivem as
igrejas locais e como realizam o trabalho pastoral e missionário."
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