Berço
Seu nome completo é Turíbio Alfonso de Mongrovejo. É espanhol e filho de uma
família rica da nobreza. Estudou nas cidades de Santiago de Compostela,
Valadolid e Salamanca. Formou-se advogado e participou da inquisição. Desde
jovem, foi honesto e justo.
Lançado na vida religiosa
A nomeação episcopal, na época, era bem diferente de como é hoje. Sendo assim,
o rei Felipe II percebeu as qualidades de Turíbio de Mongrovejo e pediu ao Papa
Gregório XIII que o nomeasse arcebispo da América Espanhola, então, o Papa
atendeu. Por isso, após um discernimento, Turíbio recebeu todas as ordens
sagradas de uma só vez, inclusive a ordenação sacerdotal. Assim, em 1580, ele
foi sagrado Arcebispo de Lima, no Peru. Foi dessa maneira, aparentemente
improvisada, que nasceu um dos maiores apóstolos da América Latina.
Compaixão
Dom Turíbio chegou à Lima, em 1581, e ficou estarrecido com a miséria material
e espiritual em que os índios viviam. Mas isso o fez agir. Começou aprendendo a
língua desses índios. Depois, começou a defendê-los das arbitrariedades dos
colonizadores, que os tratavam como animais. Por isso, Dom Turíbio passou a ser
venerado pelos fiéis. Todos o viam como um defensor da justiça e contra os
opressores europeus.
Ardor evangelizador
Com o apoio de todo o povo indígena, Dom Turíbio organizou inúmeras comunidades
em sua imensa diocese. Depois disso, realizou assembleias e até mesmo sínodos,
isto é, reunião com todos os bispos em atividade na América Espanhola. Assim,
todos foram convocados para a evangelização.
Visão e organização
Dom Turíbio realizou e coordenou dez concílios da diocese e também três
concílios provinciais. Esses eventos formaram a principal estrutura
organizacional da Igreja Católica da América espanhola. Essa organização dura
até hoje. Um Sínodo Provincial realizado em Lima ganhou destaque. Foi o de
1582. Historiadores o comparam ao famoso Concílio de Trento, por conta da sua
importância. Conta-se que, neste encontro, Dom Turíbio chegou a desafiar os
espanhóis resistentes, que se achavam muito inteligentes, a aprenderem a língua
dos índios. Todos se calaram.
Apóstolo incansável
No ano de 1594, Dom Turíbio já tinha percorrido quinze mil quilômetros em
missão pela América Espanhola. Ensinava, pregava, convertia, devolvia dignidade
e administrava os sacramentos aos índios. Até este ano, segundo os livros das
paróquias, tinha administrado a crisma a nada menos que sessenta mil fiéis.
Formando santos
Dom Turíbio teve a graça de formar e crismar três cristãos peruanos que, mais
tarde, foram canonizados: Santa Rosa de Lima, São Francisco Solano e São
Martinho de Porres. Esses são frutos preciosos de sua grande missão na América
Espanhola.
Legado para o futuro
São Turíbio procedeu a fundação do primeiro seminário instituído nas Américas.
Ali, vários missionários ardorosos foram formados, o que muito ajudou no
processo de evangelização da América Espanhola.
Amor e desapego
Pouco tempo antes de sua morte, São Turíbio doou todas as suas roupas, até
mesmo as que cobriam seu próprio corpo. Tudo foi para os pobres e àqueles que
trabalhavam a seu serviço. Esse gesto resumiu o comportamento de toda sua vida.
São Turíbio morreu no dia 23 de março do ano 1606. Ele estava na pequenina
cidade chamada Sanã, no Peru. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Bento
XIII, em 1726. Na ocasião, o Papa declarou São Turíbio de Mongrovejo como o
Apóstolo e Padroeiro do Peru.
A minha oração
“Reta intenção: é isso que lhe pedimos Senhor Jesus. Se
nosso coração alcançar essa graça, prosseguiremos no caminho da santidade.
Amém.”
São Turíbio de
Mongrovejo, rogai por nós!
Outros beatos e santos que a Igreja faz memória em 23 de
março:
1.
São Fingar ou Guinhero, mártir,
na Inglaterra († c. 460)
2. Santos mártires Vitoriano,
procônsul de Cartago, na actual Tunísia, dois irmãos naturais de Aquae Régiae e
também dois mercadores cartagineses, ambos chamados Frumêncio, os quais,
durante a perseguição dos Vândalos, sob o governo do rei Hunerico, por
perseverarem na confissão da fé cristã foram torturados com terríveis suplícios
e assim receberam a coroa gloriosa. († 484)
3. São Gualter, primeiro abade do
mosteiro desta localidade, que, renunciando à sua inclinação para a vida
solitária, ensinou aos monges com o seu exemplo a observância regular e
combateu os costumes simoníacos no clero. († 1095)
4. Em Ariano Irpino, na
Campânia, região da Itália, Santo Otão, eremita. († c. 1120)
5. Beato Pedro, presbítero da Ordem dos
Eremitas de Santo Agostinho. († c. 1306)
6. Beato Edmundo Sykes,
presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, sofreu o exílio em ódio ao
sacerdócio e, tendo regressado à Inglaterra, foi condenado ao extremo suplício
do patíbulo, na Inglaterra († 1587)
7. Beato Pedro Higgins,
presbítero da Ordem dos Pregadores e mártir, que, no reinado de Carlos I, foi
enforcado sem processo por perseverar na fidelidade à Igreja Romana, na Irlanda
(† 1642)
8. São José Oriol,
presbítero, que, pela mortificação corporal, pelo exímio culto da pobreza e
pela oração contínua, vivia sempre em estreita união com Deus e animado de
alegria celeste, na Espanha († 1702)
9. Beata Anunciada Cochétti, que
dirigiu com sabedoria, fortaleza e humildade o Instituto das Irmãs de Santa
Doroteia recentemente fundado, na Itália († 1882)
10. Santa Rebeca ar-Rayyas de Himlaya, virgem
da Ordem Libanesa das Maronitas de Santo António, que, vivendo cega durante
trinta anos e depois atingida por outras enfermidades em todo o corpo,
perseverou na oração contínua, confiando só em Deus, no Líbano († 1914)
11. Beato Metódio Domingos Trcka,
presbítero da Congregação do Santíssimo Redentor e mártir, cuja peregrinação
sobre a terra, em tempo de perseguição da fé, se transformou em vida eterna com
o seu glorioso martírio, na Eslováquia († 1959)
Fontes:
- vaticannews.va
- Martirológio Romano
- cruzterrasanta.com.br
- Livro “Relação dos Santos e Beatos da Igreja”
– Prof Felipe Aqui [Cléofas 2007]
– Redação:
Fernando Fantini – Comunidade Canção Nova
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