Foi publicada dia 24 de fevereiro
a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2022. A reflexão
sugerida pelo Santo Padre é sobre a exortação de São Paulo aos Gálatas: “Não
nos cansemos de fazer o bem; porque, a seu tempo colheremos, se não tivermos
esmorecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos”
(Gal 6, 9-10a). É um convite para perseverarmos, na sua mensagem Francisco
reflete sobre algumas palavras de São Paulo.
Quaresma tempo de semear
No trecho do Apóstolo sobre a sementeira
e a colheita o Papa diz: “Temos uma imagem que Jesus muito prezava. São Paulo
fala-nos dum kairós: um tempo propício para semear o bem tendo em vista uma
colheita. Qual poderá ser para nós este tempo favorável? Certamente é a
Quaresma, mas é-o também a nossa inteira existência terrena, de que a Quaresma
constitui de certa forma uma imagem. Francisco recorda também que “o primeiro
agricultor é o próprio Deus, que generosamente continua a espalhar sementes de
bem na humanidade”. Ponderando por fim:
“Esta chamada
para semear o bem deve ser vista, não como um peso, mas como uma graça pela
qual o Criador nos quer ativamente unidos à sua fecunda magnanimidade”
Em Deus, nada se perde
E a colheita? Continua o Santo Padre:
“Mas de que colheita se trata? Um primeiro fruto do bem semeado, temo-lo em nós
mesmos e nas nossas relações diárias, incluindo os gestos mais insignificantes
de bondade. Em Deus, nenhum ato de amor, por mais pequeno que seja, e nenhuma
das nossas ‘generosas fadigas’ se perde”. E Francisco explica que na realidade,
só nos é concedido ver uma pequena parte do fruto daquilo que semeamos, pois,
“segundo o dito evangélico, um é o que semeia e outro o que ceifa”.
“É
precisamente semeando para o bem do próximo que participamos na magnanimidade
de Deus”
“Semear o bem para os outros –
continua o Santo Padre – liberta-nos das lógicas mesquinhas do lucro pessoal e
confere à nossa atividade a respiração ampla da gratuidade, inserindo-nos no
horizonte maravilhoso dos desígnios benfazejos de Deus”.
Não cansemos de fazer o bem
O segundo ponto da expressão do
Apóstolo analisada pelo Papa refere-se a “não nos cansarmos de fazer o bem”.
Perante a amarga desilusão por tantos sonhos desfeitos, adverte “a tentação é
fechar-se num egoísmo individualista” e “refugiar-se na indiferença”. Porém
Deus anima “dá forças ao cansado e enche de vigor o fraco. (…) Aqueles que
confiam no Senhor, renovam as suas forças”.
“Ninguém se
salva sem Deus”
Por isso, “não nos cansemos de rezar.
Precisamos de rezar, porque necessitamos de Deus. A ilusão de nos bastar a nós
mesmos é perigosa. Neste ponto Francisco recorda o nosso sofrimento com a
pandemia: “No meio das tempestades da história, encontramo-nos todos no mesmo
barco, pelo que ninguém se salva sozinho; mas sobretudo ninguém se salva sem
Deus, porque só o mistério pascal de Jesus Cristo nos dá a vitória sobre as
vagas tenebrosas da morte”.
E convida: “Não nos cansemos de
extirpar o mal da nossa vida. Possa o jejum corporal, a que nos chama a
Quaresma, fortalecer o nosso espírito para o combate contra o pecado. Não nos
cansemos de pedir perdão no sacramento da Penitência e Reconciliação, sabendo
que Deus nunca Se cansa de perdoar”. O Papa recorda também que não devemos nos
cansar de fazer o bem “através duma operosa caridade para com o próximo.
Durante esta Quaresma, exercitemo-nos na prática da esmola, dando com alegria”.
“A Quaresma – disse ainda Francisco – é tempo propício para procurar, e não
evitar, quem passa necessidade; para chamar, e não ignorar, quem deseja atenção
e uma boa palavra; para visitar, e não abandonar, quem sofre a solidão”.
A seu tempo colheremos, se não tivermos esmorecido
Quanto ao terceiro ponto das palavras
do Apóstolo o Papa falou sobre “A seu tempo colheremos, se não tivermos
esmorecido”, aqui Francisco nos pede perseverança, fé. Afirmando que “cada ano,
a Quaresma vem recordar-nos que o bem, como aliás o amor, a justiça e a
solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados
cada dia”.
Dom da perseverança leva à salvação
“Neste tempo de conversão – explica
ainda o Papa – buscando apoio na graça divina e na comunhão da Igreja, não nos
cansemos de semear o bem. O jejum prepara o terreno, a oração rega, a caridade
fecunda-o. Na fé, temos a certeza de que ‘a seu tempo colheremos, se não
tivermos esmorecido’, e obteremos, com o dom da perseverança, os bens
prometidos para salvação nossa e do próximo”.
Com informações e foto:
VaticanNews
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