O anúncio por parte de
Moscou de uma operação para proteger o Donbass desencadeia imediatamente uma
série de condenações e reações internacionais. O presidente ucraniano fala à
nação de ataques com mísseis enquanto as primeiras explosões são ouvidas no país.
Biden: A Rússia é responsável pela destruição que este ataque trará. Reunião do
Conselho de Segurança da ONU em andamento, Comitê Cobra programado para Londres
e reunião da UE no dia de hoje.
Silvonei
José - Vatican News
O
que se temia há dias se verificou e o mundo está testemunhando uma nova guerra.
Durante a noite, a Rússia lançou operações militares em território ucraniano
para proteger o Donbass. Foi o próprio presidente Putin quem anunciou a
invasão: explosões e sirenes de alarme começaram a ser ouvidas ao amanhecer,
também na capital, Kiev, onde se registraram colunas de carros civis em fuga,
especialmente de áreas periféricas. O caos está por todo o país, não apenas no
sul e sudeste, mas também nas fronteiras com Belarus e Polônia: em Odessa, Kharvik,
Mariupol e Lviv. O ataque anunciado por Putin parece, portanto, ser poderoso e
em grande escala. Em seu anúncio, o presidente russo, por outro lado, usou
termos precisos como "desnazificar" e "desmilitarizar" a
Ucrânia, ou seja, torná-la inofensiva: "a expansão da OTAN e seu uso do
território ucraniano são inaceitáveis", disse. Qualquer um que tente criar
obstáculos e interferir conosco", afirmou, "sabe que a Rússia
responderá com consequências sem precedentes". Estamos preparados para
tudo. E na ONU, Moscou deixou claro que o alvo do ataque é "a junta no
poder em Kiev". Pouco antes, ele havia dito que estava respondendo a um
pedido de ajuda de líderes separatistas que, nas últimas horas, afirmaram ter
conquistado dois locais no Donbass. A notícia dever ser ainda verificada, assim
como a das primeiras mortes.
A
resposta da Ucrânia
A
presidência ucraniana fala de uma "guerra de agressão", e está
pedindo ajuda ao mundo, em termos de sanções e isolamento da Rússia,
assistência financeira, militar e humanitária. Enquanto isso, o governo está
tentando proteger a população através da imposição da lei marcial.
"Detenham a guerra e Putin", escreveu o presidente ucraniano
Volodymyr Zelensky no seu Twitter. Têm-se notícias também da destruição da
defesa antiaérea de Kiev. E da própria presidência a difusão das primeiras
imagens da guerra, uma explosão na capital com uma densa nuvem de fumaça, perto
de um parque. A operação russa", adverte Zelensky, "visa destruir o
estado ucraniano, tomar seu território pela força e estabelecer uma
ocupação".
Reações
do mundo: EUA, ONU e UE
Reações
de condenação e planejamento de uma resposta unida por parte do mundo ocidental
são registradas nas primeiras horas após a ação militar russa. Os Estados
Unidos e o presidente Biden falam de uma guerra premeditada e injustificada que
trará "perdas catastróficas de vidas e sofrimento". O líder
norte-americano chamou o presidente Zelensky e anunciou novas duras sanções
contra Moscou junto com os aliados. A OTAN, que convocou embaixadores com o
Secretário-Geral Stoltenberg, disse que faria "o que fosse preciso para
proteger seus aliados". Na reunião do Conselho de Segurança da ONU, o
Secretário Geral Guterres se manifestou: "este é o momento mais triste do
meu mandato", disse ele, "o presidente Putin, em nome da humanidade,
retire as tropas russas. Este conflito deve parar agora, esta guerra não faz
sentido e viola os princípios da Carta da ONU".
A
Europa está ao lado de Kiev: os representantes permanentes dos Estados membros
se reunirão nesta manhã em Bruxelas para discutir a situação da segurança.
"Nessas horas escuras, nossos pensamentos estão com a Ucrânia e as
mulheres, homens e crianças inocentes que enfrentam esse ataque não provocado e
temem por suas vidas. Responsabilizaremos o Kremlin", disse a presidente
da Comissão da UE, Von der Leyen. Putin escolheu o caminho do banho de sangue e
da destruição', atacou o primeiro-ministro britânico Johnson, que disse estar
horrorizado com os acontecimentos, 'a Rússia escolheu o banho de sangue para um
ataque não provocado'. O Comitê de Emergência Cobra foi convocado de emergência
em Londres nesta manhã.
"Precisamos
de orações"
Enquanto
isso, a população espera e tenta se proteger da melhor maneira possível. Aos
microfone de Jean Charles Poutzulu Padre Radko Vaolodymyr de Lviv:
É a
guerra, ouvimos notícias de bombardeios de numerosos vilarejos e até de grandes
cidades. Nosso Patriarca chamou todos nós nesta manhã para nos convidar para a
oração. Ainda estou na cidade de Lviv, a cerca de 60 quilômetros da fronteira
com a Polônia. Posso testemunhar que durante alguns minutos as sirenes foram
ouvidas. Não vamos ceder ao pânico. A ativação das sirenes significa que temos
que ser cautelosos e nos esconder. À meia-noite, hora ucraniana, começou o
estado de emergência, e esta manhã o presidente declarou o estado militar,
portanto, a guerra aberta começou. Precisamos da oração para nos ajudar a não
ceder ao pânico e para manter a calma, na esperança de que possamos vencer este
mal.
Outras
reações à operação militar russa na Ucrânia
-
França -
"A
Rússia fez a escolha da guerra. A França condena nos termos mais fortes o
lançamento dessas operações", disse o embaixador francês na ONU, Nicolas
de Rivière.
Esta
decisão, "no preciso momento em que este Conselho está reunido, ilustra o
desprezo que a Rússia tem pelo direito internacional e pelas Nações
Unidas", acrescentou ele.
"Exortamos
a Rússia a respeitar o direito humanitário internacional em todas as
circunstâncias, pedimos a proteção e o respeito de todos os civis, incluindo
pessoas vulneráveis, mulheres e crianças, e pessoal humanitário", afirmou
ainda.
-
Alemanha -
A
operação militar russa é "uma violação flagrante" do direito
internacional, disse o chanceler alemão Olaf Scholz.
-
Reino Unido -
O
primeiro ministro britânico Boris Johnson condenou os "horríveis
acontecimentos na Ucrânia", dizendo que o presidente russo Vladimir Putin
"escolheu o caminho do derramamento de sangue e da destruição ao lançar
este ataque não provocado".
-
OTAN -
O
Secretário Geral da OTAN, Jens Stoltenberg, condenou o "ataque imprudente
e não provocado" da Rússia à Ucrânia, advertindo que isso coloca
"inúmeras" vidas em risco.
"Condeno
veementemente o ataque imprudente e sem provocação da Rússia à Ucrânia, que
coloca em risco inúmeras vidas civis. Mais uma vez, apesar de nossas repetidas
advertências e os esforços incansáveis da diplomacia, a Rússia escolheu o
caminho da agressão contra um país soberano e independente", disse o Sr.
Stoltenberg em uma declaração.
"Os
Aliados da OTAN se reunirão para enfrentar as conseqUências das ações
agressivas da Rússia. Estamos com o povo ucraniano neste momento terrível. A
OTAN fará o que for preciso para proteger e defender os aliados",
acrescentou ele.
-
Itália -
O
primeiro-ministro italiano Mario Draghi chamou o ataque da Rússia à Ucrânia de
"injustificado e injustificável" e disse que a UE e a OTAN estavam
trabalhando em uma resposta imediata.
-
Japão -
O
ataque russo à Ucrânia "abala as bases da ordem internacional", disse
o primeiro-ministro japonês Fumion Kishida.
Fonte:
Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário