29 DE JANEIRO DE 2018
SÁBADO DA 3ª. SEMANA DO
TEMPO COMUM
Cor Verde
Primeira Leitura
– II Sam 12,1-7a.10-17
Leitura do Segundo Livro de Samuel
12,1-7a.10-17
Naqueles dias: 1O Senhor mandou o profeta Natã a Davi. Ele foi ter
com o rei e lhe disse-lhe: 'Numa cidade havia dois homens,
um rico e outro pobre. 2O rico possuía ovelhas e bois em grande número. 3O pobre só possuía uma ovelha
pequenina, que tinha comprado e criado. Ela crescera em sua casa junto com
seus filhos, comendo do seu pão, bebendo
do mesmo copo, dormindo no seu regaço. Era para ele como uma filha. 4Veio um hóspede à casa do homem
rico, e este não quis tomar uma das suas ovelhas
ou um dos seus bois para preparar um banquete e dar de comer
ao hóspede que chegara. Mas foi, apoderou - se da ovelhinha do pobre e preparou-a para o visitante'. 5Davi ficou indignado contra esse
homem e disse a Natã: 'Pela vida do Senhor,
o homem que fez isso merece a morte! 6Pagará quatro vezes o valor da ovelha, por ter feito o que fez e não
ter tido compaixão'.
7aNatã disse a Davi: 'Esse
homem és tu! Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 10Por isso, a espada jamais se afastará de tua casa, porque me
desprezaste e tomaste a mulher do hitita Urias para fazer dela a tua esposa. 11Assim diz o Senhor: Da tua própria
casa farei surgir o mal contra ti e tomarei as tuas mulheres, sob os teus
olhos, e as darei a um outro, e ele se aproximará das tuas mulheres à luz deste
sol. 12Tu fizeste tudo
às escondidas.
Eu, porém, farei o que digo diante de todo o Israel e à luz do
sol'.
13Davi disse a Natã;'Pequei
contra o Senhor'. Natã respondeu-lhe:
'De sua parte, o Senhor perdoou o teu pecado. de modo que não
morrerás! 14Entretanto,
por teres ultrajado o Senhor com teu procedimento o filho que te nasceu
morrerá'. 15E Natã
voltou para a sua casa. O Senhor feriu o filho que a mulher de Urias tinha dado
a Davi e ele adoeceu gravemente. 16Davi implorou a Deus pelo menino e fez um grande jejum. E, voltando
para casa,
passou a noite deitado no chão. 17Os anciãos do palácio insistiam com ele para que se levantasse do
chão; mas ele não o quis fazer
nem tomar com eles alimento algum. Palavra do Senhor.
Reflexão
- “as consequências do pecado”
Com palavras de
sabedoria o profeta Natã relatou a David como o homem se apoderara da
“ovelhinha do pobre” para preparar um banquete para o seu hóspede. Indignado,
Davi propôs logo a Natã um castigo para aquele algoz: “o homem que fez isso merece a morte!” O profeta Natã não se omitiu
e apontou para ele, dizendo: “Esse homem
és tu!” Humilhado e arrependido, Davi escutou do profeta a sentença do
Senhor: “a espada jamais se afastará de
tua casa!” Davi confessou o seu pecado e por isso, o Senhor o perdoou, mas
as consequências foram calamitosas. Deus deu a Davi a chance de se arrepender e
confessar o seu pecado quando enviou Natã para lhe admoestar. Reconhecendo a
sua miséria Davi se vestiu de saco e fez um grande jejum para alcançar a
misericórdia do Senhor para com a vida do seu filhinho que iria nascer. Mesmo
sendo perdoado Davi foi perseguido pelas consequências do seu pecado e, por
isso, sujeito a grandes humilhações. O
Senhor está sempre nos dando uma nova chance a fim de que possamos assumir as
nossas faltas e recomeçar uma nova vida. Assim, também, muitas vezes, Ele nos
envia os “Natãs” para nos exortar e tentar abrir os nossos olhos quando
cometemos algum deslize. Entretanto, nem sempre acolhemos os enviados de Deus
nem admitimos os nossos deslizes. Porque não reconhecemos as nossas fraquezas
também não experimentamos o perdão de Deus.
O nosso orgulho e obstinação nos levam para a morte. Do contrário,
quando nos curvamos e recebemos com humildade as admoestações das pessoas que
nos são enviadas pelo Senhor nós experimentamos o refrigério e o alívio para as
nossas feridas. Precisamos, pois, tomar consciência de que as consequências dos
nossos pecados nos acompanham, no entanto, nos servirão também como um alerta e
um sinal quando o inimigo nos tentar. Davi até hoje é reconhecido como um rei
irrepreensível e fiel porque admitiu a sua iniquidade, arrependeu-se, pediu
perdão ao Senhor e ficou vigilante para não magoar mais o coração de Deus. – Você aceita quando um amigo (a) mostra
o seu erro? – Você admite as suas fraquezas? - Você tem coragem de aconselhar alguém
quando este erra? – Você costuma arrepender-se e admitir o seu pecado com
sinceridade diante dos outros?
Salmo - Sl 50, 12-13. 14-15. 16-17 (R. 12a)
R. Criai em mim
um coração que seja puro!
12Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de
vossa face, *
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!R.
14Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!
15Ensinarei vosso caminho aos pecadores,
*
e para vós se voltarão os transviados.R.
16Da morte como pena, libertai-me, *
e minha língua exaltará vossa justiça!
17Abri meus lábios, ó Senhor,
para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor!R.
Reflexão
- Depois que reconhecemos o nosso pecado e pedimos o perdão de Deus é
necessário que peçamos a Ele o auxílio para podermos caminhar na estrada do
bem. Davi nos ensina a fazer isto quando diz: “criai em mim um coração que seja puro e dai-me de novo um espírito
decidido”. Apesar do nosso pecado nós nunca podemos perder esperança e
deixar de confiar na misericórdia do Senhor. Deus esquece o nosso passado e
trabalha em nós em vista do nosso futuro. Peçamos ao Senhor, portanto, que Ele
nos dê de novo tudo o que jogamos fora, e nos ensine a trilhar o caminho seguro
para, assim, podermos também ajudar a todos os que se transviarem.
Evangelho - Mc 4,35-41
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Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 4,35-41
35Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse a seus discípulos: 'Vamos para a outra margem!' 36Eles despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37Começou a soprar uma ventania muito forte e as ondas se lançavam dentro da barca, de modo que a barca já começava a se encher. 38Jesus estava na parte de trás,
dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e
disseram: 'Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?'
39Ele se levantou e ordenou ao
vento e ao mar: 'Silêncio! Cala-te!'
O ventou cessou e houve uma grande calmaria. 40Então Jesus perguntou aos
discípulos: 'Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?' 41Eles sentiram um grande medo e
diziam uns aos outros: 'Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?' Palavra da Salvação.
Reflexão
- “na barca com Jesus”
Em certo momento da tarde, Jesus se dirigiu aos seus discípulos e os convocou a passar para o outro lado do mar da Galiléia. Os apóstolos, então, “despediram a multidão e levaram Jesus consigo, assim como estava na barca”, diz a Palavra. Jesus não mandou que os discípulos fossem sozinhos, mas se dispôs a ir junto com eles. Não foram eles que entraram na barca de Jesus, mas foi Jesus quem entrou na barca deles, para fazer-lhes companhia durante a travessia. Os apóstolos deviam estar apreensivos, porém, a fé em Jesus era maior do que as suas dúvidas e apreensões. Percebemos nesta passagem que Jesus fez questão de acompanhar os Seus discípulos, porque já sabia o que eles iriam passar. Assim também, na realidade da nossa vida, isto pode acontecer. Nós também, costumeiramente temos convivido com Jesus meditando na Sua Palavra em momentos de oração, na tranquilidade da nossa rotina, recebendo instruções e presenciando os Seus milagres na nossa vida! No entanto, chega o momento (ao cair da tarde) em que o Senhor nos chama e ordena a que passemos para o outro lado, quem sabe para alguma mudança de atitude, de mentalidade, de comportamento. Um lugar em que estejamos mais próximos Dele, longe do mundo e das suas concepções. Ele nos chama para a santidade, mas não fica de fora, entra na nossa barca, na nossa vida e vem nos ajudar na viagem. Jesus chama a cada um de nós em particular, para levá-Lo na nossa barca a um lugar que só Ele sabe onde fica, o que lá existe e o que iremos fazer lá. A nossa parte é apenas acolhê-Lo do jeito que Ele está e não querer dar nenhuma sugestão, apenas confiar que Ele nos levará a algo “maravilhoso”. Se Ele nos chama é porque deseja nos formar em alguma coisa que ainda não vivemos e que é “novo”, outra maneira de agir, outra percepção das coisas, outra conscientização. Todavia, podemos ter a certeza de que Jesus está conosco na Barca. Como os discípulos, nós precisamos ter consciência de que mesmo com Jesus na nossa barca, nós também enfrentaremos as tempestades, naturais da nossa própria limitação e incapacidade. Quando entramos na barca com Jesus nós assumimos compromisso com o amor, com o serviço, e as dificuldades vêm balançar a nossa vida. Por isso, nós também começamos a temer quando ficamos entregues à sorte. Dizemos também como aqueles: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Quantas crises nós também, como Igreja, povo de Deus, como família e como comunidade experimentamos pela nossa falta de fé! Ainda que a barca de Jesus balance ao sabor dos ventos contrários, nós, que confiamos no poder do Espírito Santo, não poderemos nos atemorizar. Jesus Cristo tem poder para ordenar ao vento que estremece o mar da nossa existência: “Silêncio! Cala-te!” Eis que tudo fica calmo quando confiamos em Jesus: os nossos medos se tornam fumaça e nós conseguimos atravessar as tempestades, certos de que Jesus não está dormindo, ele apenas espera a manifestação da nossa fé!”
– Você já deixou que Jesus subisse na sua barca?
- Você tem deixado que Ele o (a) leve para a outra margem?
- Como você tem atravessado as tempestades da sua vida?
- O que lhe dá medo?
– Você já apelou para
Jesus ou tenta vencer a tempestade sozinho (a)?
Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho
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