A homilia do Papa Francisco na missa na Solenidade de Maria Santíssima é uma homenagem a todas as mães e mulheres. “Há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões.”
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
O
ano novo começa sob o signo de Maria, com o Papa Francisco presidindo à
celebração eucarística na Basílica Vaticana.
Na Solenidade da
Mãe de Deus, o Pontífice dedicou sua homilia a Maria e a todas as mães que,
como ela, suportam o “escândalo da manjedoura”.
Esta foi a expressão usada por Francisco para falar do
nascimento de Jesus. O Filho de Deus nasce sem nenhuma via preferencial, nem
sequer um berço! Como então harmonizar o trono do rei e a pobre manjedoura?
Como conciliar a glória do Altíssimo e a miséria de um estábulo?
“Que
há de mais duro, para uma mãe, do que ver o seu filho sofrer a miséria?”
Escândalos
da manjedoura
E mesmo assim, Maria – diz o Evangelho – guardava todas estas
coisas, meditando-as no seu coração» (Lc 2, 19). As
adversidades, aliás, têm o poder de fazer amadurecer a fé e também nós temos
que lidar com “escândalos da manjedoura”, com o choque entre expectativa e
realidade.
Mas hoje a Mãe de Deus nos ensina a tirar proveito deste choque,
pois não se pode ressuscitar sem cruz. “É como um parto doloroso, que dá vida a
uma fé mais madura.”
Para superar o choque entre o ideal e o real, é preciso fazer
como Maria: guardar
e meditar. Aceitar e superar, como fazem as mães mundo afora:
“Este olhar inclusivo, que supera as tensões guardando e
meditando no coração, é o olhar das mães; é o olhar com que muitas mães abraçam
as situações dos filhos. É um olhar concreto, que não se deixa condicionar pelo
desconsolo nem se deixa paralisar perante os problemas, mas os coloca num horizonte
mais amplo.”
O Papa cita as mães que assistem um filho doente ou em
dificuldade: “Quanto amor há nos seus olhos, banhados de lágrimas, que ao mesmo
tempo sabem inspirar motivos de esperança!”
É isto que fazem as mães: sabem superar obstáculos e conflitos,
sabem infundir a paz. “Há necessidade de pessoas capazes de tecer fios de
comunhão, que contrastem os numerosos fios de arame farpado das divisões.”
O
novo ano começa sob o signo da Mãe
Francisco então indica o modelo a seguir:
“O olhar materno é o caminho para renascer e crescer. As mães,
as mulheres olham o mundo não para o explorar, mas para que tenha vida.”
E enquanto as mães dão a vida e as mulheres guardam o mundo, o
apelo do Papa é para que todos se empenhem em promover as mães e proteger as
mulheres.
“Quanta
violência existe contra as mulheres! Basta! Ferir uma mulher é ultrajar a Deus,
que tomou de uma mulher a humanidade”
“No início do Ano Novo, coloquemo-nos sob a proteção desta
mulher, a Mãe de Deus, que é nossa mãe. Que Ela nos ajude a guardar e meditar
tudo, sem ter medo das provações, na jubilosa certeza de que o Senhor é fiel e
sabe transformar as cruzes em ressurreições”, foram os votos do Pontífice
Fonte: Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário