Recém nomeado para o governo pastoral da Diocese de Crato como
novo bispo, Dom Magnus Henrique Lopes (OFMCap) emitiu uma carta para o seu novo
rebanho. Convicto de que o Senhor o escolheu para assumir este novo rebanho, e
respondendo com humildade o pedido do Santo Padre, o Papa Francisco, em sua
carta, o novo bispo da Diocese de Crato pede a oração de todos os homens e
mulheres desta porção do Povo de Deus a ele confiado, rogando a proteção e o
amparo de Nossa Senhora da Penha e de São Francisco de Assis.
Clique aqui e tenha acesso a Carta completa: CARTA_DIOCESE DO CRATO_Chegada_Dom Magnus_Jan_2022
Reverendíssimo Padre José Vicente e demais Sacerdotes, Diáconos,
Religiosas e Religiosos, demais Consagradas e Consagrados.
Seminaristas, Agentes de Pastorais, Movimentos e Associações, Catequistas,
Leigas e Leigos, e todo o “Povo de Deus” da nossa Diocese do Crato.
Excelentíssimas autoridades constituídas.
Paz e Bem!
Animado pela convicção de que Cristo é Senhor de minha vida e
meu Ministério, proponho-me, uma vez mais, a testemunhar as palavras de Paulo
apóstolo por mim adotadas como lema episcopal “tudo posso naquele
que me fortalece” (Fl. 4,13), e, assim, venho me prostrar diante de Deus e
da Mãe Igreja para acolher com humildade, responsabilidade e disponibilidade a
missão que ora me é confiada – para pastorear esta Diocese do Crato – CE.
Rogo à Nossa Senhora da Penha, ao seráfico
Pai São Francisco de Assis e a todos vocês, para que por mim intercedam junto
ao Pai para que Ele nos conceda as graças necessárias para conduzir com
sabedoria, disponibilidade, firme compaixão e ternura, esta porção amada do
povo de Deus.
Convicto de que “o Senhor me escolheu porque não viu entre os
pecadores nenhum mais vil nem mais insuficiente do que eu” (São Francisco de
Assis), entrego-me à Divina Misericórdia e sigo, com os olhos fixos no Cristo,
nosso justo e Bom Pastor, a fim de perseguir a vontade d’Ele para minha vida.
Neste momento de singular importância, em que vos falo pela primeira vez como
Bispo nomeado desta Igreja particular do Crato, quero expressar a minha
admiração e gratidão a todos pela doação a esta Igreja centenária. Minhas
orações para que Deus continue concedendo a unidade, a força e a perseverança
no santo serviço – essenciais ao Amor.
Alegro-me nos meus irmãos Franciscanos Capuchinhos pelo
testemunho e presença histórica e evangelizadora neste solo, desde os idos de
1741, quando aqui se pode ver pela primeira vez o burel capuchinho. Como são
insondáveis os desígnios de Deus!
Insondáveis ao ponto de me alegrar pela desadornada certeza de
que aqui – onde outrora foi edificada uma simples capelinha consagrada ao Deus
Uno e Trino, sob a proteção de Nossa Senhora da Penha e de São Fidelis de
Sigmaringa e que, um dia, veio a tornar-se a Igreja Mãe, A Sé Catedral –,
chegaria um frade capuchinho, oriundo da Província Nossa Senhora da Penha do
Nordeste do Brasil, para continuar servindo ao povo de Deus com a mística
franciscana, que fora meu primeiro chamado.
Com a simplicidade do seráfico Pai e a humildade da Mãe que tão
concretamente se fez serva por amor, buscaremos, com a graça de Deus,
juntamente com todo o Presbitério, Diáconos, com a Vida Religiosa e a ajuda de
todo o laicato, dar continuidade ao grande trabalho até aqui realizado pelos
meus antecessores. É preciso lembrar sempre que o Papa Francisco nos conclama a
ser uma Igreja Sinodal; uma Igreja que escuta e acolhe para melhor se fazer
presente nas dores do mundo, levando Jesus Cristo como o centro da nossa
missão, pois, “o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja
do terceiro milênio.” Assim nos principiou e continuar a motivar o Santo Padre,
e é neste espírito que precisamos trilhar nossos caminhos.
No espírito de diálogo, comunhão e serviço, temos a certeza
amorosa que contaremos sempre com a presença de todos. De modo especial, com a
dos Padres, a quem ouso, desde já, chamar de meus filhos pela fé. Peço,
humildemente, para que possamos dar continuidade à missão de uma Igreja
comprometida com a grandeza do Evangelho e sensível aos desafio dos tempos hodiernos,
pois, o sopro do Espírito sempre acendeu as brasas do nosso coração e da
missão, que, mesmo com uma chama tênue, homem algum jamais conseguiu
arrefecê-la: eis a essencialidade e a riqueza do acolhimento ao sopro do
Espírito, aonde O for.
Neste cenário em que estamos vivendo no
mundo, emoldurado pelos lutos, sofrimentos, dores, perdas e incontáveis
sequelas sociais, são imprescindíveis a oração e a caridade, pois nenhuma dor
poderá, e nem deverá, ser vivida no isolamento e no indiferentismo, é preciso
“ternura de mãos se encontrando”, estendendo-se. E, por isso, peço-vos que
rezeis e, na medida do possível medir, que sejais caridosos para com todos
aqueles que se acercarem de vós.
Sabemos que a Eucaristia que celebramos nos
une, fortalece e nos impulsiona a caminhar em direção ao outro, conduzindo
nosso coração para o despertar em nós o samaritano e o cireneu, que por
diversos motivos, deixamos adormecidos dentro de nós e, somente com o acender
das luzes do Espírito, são capazes de despertar e se colocarem a servir.
Uma Palavra afetiva, alegre e cheia de esperança aos Romeiros,
Devotos da Mãe das Dores – homens e mulheres de Fé! –, provados nos sóis das
injustiças e perseverantes na luz do Sol invicto que é Jesus. Senti-vos
acolhidos e amados por este servo que Deus escolheu para (em comunhão)
pastorear a Igreja do Crato.
Sou cônscio que neste solo sagrado,
sentir-me-ei em casa, no meio do meu povo corajoso, cheio de esperança e de fé;
povo provado no cadinho das labutas diárias, com o que me identifico, sobretudo
por ter minha origem no sertão norte-rio-grandense, especificamente em Assú, na
terra da bemaventurada Irmã Lindalva, morando há 11 (onze) anos na vizinha
Diocese de Salgueiro, e sendo um cristão católico que sempre peregrinou por estas
terras sagradas, a fim de levar e encontrar misericórdia.
Grandes homens e mulheres plantaram neste
torrão a força transformadora do Evangelho e da Fé. Muitos ficaram no anonimato
e outros são lembrados na memória afetiva como um sinal de Deus. Minha alegria
é saber que venho rezar e caminhar nas terras do Padre Cícero (“Meu Padim!”), e
da serva de Deus Benigna, que, em suas vidas, tanto testemunharam sobre as
coisas do alto. Eis o caminho para todos nós como Igreja: a santidade nas
pequenas lutas diárias, passo a passo, a cada recomeço com mais Amor e
Misericórdia!
Conto com as vossas orações para que o bom Deus, que me chamou a
conduzir seu rebanho nesta querida Diocese do Crato, conceda-me sabedoria,
caridade, misericórdia e firmeza necessárias a fim de que possa bem pastoreá-la
(e, assim, também encontre tudo isso para comigo), tendo a alma repleta de
sentimentos de ternura e afeto no agir de pastor, impulsionado pela fidelidade,
coragem e disponibilidade de Nossa Senhora, sem esquecer jamais o vigor, a
perseverança e a brandura de Francisco de Assis, que, sempre disposto a
recomeçar, reconhecia que pouco ou nada havia feito, porque infatigável era o
seu desejo de busca da santidade – fazer o que Deus quer.
Derrame
o Deus da Misericórdia, sobre todos vós, infindas bênçãos, guardando-vos de
todo o mal, hoje e sempre.
Na
esperança e na alegria do encontro, trago os meus votos de Paz e Bem!
Salgueiro – PE, 12 de janeiro de 2022.
Dom Magnus Henrique Lopes,OFMCap.
Bispo eleito da Diocese do Crato.
Fonte: Site da Diocese de Crato
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