Teve início a 35ª viagem
apostólica do Papa Francisco a Chipre e à Grécia. Pela manhã os encontros do
Papa com dois grupos de migrantes de várias nacionalidades, o primeiro
acompanhado à Casa Santa Marta pela Comunidade de Santo Egídio e o segundo da
Paróquia de Santa Maria dos Anjos perto do Aeroporto de Fiumicino.
Amedeo Lomonaco –
Vatican News
O voo com o Papa
Francisco a bordo aterrou no aeroporto de Larnaca, em Chipre, na tarde desta
quinta-feira (02/12). O Santo Padre foi acolhido por um lindo sol, visto que
aqui em Roma a chuva não dá trégua, e pelo sorriso de muitos que aguardam suas
palavras de encorajamento e consolo. As crianças cantaram com alegria para o
Papa a música "Francesco, nós te amamos". O Santo Padre agradeceu aos
jornalistas que o acompanharam durante a viagem.
Uma viagem bonita e
também tocaremos algumas chagas. Espero que possamos acolher todas as mensagens
que encontraremos. Muito obrigado por sua companhia.
No final das
boas-vindas oficiais no Aeroporto de Larnaca, o Papa Francisco foi de carro à
capital Nicósia onde, na Catedral Maronita de Nossa Senhora das Graças,
encontra com o clero e os movimentos eclesiais de Chipre.
Esta manhã, às 11h05, o Papa partiu do Aeroporto de Roma
Fiumicino. "Pela manhã, depois de deixar o Vaticano, o Papa fez uma parada
na Paróquia de Santa Maria dos Anjos, perto do Aeroporto de Fiumicino, onde
rezou diante da imagem de Nossa Senhora de Loreto e encontrou cerca de 15
refugiados hospedados na paróquia", ressalta uma nota da Sala de Imprensa
da Santa Sé.
O Papa encontra os imigrantes na paróquia romana
Ainda pela
manhã, "antes de deixar a Casa Santa Marta, o Pontífice saudou um grupo de
12 refugiados acompanhados pelo Esmoleiro do Papa, cardeal Konrad Krajewski. Os
imigrantes, agora residentes na Itália, vêm da Síria, Congo, Somália e
Afeganistão. Eles passaram pelo campo de Lesbos nos últimos anos e foram
recebidos em sua chegada pela Comunidade de Santo Egídio. Dentre eles, alguns
vieram com Francisco no avião papal em 2016", ressalta outra nota da Sala
de Imprensa da Santa Sé.
Maria Quinto, da Comunidade de
Santo Egídio envolvida no projeto dos corredores humanitários, sublinha que o
Pontífice pediu a eles para rezar pela viagem e disse que voltará a Lesbos para
estar perto dos que ainda estão ali.
Antes de deixar a
Casa Santa Marta, o Papa se encontrou com um grupo de refugiados acompanhados
pelo cardeal Konrad Krajewski. Como aconteceu esse encontro?
Maria Quinto: Foi um encontro muito
familiar e simples. Estiveram presentes algumas famílias. Havia uma família
somali com uma mãe deficiente acompanhada por três filhos. Todas as famílias
vinham de Lesbos, como esta mulher deficiente que fez a perigosa viagem de
barco carregada nos braços por seus filhos. Todos chegaram à Itália pelos
corredores humanitários. O Papa ficou muito emocionado ao ouvir suas histórias.
Ele se encontrou novamente com a família de um jovem que chegou de Lesbos no
vôo papal de 2016. Ele agora está casado, tem um filho e espera o segundo.
Trabalha regularmente. O Papa ouviu com satisfação o caminho de integração
desta família. Todos ficaram muito felizes com este encontro. Após a chegada do
pai de família no voo papal em 2016 de Lesbos para a Itália, também chegou sua
esposa, que morava no Líbano. Eles se reuniram e nos últimos anos foi trilhado
um caminho muito positivo com o acompanhamento da Comunidade de Santo Egídio.
O que o Papa disse
aos imigrantes?
Maria Quinto: O Papa pediu-lhes que
rezassem pela viagem e acrescentou que voltava a Lesbos para estar perto dos
que ainda estão ali. Os refugiados foram muito atingidos. A experiência de ter
vivido no campo de refugiados de Lesbos os marcou.
O que os imigrantes
disseram a Francisco?
Maria Quinto: Eles contaram suas
histórias. Havia pessoas que chegaram à Itália há 5 meses, outros dois anos e
uma família há um ano. Cada um falou alguma coisa sobre seu percurso. Uma
mulher do Congo expressou sua alegria por seus filhos poderem ir à escola na
Itália. São três crianças que frequentam o Ensino Fundamental. Uma família
afegã expressou sua preocupação com este momento particular que seu país está
vivendo.
Um encontro em que se
reviram as feridas e as cicatrizes de Lesbos, mas também um olhar de esperança
voltado, também através da oração, para a viagem do Papa Francisco à Grécia...
Maria Quinto: Sim, através da
oração e este caminho acompanhado, como também várias vezes Francisco
sublinhou, pela integração, porque é importante viver juntos de forma
construtiva nas comunidades que os acolhem.
Telegramas dos países sobrevoados
O Papa faz
uma visita pastoral a Chipre e à Grécia "como um peregrino que anseia por
fontes antigas", lê-se no telegrama pontifício enviado ao Presidente da
República Italiana, Sergio Mattarella, ao deixar a Itália, "com o desejo
sincero de encontrar os irmãos na fé e as populações locais". Em seguida,
Francisco saúda todo o povo italiano com a esperança de "serenidade e
cooperação mútua para o bem comum".
Em sua
mensagem de resposta, Mattarella sublinhou que a viagem do Papa é "uma
viagem apostólica no coração do Mediterrâneo, em cujas margens povos e culturas
se encontraram e se confrontaram ao longo dos séculos num processo de
enriquecimento recíproco". É "uma encruzilhada de importância
fundamental", acrescentou o Chefe de Estado, na qual todos devem se
comprometer a fim de fazer "prevalecer as razões da paz, do acolhimento e
da compreensão mútua" sobre a "lógica que alimenta as violações da
dignidade da pessoa e de seus direitos fundamentais".
Na viagem
de ida para Chipre, o avião papal também sobrevoou o espaço aéreo da Grécia,
país que receberá Francisco nos próximos dias. Num telegrama ao presidente da
República Helênica, Katerina Sakellaropoulou, o Pontífice fez seus
"melhores votos de oração" aos cidadãos, invocando "a bênção de
Deus sobre todos" e aguardando "com grande alegria" a
"iminente visita" ao país.
Fonte: Vatican News
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