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Papa Francisco pede, a nós cristãos, que sejamos “construtores incansáveis de
esperança; luz enquanto o sol se obscurece; testemunhas de compaixão enquanto
ao redor reina a distração; presenças atentas na indiferença generalizada”.
Homilia da Santa Missa celebrada por ocasião do 5° Dia Mundial dos Pobres neste
domingo 14 de novembro
Jane Nogara - Vatican News
Neste domingo (14/11) em que a Igreja celebra o 5°
Dia Mundial dos Pobres, na homilia da Santa Missa celebrada na Basílica de São
Pedro o Papa Francisco falou sobre as imagens utilizadas por Jesus para nos dar
esperança. Depois de falar sobre o Evangelho de Marcos (13, 24-28) no qual se
recorda que “da total obscuridade, há de vir o Filho do Homem” disse:
“Deste modo o Evangelho ajuda-nos a ler a história,
captando dois aspetos dela: a dor de hoje e a esperança de amanhã. Por um lado,
evocam-se todas as dolorosas contradições em que a realidade humana vive imersa
em cada tempo; por outro, há o futuro de salvação que a espera, isto é, o
encontro com o Senhor que vem para nos libertar de todo o mal”.
A dor e a esperança
Em seguida comentou dois desses aspetos, “com o
olhar de Jesus”. Com relação ao primeiro aspecto comentou a dor de hoje.
"Vivemos numa história marcada por tribulações, violências, sofrimentos e
injustiças” e afirmou:
“O Dia Mundial dos Pobres que estamos
celebrando, pede-nos que não viremos o rosto para o outro lado, não tenhamos
medo de olhar de perto o sofrimento dos mais frágeis. Para eles o sol
frequentemente é obscurecido pela solidão, a lua de suas expectativas apaga-se
e os sonhos caem na resignação e acaba abalada a própria existência. Tudo isso
por causa da pobreza a que muitas vezes se veem constrangidos, vítimas da
injustiça e da desigualdade duma sociedade do descarte, que corre apressada sem
os ver e, sem escrúpulos, os abandona ao seu destino”.
Porém, disse Francisco:
“Em contrapartida, existe o segundo aspeto: a
esperança de amanhã. Jesus quer abrir-nos à esperança, arrancar-nos da angústia
e do medo à vista da dor do mundo. Para isso assegura-nos: ao mesmo tempo que o
sol se obscurece e tudo parece cair é precisamente quando Ele Se faz vizinho a
nós”.
Porque, “a salvação de Deus não é só uma promessa
reservada para o Além, mas cresce já agora dentro da nossa história ferida, abre
caminho por entre as opressões e injustiças do mundo”.
O que Jesus nos pede, a nós cristãos?
Neste ponto o Papa perguntou o que se pede, a nós
cristãos? E como resposta disse: “Nutrir a esperança de amanhã, curando a dor
de hoje”. De fato, explicou, a esperança que nasce do Evangelho não consiste em
esperar passivamente por um amanhã em que as coisas hão de correr melhor, mas
em tornar concreta hoje a promessa de salvação de Deus: hoje, cada dia...
“A nós, é-nos pedido isto: ser, entre as ruínas
quotidianas do mundo, construtores incansáveis de esperança; ser luz enquanto o
sol se obscurece; ser testemunhas de compaixão enquanto ao redor reina a
distração; ser presenças atentas na indiferença generalizada”.
“Compete-nos”, disse ainda “especialmente a nós
cristãos, organizar a esperança, traduzi-la diariamente em vida concreta nas
relações humanas, no compromisso sociopolítico”.
Agir concretamente pelo bem
A partir da imagem simples que Jesus oferece a de
folhas que desabrocham sem fazer ruído e estas folhas aparecem quando o ramo se
torna tenro Francisco afirmou que aqui está a palavra que faz germinar a
esperança no mundo e alivia a dor dos pobres: a ternura. Depende de
nós superar o fechamento, a rigidez interior e deixar de pensar apenas em
nossos problemas.
“Jesus quer-nos ‘conversores de bem’: pessoas
que, imersas no ar pesado que todos respiram, respondem ao mal com o bem (cf.
Rm 12, 21). Pessoas que agem: partilham o pão com os famintos, trabalham pela
justiça, elevam os pobres e devolvem-lhes a sua dignidade”.
Por
fim encorajou todos com as palavras de Lucas: “Coragem, o Senhor está próximo!
Também para ti há um verão que desabrocha no coração do inverno. Mesmo da tua
dor, pode ressurgir a esperança”. Concluindo Francisco disse: “Levemos ao mundo
este olhar de esperança. Levemo-lo com ternura aos pobres, sem os julgar.
Porque lá, junto deles, está Jesus; porque lá, neles, está Jesus, que nos
espera”.
Fonte:
Vatican News
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