Depois
de sublinhar a palavra diálogo, no centro da saudação do presidente da Academia
Sueca, o Pontífice ressaltou que "a longa crise da pandemia está
prejudicando a capacidade de dialogar com os outros".
Mariangela Jaguraba - Vatican News
O
Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (19/11), no Vaticano, os
membros da Academia Sueca que anualmente premia os vencedores do Prêmio Nobel
de Literatura.
Depois de sublinhar a
palavra diálogo, no centro da saudação do presidente do organismo, o Pontífice
ressaltou que "a longa crise da pandemia está prejudicando a capacidade de
dialogar com os outros".
Isto
certamente se deve tanto aos períodos de confinamento quanto ao fato de toda
essa situação ter afetado as pessoas, muitas vezes de forma inconsciente. Cada
um se encontra um pouco mais distante do outro, um pouco mais fechado, talvez
mais desconfiado; ou simplesmente estamos menos inclinados a nos encontrar, a
trabalhar lado a lado, com a alegria e o esforço de construir algo juntos.
Portanto, a primeira coisa é tomar consciência desta realidade, que ameaça cada
um de nós como pessoas, enfraquecendo a nossa capacidade de relacionamento e
empobrecendo a sociedade e o mundo. Mesmo não intencionalmente, esta tendência
pode levar à cultura da indiferença.
Segundo o Papa, "a prática cotidiana do encontro e do
diálogo" é "um estilo de vida que não vira notícia, mas ajuda a
comunidade humana a ir adiante, a crescer na amizade social", conforme
indicado no sexto capítulo da Encíclica Fratelli tutti,
"Diálogo e amizade social".
Aos acadêmicos, que atribuem os prestigiosos Prêmios Nobel, o
Papa partilhou "esta escolha do diálogo social como via principal para uma
nova cultura".
O
desenvolvimento penetrante das redes sociais corre o risco de substituir o
diálogo com uma multiplicidade de monólogos, muitas vezes com tons agressivos.
Em vez disso, o diálogo social "pressupõe a capacidade de respeitar o
ponto de vista do outro", com sinceridade e sem dissimulação.
"Diálogo não é sinônimo de relativismo, ao contrário, uma
sociedade é tanto mais nobre quanto mais cultiva a busca da verdade e está
enraizada em verdades fundamentais, quando reconhece que «todo ser humano
possui uma dignidade inalienável». Este princípio pode ser compartilhado por
todos", disse ainda Francisco.
"Com base nisso, somos chamados a promover a cultura do
encontro", disse ainda o Papa, concluindo com um trecho da Encíclica Fratelli
tutti: «Armemos os nossos filhos com as armas do diálogo! Ensinemos-lhes a
boa batalha do encontro!»
Fonte:
Vatican News
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