“Erguei-vos
e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos em que tudo parece estar
acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo com alegria mesmo em meio
às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da história”, exortou o Papa
comentando a liturgia desde I Domingo do Advento, em preparação para o Natal do
Senhor
Raimundo de Lima - Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração do Angelus ao
meio-dia deste domingo - o I Domingo do Advento - com os fiéis e peregrinos
presentes na Praça São Pedro. Na alocução que precedeu a oração mariana,
comentando o Evangelho da liturgia do dia ressaltou-nos que o mesmo nos fala da
vinda do Senhor no final dos tempos.
“Jesus anuncia eventos desoladores e tribulações,
mas justamente neste ponto nos convida a não ter medo. Por quê? Porque tudo vai
correr bem? Não, mas porque Ele virá, disse Francisco destacando uma passagem
do Evangelho:
Ele diz: "Erguei-vos e levantai a cabeça, pois
está próxima a vossa libertação" (Lc 21,28). É bom ouvir esta palavra de
encorajamento: erguei-vos e levantai a cabeça porque é justamente nos momentos
em que tudo parece estar acabado que o Senhor vem para nos salvar; esperá-lo
com alegria mesmo em meio às tribulações, nas crises da vida e nos dramas da
história.
Jesus nos mostra o caminho
Mas como levantar a cabeça, como não nos deixarmos
absorver por dificuldades, pelos sofrimentos, pelas derrotas? – perguntou o
Santo Padre.
Jesus nos mostra o caminho com um forte apelo:
"Cuidado para que vossos corações não fiquem pesados. Ficai acordados,
portanto, orando em todo momento". "Ficai acordados": a
vigilância. Detenhamo-nos sobre este importante aspecto da vida cristã, frisou
o Pontífice.
Estar vigilantes
Pelas palavras de Cristo, vemos que a vigilância
está ligada à atenção: cuidado, não se distraiam, ou seja, fiquem acordados!
Vigilar significa isto: não permitir que o coração se torne preguiçoso e que a
vida espiritual se enfraqueça na mediocridade. Ter cuidado porque se pode ser
"cristãos adormecidos", sem impulso espiritual, sem ardor na oração,
sem entusiasmo pela missão, sem paixão pelo Evangelho. E isto leva a
"adormecer": a continuar com as coisas por inércia, a cair na apatia,
indiferentes a tudo, exceto ao que nos convém.
Precisamos estar vigilantes para não arrastar
nossos dias para o hábito, para não nos fazer ficar pesados - diz Jesus - pelas
preocupações da vida. Hoje, então - prosseguiu -, é uma boa oportunidade para
nos perguntarmos: o que pesa no meu espírito? O que me faz acomodar na poltrona
da preguiça? Quais são as mediocridades que me paralisam, os vícios que me
esmagam até o chão e me impedem de levantar a cabeça? E com relação aos fardos
que pesam sobre os ombros dos irmãos, estou atento ou indiferente?
Estas perguntas nos fazem bem, porque ajudam a
proteger o coração da preguiça, que é um grande inimigo da vida espiritual. Ela
é aquela preguiça que nos mergulha na tristeza, que nos tira o gosto de viver e
o desejo de fazer. É um espírito maligno que aprisiona a alma no torpor,
roubando-lhe a alegria. O Livro dos Provérbios diz: "Guarda teu coração,
porque dele brota a vida" (Pr 4,23). Custodiar o coração: isso significa
vigilar!
O segredo para estar vigilante é a
oração
E acrescentemos um ingrediente essencial: o
segredo para estar vigilante é a oração. Pois Jesus diz: "Vigiai em
todo momento orando" (Lc 21,36). É a oração que mantém acesa a lâmpada do
coração. Especialmente quando sentimos que nosso entusiasmo esfriou, a oração
reacende-o, porque nos traz de volta a Deus, ao centro das coisas. Ela desperta
a alma do sono e a concentra no que importa, sobre o fim da existência. Mesmo
nos dias mais movimentados, não negligenciamos a oração.
A
oração do coração pode nos ajudar, repetindo frequentemente pequenas
invocações. No Advento, acostumemo-nos a dizer, por exemplo: "Vem, Senhor
Jesus". Repitamos esta oração ao longo do dia: a alma permanecerá
vigilante!
Fonte:
Vatican News
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