No
encontro com os Bispos amigos dos Focolares o Papa disse para “ousarem a
unidade. A partir da consciência de que a unidade é dom”, porém “sem anular a
diversidade”
Jane Nogara - Vatican News
O
Papa Francisco recebeu neste sábado (25) um grupo de Bispos amigos do Movimento
dos Focolares. Depois de uma breve saudação aos presentes recordou que “a Obra
de Maria, ou Movimento dos Focolares, sempre cultivou, através do carisma
recebido de sua fundadora Chiara Lubich, o sentido e o serviço da unidade:
unidade na Igreja, unidade entre todos os crentes, unidade em todo o mundo, ‘em
círculos concêntricos’”.
Criar a unidade sem anular a diversidade
“Em meio
às lacerações e às destruições da guerra - disse o Papa - o Espírito colocou no
coração jovem de Clara uma semente de fraternidade e comunhão. Uma semente que
daquele grupo de amigas, em Trento, se desenvolveu e cresceu, atraindo homens e
mulheres de todas as línguas e nações com a força do amor de Deus, que cria
unidade sem anular a diversidade, ao contrário, valorizando-a e
harmonizando-a”.
Ao
recordar a evidente “parentela” entre este carisma e o ministério dos bispos
Francisco ponderou:
“Nós, bispos, estamos a
serviço do povo de Deus, para que possam ser edificados na unidade da fé, da
esperança e da caridade. No coração do bispo, o Espírito Santo imprime a
vontade do Senhor Jesus: que todos os cristãos sejam um, para louvor e glória
do Deus Uno e Trino e para que o mundo creia em Jesus Cristo.”
Unidade
atraída pela forma misericordiosa do seu Mistério pascal
Em seguida
reiterou:
“Papa e
bispos, estamos a serviço não de uma unidade externa, de uma ‘uniformidade’,
mas do mistério de comunhão que é a Igreja em Cristo e no Espírito Santo, a
Igreja como Corpo vivo, como povo que caminha na história e, ao mesmo tempo,
para além da história. Povo enviado no mundo para testemunhar Cristo, porque
Ele, Lumen
gentium, Luz das gentes, possa atrair todos para si, com a força suave e
misericordiosa do seu Mistério pascal”.
“Sonho” da
fraternidade
“Queridos irmãos, podemos dizer,
que este é o ‘sonho’ de Deus. É seu plano reconciliar e harmonizar em Cristo
tudo e todos. Este é também o ‘sonho’ da fraternidade, ao qual dediquei a
Encíclica Fratelli tutti”
O Papa
recordou que diante de tantas adversidades presentes no mundo de hoje “o
Espírito nos chama a ‘ousar ser um’, como diz o título seu encontro. Ousar a
unidade. A partir da consciência de que a unidade é dom.
Os que têm
coragem
“A coragem
da unidade é testemunhada sobretudo pelos santos: há alguns dias, celebramos
São Cornélio, Papa, e São Cirprião, Bispo... Mas pensemos também em tantas
testemunhas de nosso tempo, pastores e leigos, que tiveram a ‘audácia da
unidade’, pagando às vezes pessoalmente um preço muito alto.
“Porque a unidade que Jesus
Cristo nos deu e continua a nos dar não é unanimismo, não é concordar a todo
custo. Obedece a um critério fundamental, que é o respeito pela pessoa, o
respeito pelo rosto do outro, especialmente dos pobres, dos pequenos, dos
excluídos”
Por fim o
Papa saudou os presentes:
Agradeço o
compromisso com o qual vocês levam avante este caminho de amizade - lembrem-se:
sempre aberto, nunca exclusivo - a fim de crescer a serviço da comunhão.
Fonte: Vatican News
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