Convém
à criatura humana, mais do que nunca, se voltar para Francisco de Assis, numa
inspiração, apoiando-se na sua pessoa, inquestionável referencial e exemplo,
induzido e inculcado por preces fervorosas ao bom Deus, no sentido da cura dos
males do planeta ou mesmo na busca de uma terra sem males. Ele, que recebeu do
bom Deus-Criador a mais elevada e sublime missão, ao externar um clamor muito
forte: o de chamar a atenção para os cuidados com as criaturas de Deus. Na
condição de humilde servo de Deus, compreendeu o mistério da compaixão
cristalina, demonstração da vontade divina. Quão magnânimo esplendor, afável
ternura e fervor, no Aventureiro de Assis pelo seu Senhor!
“Francisco,
despojado de todas as coisas que são do mundo, dedicou-se à justiça divina, e,
desprezando a própria vida, entregou-se ao serviço divino por todos os modos
possíveis”. Quando se contempla as obras das mãos de Deus, no exemplo venturoso
do trovador acima, o de Assis, montado naquele cavalo, tem-se muito a dizer e
simbolizar o mundo, a partir do convívio com as relações econômicas, sociais e
políticas, sem esquecer as vaidades, o orgulho e o egoísmo humano, os quais
envolvem em desgastes desfigurados o rosto de Deus, nas criaturas e no próprio
mundo.
Nele
está presente, por sua constante e viva mensagem, o seu mais radical
significado engrandecedor, de convocar e provocar as pessoas de boa vontade,
seguidoras de Jesus de Nazaré, a um despertar da consciência sempre acompanhada
da excelsa grandeza de alma, no que diz respeito ao sustento da vida, mas num
amor descomunal e sem medida, no que se possa, não só imaginar, mas também
encontrar meios possíveis, na sólida reconstrução da sociedade, com um olhar
carinhoso, no mesmo propósito ou desígnio para com a criação: sua plena
restauração.
Quando
muitos pensam no que é pequeno, néscio e barato terraplanismo negacionista,
afligindo e incidindo na vida humana, mesmo num não à mão de obra nanica e
irrelevante, designando prejuízo em detrimento dos talentos, das descobertas e
inteligência dos seres humanos, sentido da vida, dom e graça de Deus, nas suas
relações humanas, que não se prescinda do ideal e do espírito de Francisco de
Assis.
Pensemos,
pois, na contribuição do Poverello d’Assisi, que, ao entrar nas cidades de
então e, como um ébrio do espírito, começou a louvar o Senhor pelas praças e
pelos becos. Hoje também se faz necessário caminhar ao encontro da ética e da
moral, a partir do diálogo ecumênico, aberto e no respeito à realidade do mundo
tão diverso, carecendo de uma clemente complacência franciscana, no seu sentido
mais amplo, tendo no centro a vida, numa prece por sua sobrevivência, muito
além da espécie humana (cf. Hans Küng, P. Ética Mundial).
Pe. Geovane Saraiva – Pároco
de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor e integrante da academia
Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).
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