“Aqueles que procuram a vida precisam olhar para a promessa e para a sua realização em Cristo”. Palavras do Papa Francisco ao refletir sobre a “Lei” na Carta aos Gálatas do Apóstolo Paulo, na Audiência Geral da quarta-feira, 11 de agosto na Sala Paulo VI
Jane Nogara - Vatican
News
Na Audiência desta
quarta-feira (11/08) o Papa Francisco continuou suas catequeses sobre a Carta
aos Gálatas com o tema de hoje “Por que, então, a Lei? Esta é a questão que,
seguindo São Paulo, queremos aprofundar hoje, a fim de reconhecer a novidade da
vida cristã animada pelo Espírito Santo”, explicou o Papa.
“Quando Paulo fala da
Lei refere-se normalmente à Lei mosaica, à lei de Moisés, aos Dez Mandamentos.
Estava relacionada com a Aliança que Deus tinha estabelecido com o seu povo”.
“A Lei - segundo vários textos do Antigo testamento - é a coleção de todas as
prescrições e regras que os israelitas devem observar, em virtude da Aliança
com Deus”. “A observância da Lei garantiu ao povo os benefícios da Aliança e o
vínculo especial com Deus”. “A ligação entre Aliança e Lei era tão estreita que
as duas realidades eram inseparáveis. A lei é a expressão que uma pessoa, um
povo está em aliança com Deus”.
Intuições de Paulo
sustentado pela graça
Por isso, observa
Francisco, “é fácil compreender como os missionários que se tinham infiltrado
entre os Gálatas tiveram uma boa oportunidade de reivindicar que a adesão à
Aliança também implicava a observância da Lei de Moisés”. E o Papa explica que
assim chegamos ao foco da questão: “É precisamente sobre este ponto que podemos
descobrir a inteligência espiritual de São Paulo e as grandes intuições que ele
expressou, sustentado pela graça que recebeu para sua missão evangelizadora”.
“O
Apóstolo explica aos Gálatas que, na realidade, a Aliança e a Lei não estão
ligadas de modo indissolúvel. Pois a Aliança estabelecida por Deus com Abraão
estava fundamentada sobre a fé no cumprimento da promessa e não sobre a
observância da Lei, que ainda não existia. Pois, se a herança se obtivesse pela
Lei, já não proviria da promessa”
Desta forma Paulo
alcançou um primeiro objetivo: “a Lei não é a base da Aliança porque veio mais
tarde”.
Viver no Espírito
Santo que liberta da Lei
“Dito isto, não se
deve pensar que São Paulo era contra a Lei mosaica. Várias vezes nas suas
Cartas, defende a sua origem divina e afirma que desempenha um papel muito
específico na história da salvação”, esclarece o Papa.
“No
entanto, a Lei não dá vida, não oferece o cumprimento da promessa, pois não
está em condições de a poder cumprir. Aqueles que procuram a vida precisam
olhar para a promessa e para a sua realização em Cristo”
Por fim Francisco
conclui:
"Caríssimos,
esta primeira exposição do Apóstolo aos Gálatas apresenta a novidade radical da
vida cristã: todos aqueles que têm fé em Jesus Cristo são chamados a viver no
Espírito Santo, que liberta da Lei e ao mesmo tempo a leva a cumprimento
segundo o mandamento do amor".
"Isto é muito
importante, a lei nos leva a Jesus. Mas alguns de vocês podem me dizer:
"Mas, Padre, uma coisa: isto significa que se eu rezar o Credo, não tenho
que cumprir os mandamentos"? Não, os mandamentos são atuais no sentido de
que são 'pedagogos' que levam você ao encontro com Jesus, mas se você deixar de
lado o encontro com Jesus e quiser dar maior importância aos mandamentos, este
foi o problema destes missionários fundamentalistas que se intrometiam entre os
Gálatas para desorientá-los. Que o Senhor nos ajude ir adiante no caminho dos
mandamentos, mas olhando o amor de Cristo com o encontro com Cristo sabendo que
o encontro com Jesus é mais importante do que todos os mandamentos".
Fonte: Vatican News
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