A mensagem de Francisco chega aos jovens reunidos na Mladifest, um encontro anual internacional de oração que se realiza de 1° a 6 de agosto na cidade da Bósnia-Herzegóvina. Confiando-os ao modelo de Maria e seu "Eis-me aqui", o Papa os convida a acreditar na plenitude e na verdadeira felicidade que a entrega a Deus, livre de apegos, traz consigo
Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano
"O que farei de bom para ter a vida
eterna"? As palavras do jovem rico de que falam os Evangelhos sinóticos
(cf. Mt 19,16-22; Mc 10,17-22; Lc 18,18-23), aquele que "partiu, ou
melhor, correu ao encontro do Senhor, para ter a vida eterna, isto é, a
felicidade", são o tema guia do Festival dos Jovens em curso em Medjugorje
até 6 de agosto. As saudações e a mensagem do Papa são dirigidas aos
participantes, e ele toma estas palavras como ponto de partida e imediatamente
indica o caminho: "É uma palavra - explica Francisco - que nos coloca
diante do Senhor; e Ele fixa Seu olhar em nós, Ele nos ama e nos convida 'Vem!
Segue-me'!" (Mt 19,21).
Uma ocasião para ir ao encontro de
Jesus
O Mladifest, recorda a todos o Papa, é de fato uma
"semana de oração e de encontro com Jesus Cristo, em particular na sua
Palavra viva, na Eucaristia, na adoração e no sacramento da
Reconciliação", que tem o poder de "nos colocar no caminho para o
Senhor". E assim este jovem do Evangelho, cujo nome não conhecemos, mas
cuja alma conhecemos, torna-se o emblema de todos os que participam deste
evento.
Ele, recorda o Papa, "educado e bem
instruído", era animado por uma "saudável inquietação que o incitava
a buscar a verdadeira felicidade, a vida em sua plenitude", por esta razão
ele se colocou a caminho e em Jesus Cristo encontrou um guia "forte,
credível e confiável" que "o dirigia a Deus, que é o único e supremo
Bem do qual vem todo o outro bem". A vida eterna, o bem pelo qual
ele anseia, certamente não é um bem material a ser conquistado com "a
própria força", mas através de etapas a serem percorridas que Francisco
indica aos jovens.
As etapas da vida eterna: amar o
próximo
A primeira etapa, indicada por Jesus, é o
"amor concreto pelo próximo", mas não o amor dado pela observância de
preceitos, mas um amor "gratuito e total". De fato, Jesus está
consciente do "desejo de plenitude que o jovem carrega em seu coração",
mas também de seu "ponto fraco", que é seu apego a "muitos bens
materiais". Por esta razão, como segunda etapa, "ele lhe propõe
passar da lógica do 'mérito' para a do ‘dom’:
“"Se
queres ser perfeito, vai, vende os teus bens e dá aos pobres, e terás um
tesouro nos céus" (Mt 19,21). Jesus muda a perspectiva: ele o convida a
não pensar em assegurar a vida após a morte, mas a dar tudo em sua vida
terrena, imitando assim o Senhor. É um chamado à maturidade adicional, para
passar dos preceitos observados para obter recompensas ao amor livre e total.
Jesus lhe pede para deixar para trás tudo o que pesa no coração e atrapalha o
amor. O que Jesus propõe não é tanto um homem despojado de tudo, quanto um
homem livre e rico em relacionamentos.”
Livre de todos os apegos
Se - explica o Papa - o coração está cheio de bens,
o Senhor e o próximo se tornam apenas "coisas", porque "demais
para ter e demais para querer" nos sufoca, "nos faz infelizes e
incapazes de amar".
Daí a terceira etapa que Jesus propõe ao jovem, e
que é uma escolha radical: "Vem! Segue-me!” Trata-se de "ser
discípulos de Jesus", que significa - explica o Papa em sua Mensagem - não
imitá-lo externamente, mas "conformar-se com Ele" no fundo, recebendo
em troca "uma vida rica e feliz, cheia de rostos de muitos irmãos e irmãs,
e pais e mães e filhos", como diz o Evangelho:
“Seguir
Cristo não é uma perda, mas um ganho incalculável, enquanto a renúncia é sobre
o obstáculo que impede o caminho. O jovem rico, porém, tem seu coração dividido
entre dois senhores: Deus e dinheiro. O medo de arriscar e perder seus bens o
faz voltar para casa triste”
Ligar-se a Cristo para ser feliz:
dizer sim sem reservas
Triste, então, porque "não encontrou a coragem
para aceitar a resposta, que é a proposta de se 'desamarrar' de si mesmo e das
riquezas para se 'amarrar' a Cristo, para caminhar com Ele e descobrir a
verdadeira felicidade". É isto então que o Papa, a partir do Evangelho,
pede aos jovens que nesta semana desejam fazer um caminho interior:
Tenham a coragem de viver sua juventude,
confiando-se ao Senhor e partindo com Ele. Deixai-vos conquistar por seu olhar
amoroso que nos liberta da sedução dos ídolos, das falsas riquezas que prometem
vida mas trazem a morte. Não tenham medo de acolher a Palavra de Cristo e de aceitar
seu chamado. Não desanimem como o jovem rico do Evangelho; em vez disso, fixem
o olhar em Maria, o grande modelo da imitação de Cristo, e confiem-se a Ela
que, com seu "aqui estou eis-me aqui", respondeu sem reservas ao
chamado do Senhor.
Maria modelo para a vida de todos nós
Que Maria, a cuja materna intercessão o Papa confia
os jovens presentes ao Festival, seja a fonte da "força" à qual nos
inspiramos para dizer nosso "eis-me aqui", mas também um modelo para
"levar Cristo ao mundo" e para "transformar nossas vidas em um
dom para os outros". Como Ela, esforcemo-nos, pede o Papa, para estar
atentos aos outros e descobrir na vontade de Deus "nossa alegria",
acolhendo-a mesmo que não seja fácil, mas na certeza de que "ela nos faz felizes".
Sim,
a alegria do Evangelho enche o coração e toda a vida dos que encontram
Jesus". Aqueles que se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da
tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo a alegria sempre
nasce e renasce.
Fonte: Vaatican News
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