quinta-feira, 15 de julho de 2021

CHEFE DA INTELIGÊNCIA SUL-COREANA TRABALHA POR VISITA DO PAPA À COREIA DO NORTE


"Rezamos pela paz e reconciliação na península. Ao lado de todos os fiéis coreanos, esperamos que, se for da vontade de Deus, o Papa Francisco possa visitar a Coreia do Norte para iniciar uma nova era de paz. Sua visita não seria tanto um ponto de chegada, mas um ponto de partida para um tempo de reconciliação, harmonia, unidade, em nome do Evangelho. Seria um momento de graça e bênção para toda a península", diz o secretário-geral da Pontifícia União Missionária, padre Dinh Anh Nhue Nguyen

Vatican News

O chefe dos serviços de inteligência da Coréia do Sul, Park Jie-won, declarou que está trabalhando para uma possível visita do Papa Francisco à Coréia do Norte: segundo confirmam fontes locais da agência missionária Fides, participando na semana passada de uma celebração Eucarística em Mokpo, na província sul de Jeolla, Park Jie-won, Diretor do "Serviço Nacional de Inteligência", informou que teria encontrado o arcebispo Kim Hee-jung e o núncio apostólico na Coréia do Sul, o arcebispo Alfred Xuereb, para falar sobre a visita do Papa Francisco a Pyongyang.

A missa da qual Park participou foi realizada para celebrar a igreja católica de Sanjeong-dong em Mokpo, que foi elevada pela Santa Sé ao título de "Basílica Menor", primeira igreja da Coréia do Sul a receber tal título. Cerca de 200 pessoas participaram da celebração presidida pelo arcebispo Kim Hee-jung, em conformidade com as medidas anti-Covid.

Diferentes encargos assumidos no passado por Park Jie-won

Park Jie-won foi no passado eleito para o Parlamento representando o eleitorado Mokpo. Assumiu a direção do Serviço Nacional de Inteligência em julho passado. Foi secretário presidencial do presidente Kim Dae-jung (no cargo de 1998 a 2003, e Prêmio Nobel da Paz em 2000) e, durante sua administração, desempenhou um papel fundamental na organização da primeira cúpula intercoreana entre líderes sul e norte-coreanos em junho de 2000. Nessa administração Park também foi ministro da cultura, esportes e turismo.

Visita seria momento de graça e bênção para toda a península

Por sua vez, o diretor da agência missionária Fides e secretário-geral da Pontifícia União Missionária, padre Dinh Anh Nhue Nguyen, comenta: "Estamos em comunhão espiritual com a Igreja na Coreia e rezamos pela paz e reconciliação na península. Ao lado de todos os fiéis coreanos, esperamos que, se for da vontade de Deus, o Papa Francisco possa visitar a Coreia do Norte para iniciar uma nova era de paz. Sua visita não seria tanto um ponto de chegada, mas um ponto de partida para um tempo de reconciliação, harmonia, unidade, em nome do Evangelho. Seria um momento de graça e bênção para toda a península".

Considerações do novo prefeito da Congregação para o Clero

Em recente entrevista à agência da Congregação para a Evangelização dos Povos, o novo prefeito da Congregação para o Clero, dom Lazarus You Heung-sik, precedentemente bispo de Daejon, na Coreia do Sul, explicou:

"Em outubro de 2018, quando o Presidente da República da Coréia, Moon Jae-in, foi recebido pelo Papa Francisco em audiência, transmitiu ao Papa um convite de Kim Jong-un, líder da República Popular Democrática da Coreia, para uma possível viagem apostólica a essa nação. O Papa então respondeu que estava disposto a visitar a Coreia do Norte assim que recebesse um convite formal das autoridades de Pyongyang. Quando recebi a notícia da prontidão do Santo Padre, fiquei muito emocionado. Desde então, tenho rezado constantemente para que a visita do Papa à Coreia do Norte ocorra. Quase dez milhões de coreanos vivem em separação forçada por causa da divisão entre o Sul e o Norte. O confronto que existe na península coreana é um dos maiores sofrimentos da humanidade de hoje. É digno de nota que a chamada "Zona Desmilitarizada" (DMZ) entre Sul e Norte é ironicamente a zona mais militarizada do mundo. Estou convencido de que uma eventual visita a Pyongyang poderia representar um novo rumo, o que nos permitirá a nós coreanos dialogar e nos entender melhor, começando com coisas pequenas e terminando com as coisas grandes, e talvez chegar à reunificação do Sul e do Norte. Em termos concretos, a mediação do Santo Padre poderia ser uma ocasião propícia para pôr um fim ao conflito, fruto da desconfiança mútua entre as duas partes da Península, que já dura há muitas décadas. Rezo e tento fazer o que posso, na esperança de ver a abertura de pelo menos uma pequena espiral para nos entendermos, superando a situação atual de tensão e oposição. Humanamente falando, parece haver pouca esperança, mas como Deus é onipotente, tento, pedindo para Ele que acolha tudo o que pode ser útil para a promoção da paz".

(com Fides)

 

Fonte: Vatican News

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