"Rezamos
pela paz e reconciliação na península. Ao lado de todos os fiéis coreanos,
esperamos que, se for da vontade de Deus, o Papa Francisco possa visitar a
Coreia do Norte para iniciar uma nova era de paz. Sua visita não seria tanto um
ponto de chegada, mas um ponto de partida para um tempo de reconciliação,
harmonia, unidade, em nome do Evangelho. Seria um momento de graça e bênção
para toda a península", diz o secretário-geral da Pontifícia União
Missionária, padre Dinh Anh Nhue Nguyen
Vatican News
O chefe dos serviços de inteligência da Coréia do
Sul, Park Jie-won, declarou que está trabalhando para uma possível visita do
Papa Francisco à Coréia do Norte: segundo confirmam fontes locais da agência
missionária Fides, participando na semana passada de uma celebração Eucarística
em Mokpo, na província sul de Jeolla, Park Jie-won, Diretor do "Serviço
Nacional de Inteligência", informou que teria encontrado o arcebispo Kim
Hee-jung e o núncio apostólico na Coréia do Sul, o arcebispo Alfred Xuereb,
para falar sobre a visita do Papa Francisco a Pyongyang.
A missa da qual Park participou foi realizada para
celebrar a igreja católica de Sanjeong-dong em Mokpo, que foi elevada pela
Santa Sé ao título de "Basílica Menor", primeira igreja da Coréia do
Sul a receber tal título. Cerca de 200 pessoas participaram da celebração
presidida pelo arcebispo Kim Hee-jung, em conformidade com as medidas
anti-Covid.
Diferentes encargos assumidos no
passado por Park Jie-won
Park Jie-won foi no passado eleito para o
Parlamento representando o eleitorado Mokpo. Assumiu a direção do Serviço
Nacional de Inteligência em julho passado. Foi secretário presidencial do
presidente Kim Dae-jung (no cargo de 1998 a 2003, e Prêmio Nobel da Paz em
2000) e, durante sua administração, desempenhou um papel fundamental na
organização da primeira cúpula intercoreana entre líderes sul e norte-coreanos
em junho de 2000. Nessa administração Park também foi ministro da cultura,
esportes e turismo.
Visita seria momento de graça e
bênção para toda a península
Por sua vez, o diretor da agência missionária Fides
e secretário-geral da Pontifícia União Missionária, padre Dinh Anh Nhue Nguyen,
comenta: "Estamos em comunhão espiritual com a Igreja na Coreia e rezamos
pela paz e reconciliação na península. Ao lado de todos os fiéis coreanos,
esperamos que, se for da vontade de Deus, o Papa Francisco possa visitar a
Coreia do Norte para iniciar uma nova era de paz. Sua visita não seria tanto um
ponto de chegada, mas um ponto de partida para um tempo de reconciliação,
harmonia, unidade, em nome do Evangelho. Seria um momento de graça e bênção
para toda a península".
Considerações do novo prefeito da
Congregação para o Clero
Em recente entrevista à agência da Congregação para
a Evangelização dos Povos, o novo prefeito da Congregação para o Clero, dom
Lazarus You Heung-sik, precedentemente bispo de Daejon, na Coreia do Sul,
explicou:
"Em outubro de 2018, quando o Presidente da
República da Coréia, Moon Jae-in, foi recebido pelo Papa Francisco em
audiência, transmitiu ao Papa um convite de Kim Jong-un, líder da República
Popular Democrática da Coreia, para uma possível viagem apostólica a essa
nação. O Papa então respondeu que estava disposto a visitar a Coreia do Norte
assim que recebesse um convite formal das autoridades de Pyongyang. Quando
recebi a notícia da prontidão do Santo Padre, fiquei muito emocionado. Desde
então, tenho rezado constantemente para que a visita do Papa à Coreia do Norte
ocorra. Quase dez milhões de coreanos vivem em separação forçada por causa da divisão
entre o Sul e o Norte. O confronto que existe na península coreana é um dos
maiores sofrimentos da humanidade de hoje. É digno de nota que a chamada
"Zona Desmilitarizada" (DMZ) entre Sul e Norte é ironicamente a zona
mais militarizada do mundo. Estou convencido de que uma eventual visita a
Pyongyang poderia representar um novo rumo, o que nos permitirá a nós coreanos
dialogar e nos entender melhor, começando com coisas pequenas e terminando com
as coisas grandes, e talvez chegar à reunificação do Sul e do Norte. Em termos
concretos, a mediação do Santo Padre poderia ser uma ocasião propícia para pôr
um fim ao conflito, fruto da desconfiança mútua entre as duas partes da
Península, que já dura há muitas décadas. Rezo e tento fazer o que posso, na esperança
de ver a abertura de pelo menos uma pequena espiral para nos entendermos,
superando a situação atual de tensão e oposição. Humanamente falando, parece
haver pouca esperança, mas como Deus é onipotente, tento, pedindo para Ele que
acolha tudo o que pode ser útil para a promoção da paz".
(com
Fides)
Fonte: Vatican News
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