O
Papa Francisco realizou sua última catequese antes da pausa de verão. De fato,
durante todo o mês de julho estão suspensas as audiências públicas do Santo
Padre.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
“Paulo, verdadeiro apóstolo” foi o tema da segunda catequese
do Papa dedicada à Carta aos Gálatas.
Na quarta-feira passada, ao inaugurar o novo ciclo,
o Pontífice comentou as dificuldades enfrentadas pelo discípulo na obra de
evangelização na Galácia. A sua intenção é muito clara: é necessário reafirmar
a novidade do Evangelho, que os Gálatas receberam da sua pregação, a fim de
construir a verdadeira identidade sobre a qual basear a própria existência.
De perseguidor a anunciador
Em primeiro lugar, Paulo sente-se obrigado a
recordar que é um verdadeiro apóstolo não por causa do seu mérito, mas devido à
chamada de Deus. Ele próprio conta a história da sua vocação e conversão, que
coincidiu com o aparecimento do Cristo Ressuscitado durante a viagem a Damasco
(cf. At 9, 1-9).
Paulo evidencia assim a verdade da sua vocação
através do contraste flagrante que tinha sido criado na sua vida: de
perseguidor dos cristãos porque não observavam as tradições e a lei, tinha sido
chamado a tornar-se apóstolo para anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.
"Vemos que Paulo é livre: é livre para anunciar o Evangelho e também é
livre para confessar os seus pecados. 'Eu era assim': é a verdade que dá
liberdade ao coração, é a liberdade de Deus", explicou Francisco.
Pensando nesta sua história, Paulo está cheio de
admiração e gratidão. É como se quisesse dizer aos Gálatas que podia ter sido
tudo menos apóstolo. No entanto, algo inesperado aconteceu: Deus revelou-lhe o
seu Filho para que pudesse tornar-se o seu arauto entre os gentios (cf. Gl 1,
15-16).
Os caminhos do Senhor
são imperscrutáveis
“Quão imperscrutáveis são os caminhos do Senhor!”,
disse o Papa. Tocamos esta experiência com as nossas mãos todos os dias,
especialmente se pensarmos nos momentos em que o Senhor nos chamou.
Para Francisco, “nunca devemos esquecer o tempo e a
forma como Deus entrou na nossa vida”: ter fixo no coração e na mente aquele
encontro com a graça, quando Deus mudou a nossa existência.
“Quantas vezes, perante as grandes obras do Senhor,
vem espontaneamente à mente a pergunta: como é possível que Deus se sirva de um
pecador, de uma pessoa frágil e fraca, para realizar a sua vontade? E no
entanto, não há nada de casual, porque tudo foi preparado no desígnio de Deus.”
Ele tece a nossa história, a Sua chamada envolve
sempre uma missão à qual estamos destinados; por isso, nos é pedido que nos
preparemos seriamente, sabendo que é o próprio Deus que nos envia e apoia com a
Sua graça.
“Irmãos
e irmãs, deixemo-nos conduzir por esta consciência: o primado da graça
transforma a existência e a torna digna de ser colocada a serviço do Evangelho.
O primado da graça perdoa todos os pecados, transforma os corações, transforma
a vida, nos faz ver novos caminhos. Não nos esqueçamos disto. Obrigado.”
Fonte:
Vatican News
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