"Obrigado
por sua presença e por sua visita. Levem a mensagem do Papa a todos. A mensagem
do Papa é que rezo por todos, e peço que rezem por mim unidos em oração",
disse o Papa aos fiéis reunidos no Pátio São Dâmaso, no início de sua
catequese.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
"O combate da oração" foi o tema da
catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (12/05),
realizada no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, com a presença de alguns fiéis de
várias partes do mundo.
Estou feliz em retomar estes encontros face a face,
pois lhes digo uma coisa: não é bom falar diante do nada, diante de uma câmera.
Encontrar as pessoas, encontrar vocês, cada um com sua história, ver cada um de
vocês, para mim é uma alegria. Obrigado por sua presença e por sua visita.
Levem a mensagem do Papa a todos. A mensagem do Papa é que rezo por todos, e
peço que rezem por mim unidos em oração.
Rezar não é algo fácil
Segundo o Pontífice, "a oração cristã, como
toda a vida cristã, não é um “passeio”. Nenhum dos grandes orantes que
encontramos na Bíblia e na história da Igreja teve uma oração “confortável”.
Sim, é possível rezar como papagaios, mas isso não é oração. Certamente ela
concede uma grande paz, mas através de uma luta interior, por vezes dura, que
pode acompanhar até longos períodos da vida. Rezar não é algo fácil.
Cada vez que a queremos fazer, de repente lembramos de outras atividades, que
naquele momento parecem mais importantes e mais urgentes. Isso acontece também
comigo!"
Francisco disse ainda que "quase sempre,
depois de termos adiado a oração, percebemos que aquelas coisas não eram
absolutamente essenciais, e que talvez tenhamos desperdiçado tempo. O inimigo
nos engana deste modo. Quem quiser rezar deve lembrar-se de que a fé não é
fácil, e por vezes procede na quase total obscuridade, sem pontos de
referência".
"Contudo, os piores inimigos da oração estão
dentro de nós", disse ainda o Papa, citando o Catecismo da Igreja
Católica que os chama de: «Desânimo na aridez, tristeza por não dar
tudo ao Senhor, porque temos “muitos bens”, decepção por não sermos atendidos
segundo a nossa própria vontade, o nosso orgulho ferido que se endurece perante
a nossa indignidade de pecadores, alergia à gratuitidade da oração».
Combater na oração
"O que fazer no tempo da tentação, quando tudo
parece vacilar? Se olharmos para a história da espiritualidade, vemos
imediatamente que os mestres da alma foram muito claros sobre
a situação que descrevemos", disse o Papa, citando, por exemplo, os Exercícios
espirituais de Santo Inácio de Loyola, um livreto de
grande sabedoria, que ensina como pôr a vida em ordem. Santo Antônio
Abade, fundador do monaquismo cristão, que enfrentou momentos terríveis no
Egito, quando a oração se tornou uma dura luta.
"Combater na oração. Muitas vezes a oração é
um combate", disse o Papa, contando um episódio que aconteceu numa diocese
na Argentina. Francisco recordou que um casal tinha uma filha doente por causa
de uma infecção. Segundo os médicos, a menina morreria ainda naquela noite. O
homem era um operário. Ele saiu do hospital chorando. Pegou o trem e viajou 70
km e foi à Basílica de Nossa Senhora de Luján. Quando chegou, a Basílica estava
fechada e se agarrou às grades do portão. Rezou a noite inteira e de manhã a
igreja abriu ele entrou para saudar Nossa Senhora. Essa cena é indelével:
"Eu a vi! Eu a vivi", disse o Papa. O combate daquele pai na oração
precede um sorriso: o de sua esposa que lhe disse, quando voltou para casa, que
sua filha foi inexplicavelmente curada. "Nossa Senhora o ouviu". A
"oração", salientou o Papa, lembrando este episódio, "faz
milagres".
Jesus está sempre conosco: se num momento de
cegueira não conseguirmos vislumbrar a sua presença, conseguiremos no futuro.
Também nós um dia poderemos repetir a frase que o patriarca Jacó disse certa
vez: «De fato, o Senhor está neste lugar, e eu não sabia disso!» (Gn 28, 16).
No final da nossa vida, olhando para trás, também nós poderemos dizer: “Pensava
que estava sozinho, mas não, não estava: Jesus estava comigo”.
Memória litúrgica da Bem-Aventurada
Virgem Maria de Fátima
Após a catequese, o Papa Francisco saudou
cordialmente os poloneses, recordando que nesta quinta-feira, dia 13,
celebra-se a memória litúrgica da Bem-Aventurada Virgem Maria de Fátima.
"Coloquemo-nos com confiança sob a sua proteção materna, sobretudo quando
encontramos dificuldades na nossa vida de oração", disse o Pontífice.
Aniversário do atentado a São João
Paulo II
Ainda na saudação aos poloneses, o Papa recordou
também que amanhã, quinta-feira, celebra-se "o 40º aniversário do atentado
a São João Paulo II". “Ele sublinhou com convicção que devia a sua vida à
Senhora de Fátima. Este acontecimento nos dá a consciência de que a nossa vida
e a história do mundo estão nas mãos de Deus", disse Francisco. “Ao Imaculado
Coração de Maria confiamos a Igreja, nós mesmos e o mundo inteiro. Rezemos pela
paz, pelo fim da pandemia, pelo espírito de penitência e pela nossa
conversão", frisou.
Rezar o Terço para invocar o fim da
pandemia
Por
fim, Francisco exortou, "guiados pelos santuários de todo o mundo", a
rezar neste mês de maio "o Terço para invocar o fim da pandemia e a
retomada das atividades sociais e de trabalho". "Hoje", lembrou
ele, "o santuário da Beata Virgem do Rosário em Namyang, Coreia do Sul,
guia esta oração mariana. Unamo-nos aos que estão reunidos neste santuário,
rezando especialmente pelas crianças e adolescentes".
Fonte: Vatican News
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