Desde 2011, os encontros acontecem no
Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), e reúnem
cardeais, arcebispos, bispos diocesanos e auxiliares, coadjutores, além dos
bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja que são
convidados.
Segundo o Estatuto Canônico
e o Regimento da CNBB, a Assembleia Geral é o “órgão supremo da CNBB,
expressão e realização maior do afeto colegial, da comunhão e
corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”, e tem a finalidade de
realizar os “objetivos da CNBB, para o bem do povo de Deus” (art. 27). E, para
fazer “crescer a comunhão e a participação” (art. 28).
Sobre os assuntos abordados nela, o
Documento indica que “a Assembleia Geral trata de assuntos pastorais de ordem
espiritual e de ordem temporal e os problemas emergentes da vida das pessoas e
da sociedade, sempre na perspectiva da evangelização” (art. 29).
O regimento atribui ainda ao Conselho
Permanente, órgão de orientação e acompanhamento da atuação da CNBB e dos
organismos a ela vinculados, a incumbência de “determinar a pauta para a
Assembleia Geral” (art. 90). Em 2018, por exemplo, a 56ª Assembleia Geral
trouxe como tema central “Diretrizes para a Formação dos Presbíteros da Igreja
no Brasil”. Realizada em Aparecida (SP), de 10 a 20 de abril de 2018, seu
texto do tema central percorreu um longo caminho.
Participam com direito à voz e voto
todos os bispos na ativa em todas das 278 circunscrições católicas no Brasil.
Os eméritos também participam sem direito ao voto mas com capacidade de
contribuir na reflexão sobre a caminhada da Igreja a partir de suas
experiências. Um levantamento divulgado dia 26 de março deste ano pelo
professor da PUC SP, Fernando Altemeyer Junior, aponta o número de 474 bispos
católicos vivos, sendo 309 na ativa e 165 eméritos.
A cada 4 anos, acontecem as
assembleias eletivas, nas quais o episcopado brasileiro escolhe nova presidência
para a CNBB e para as Comissões Episcopais Pastorais que colaboram no trabalho
de evangelização desenvolvido pela entidade.
Em 2019 aconteceu a 57ª Assembleia
Geral (AG) dos Bispos do Brasil de 1º a 10 de maio de 2019, no Centro
de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida do Santuário Nacional de Aparecida
(SP). Na ocasião, a AG teve a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais
da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a
2023.
Estruturadas a partir da concepção da
Igreja como “Comunidade Eclesial Missionária”, as
Diretrizes aprovadas convidam todas as comunidades de fé a
abraçarem e vivenciarem a missão como escola de santidade.
Na apresentação da publicação, a
presidência da CNBB ressalta que as diretrizes são o caminho encontrado para responder
aos desafios do Brasil, “um país que, na segunda década deste século XXI,
experimenta grandes transformações em todos os sentidos”. A introdução da
publicação defende que as diretrizes constituem uma das expressões mais
significativas da colegialidade e da missionariedade da Igreja no
Brasil.
Especificidades da 58ª AGCNBB
A 58ª Assembleia Geral do episcopado
brasileiro pela primeira vez será realizada em um formato virtual, de 12 a 16
de abril com atividades nos períodos de manhã e tarde. O tema central diz
respeito ao Pilar da Palavra proposto pelas Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023). Mesmo sem a possibilidade
de votação de um documento, será debatido o tema “Casas da Palavra – Animação
bíblica da vida e da pastoral nas comunidades eclesiais missionárias”
e também diversos outros assuntos relacionados à atuação da Igreja Católica no
Brasil.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e
secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, afirma que
a proposta do tema não é fazer um estudo teórico, pois para
a Igreja, a teoria já está muito clara. “Não dá para ser
cristão sem a Palavra de Deus. O problema é o como!”, disse.
Dom Joel enumera as dificuldades
quanto ao formato virtual. A primeira delas, segundo o bispo, diz respeito às
votações. Ele explica que a legislação canônica geral e a legislação própria da
Conferência da CNBB, não permitem que se realize votações de modo
virtual. “Não se garante, por exemplo, o sigilo e em algumas situações,
como o tema central, não há possibilidade de debater, replicar, apresentar
emendas e sustentar ideias diante do plenário”, aponta.
Frente a esse limite, dom Joel
explica que a presidência da CNBB, ouvindo a Comissão de canonistas e seu
Conselho Permanente, optou por realizar uma Assembleia sem votações que
impliquem alterações ou consequências de natureza legislativa para a
Conferência. Por outro lado, ele destaca que as votações de natureza pastoral
poderão ocorrer, como acontece normalmente sobre as mensagens que a Conferência
envia ao povo brasileiro. Uma outra dificuldade é quanto a realização das
reuniões reservadas das quais participam apenas os bispos.
Por isso, a ideia é que na 58ª
Assembleia Geral seja produzido um documento com ajuda para as dioceses
levarem adiante a animação bíblica da vida e da pastoral. Entre as
perguntas que o Documento buscará responder está a questão dos problemas
enfrentados hoje quando se lida com a Palavra de Deus; como a
Leitura Orante pode ser utilizada na vida pessoal e comunitária,
entre outras. “Nossa proposta é que seja um material pequeno, de linguagem,
conteúdo e custo acessível”, finaliza dom Joel.
Fonte: Site da CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário