2 DE ABRIL DE 2021
SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DE
CRISTO
Cor: Roxo
1ª Leitura - Is 52,13 - 53,12
Leitura do Livro do Profeta Isaías
13Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou
ter aspecto humano -, 15do mesmo modo ele espalhará
sua fama entre os povos. Diante dele os reis se
manterão em silêncio,
vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas
que jamais ouviram. 53,1'Quem de nós deu crédito ao
que ouvimos?
E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para
o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3Era
desprezado como o último dos mortais, homem
coberto de dores, cheio de sofrimentos;
passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era,
não fazíamos caso dele. 4A verdade é que ele tomava
sobre si nossas
enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós
pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta
era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele
o pecado de todos nós'. 7Foi maltratado, e
submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro
levado ao matadouro ou como ovelha
diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8Foi
atormentado pela angústia e foi condenado.
Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi
eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi
golpeado até morrer. 9Deram-lhe sepultura entre
ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não
praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência
duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por esta vida de sofrimento, alcançará
luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens,
carregando sobre si suas culpas. 12Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes
seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado
como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em
favor dos pecadores. Palavra do Senhor.
Reflexão - “ferido por nossos
pecados”
Nesta
leitura nós encontramos a profecia do sofrimento de Jesus como Servo padecente,
desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores e cheio de
sofrimento. Aparentemente destruído, fracassado, “na verdade Ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo
nossas dores”... “a punição a ele imposta era o preço da nossa paz e suas
feridas, o preço da nossa cura”. Assim, o profeta Isaías relata com
antecedência tudo o que LHE aconteceria e como se sentiriam os Seus seguidores,
ovelhas desgarradas. Todo este trecho se refere ao sofrimento de Jesus, mas
também à glória que lhe foi reservada. Por isso, quando nos aprofundamos nesta
leitura nós percebemos a glória que está reservada a todos aqueles que se
entregam por amor à causa do Senhor. Jesus é o Cordeiro que foi levado ao matadouro
e que tomou sobre Si o pecado de todos nós.
Jesus é o Justo que faz justos inúmeros homens carregando sobre si suas
culpas, mas que por esta vida de sofrimento, alcançará a luz e uma ciência
perfeita. Esta foi a missão de Jesus e continua atual para nós. Seu sofrimento
e Sua entrega têm efeito concreto na nossa existência terrena e serve-nos de
exemplo quando temos de passar também por tantos males e injustiças. Nestes
tempos em que passamos por tantos males, por tantas dificuldades, em que somos
afligidos por todos os lados, somos chamados a olhar para mais além e antever a
glória futura e a libertação de muitos através do nosso sofrimento e o sinal de
que iremos vencer aqui na terra, porque Jesus é vitorioso. Jesus ofereceu todo o Seu sofrimento e dores
para que tivéssemos vida nova. Sem Jesus nós vagamos como ovelhas
desgarradas. Tudo na nossa vida tem
uma razão de ser. Os frutos da entrega de Jesus nós os percebemos quando
sofremos e esperamos a recompensa da glória vivida desde já aqui na terra. -
Você vê algum sentido no sofrimento por amor a Deus? Você tem alguma
experiência disso? - Qual a mensagem que você tira para a sua vida do
sofrimento de Jesus Cristo?
Salmo - Sl 30,2.6.12-13.15-16.17.25 (R.Lc 23,46)
R. Ó Pai, em
tuas mãos eu entrego o meu espírito.
2Senhor, eu ponho em vós minha esperança;*
que eu não fique envergonhado eternamente!
6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,*
porque vós me salvareis, ó Deus fiel!.R.
12Tornei-me o opróbrio do inimigo,*
o desprezo e zombaria dos vizinhos,
e objeto de pavor para os amigos;*
fogem de mim os que me vêem pela rua.
13Os corações me esqueceram como um morto,*
e tornei-me como um vaso espedaçado..R.
15A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio,*
e afirmo que só vós sois o meu Deus!
16Eu entrego em vossas mãos o meu destino;*
libertai-me do inimigo e do opressor!.R.
17Mostrai serena a vossa face ao vosso servo,*
e salvai-me pela vossa compaixão!
25Fortalecei os corações, tende coragem,*
todos vós que ao Senhor vos confiais!R
Reflexão - A
Cruz foi o leito onde Jesus deu o último suspiro e se entregou para que se
cumprisse a vontade de Deus. Foi essa a oração que Jesus fez no último momento
da sua vida. 6Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito,* porque vós me salvareis, ó Deus fiel!. Abandonado, humilhado, desprezado, mas
confiante no auxílio do Pai. Para nós fica o conselho do salmista: “Fortalecei os corações, tende coragem,
todos vós que ao Senhor vos confiais!
2ª Leitura - Hb 4,14-16; 5,7-9
Leitura da Carta aos Hebreus 4,14-16; 5,7-9
Irmãos:
14Temos um sumo sacerdote
eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de
Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz
de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como
nós, com exceção do pecado. 16Aproximemo-nos então,
com toda a confiança, do trono da graça, para
conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento
oportuno. 5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre,
dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e
lágrimas,
àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi
atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo
sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência
a Deus por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação
de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna
para todos os que lhe obedecem. Palavra do Senhor.
Reflexão –
“Jesus é o nosso Advogado de defesa”
Por causa da sua entrega a Deus, por tudo o que Ele
sofreu e, principalmente, por Sua obediência, Cristo foi atendido nas Suas
preces e súplicas e entrou no céu como um Sumo Sacerdote a fim de interceder
por todos nós. Por isso a obediência de Cristo para nós é um parâmetro de
perfeição que precisamos atingir. Por ter sido provado em tudo como nós, menos
no pecado, Jesus é capaz de se compadecer de nossas fraquezas. Dessa forma, não
podemos perder tempo nem oportunidade, mas precisamos urgentemente nos
aproximar com toda a confiança do trono da graça, que é o próprio Jesus a fim
de conseguir misericórdia e alcançar um auxílio no momento oportuno. Jesus está
a postos para nos acolher e nos perdoar. Ele é causa de salvação eterna para
todos que Lhe obedecem, assim, a nossa submissão e dependência dar-nos-ão
motivação para que vivamos uma vida condizente com a nossa Fé na Sua mediação
junto do Pai. Mesmo que sejamos os maiores pecadores e infiéis, Ele tem o poder
de nos libertar. Permaneçamos, pois, firmes na Fé que professamos e tenhamos a
segurança de que diante de Deus nós temos um Advogado de defesa. – Você
alguma vez se sentiu abandonado (a) sem ninguém para defendê-lo (a)? – Você sabia que Jesus advoga por si diante
do Pai? - Você é uma pessoa obediente às
Leis de Deus? – Você vive conforme o Evangelho de Jesus? – Você tem se aproximado
do Trono da Graça?
Evangelho - Jo 18,1-19,42
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo
segundo João 18,1-19,42
Naquele tempo: 1Jesus saiu com os discípulos para o
outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os
discípulos. 2Também Judas, o traidor, conhecia o
lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os
seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento
de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes
e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas.
4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse: 'A quem procurais?' 5Responderam: 'A Jesus, o nazareno'. Ele
disse: 'Sou eu'. Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: 'Sou eu', eles
recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou:
'A quem procurais?'
Eles responderam: 'A Jesus, o nazareno'. 8Jesus respondeu: 'Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem'. 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
'Não perdi nenhum daqueles que me confiaste'. 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a
orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então
Jesus disse a Pedro: 'Guarda a tua espada na
bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?'
Conduziram Jesus primeiro a Anás. 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de
Caifás, o sumo sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho: 'É preferível que um só morra pelo povo'.
15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com
Jesus no pátio do sumo sacerdote. 16Pedro ficou
fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que
era conhecido do sumo sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e
levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a
porta disse a Pedro: 'Não pertences também tu aos
discípulos desse homem?' Ele respondeu: 'Não'. 18Os
empregados e os guardas fizeram uma fogueira e
estavam-se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu: 'Eu falei às
claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os
judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por
que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse.' 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo: 'É assim que respondes ao
sumo sacerdote?' 23Respondeu-lhe Jesus: 'Se respondi
mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me
bates?' 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para
Caifás, o sumo sacerdote.
Não és tu também um dos discípulos dele? Pedro negou:
'Não!
25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
'Não és tu, também, um dos discípulos dele?' Pedro negou:
'Não!'
26Então um dos empregados do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
'Será que não te vi no jardim com ele?' 27Novamente
Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. O meu
reino não é deste mundo.
28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para
não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29Então
Pilatos saiu ao encontro deles e disse: 'Que acusação
apresentais contra este homem?' 30Eles responderam:
'Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a
ti!' 31Pilatos disse: 'Tomai-o vós mesmos
e julgai-o de acordo com
a vossa lei.' Os judeus lhe responderam:
'Nós não podemos condenar ninguém à morte'. 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: 'Tu és o rei dos judeus?' 34Jesus respondeu: 'Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te disseram isto de mim?' 35Pilatos falou: 'Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que
fizeste?'. 36Jesus respondeu: 'O meu reino não é
deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os
meus guardas lutariam para que eu não
fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui.'
37Pilatos disse a Jesus: 'Então tu és rei?' Jesus respondeu: 'Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao
mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade
escuta a minha voz.' 38Pilatos disse a Jesus: 'O que
é a verdade?' Ao dizer isso, Pilatos saiu ao
encontro dos judeus, e disse-lhes: 'Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que
pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?' 40Então, começaram a gritar de novo:
'Este não, mas Barrabás!' Barrabás era um bandido.
Viva o rei dos judeus! 19,1Então
Pilatos mandou flagelar Jesus.
2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto
vermelho,
3aproximavam-se dele e diziam:' Viva o rei dos judeus!'
E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos
saiu de novo e disse aos judeus:
'Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que
saibais que não encontro nele crime algum.' 5Então
Jesus veio para fora,
trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos
disse-lhes: 'Eis o homem!' 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
'Crucifica-o! Crucifica-o!'
Pilatos respondeu: 'Levai-o vós mesmos para o crucificar,
pois eu não encontro nele crime algum.' 7Os judeus
responderam: 'Nós temos uma Lei, e, segundo esta
Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus'. 8Ao
ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e
perguntou a Jesus: 'De onde és tu?' Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse: 'Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para
te crucificar?' 11Jesus respondeu: 'Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse
dada do alto.
Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior.'
Fora! Fora! Crucifica-o!
12Por causa disso, Pilatos procurava soltar
Jesus. Mas os judeus gritavam: 'Se soltas este
homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra
César'. 13Ouvindo estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado
'Pavimento', em hebraico 'Gábata'. 14Era o dia da
preparação da Páscoa, por volta do meio-dia.
Pilatos disse aos judeus: 'Eis o vosso rei!' 15Eles,
porém, gritavam: 'Fora! Fora! Crucifica-o!' Pilatos
disse: 'Hei de crucificar o vosso rei?' Os sumos sacerdotes responderam: 'Não
temos outro rei senão César'. 16Então Pilatos
entregou Jesus para ser crucificado, e eles o
levaram. Ali o crucificaram, com outros dois.
17Jesus tomou a cruz sobre si e
saiu para o lugar chamado 'Calvário', em hebraico 'Gólgota'. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio. 19Pilatos
mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na
cruz; nele estava escrito:
'Jesus o Nazareno, o Rei dos Judeus'. 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro
estava escrito em hebraico, latim e grego.
21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos: 'Não escrevas 'O Rei dos Judeus', mas sim o que ele
disse: 'Eu sou o Rei dos judeus'.' 22Pilatos
respondeu: 'O que escrevi, está escrito'.
Repartiram entre si as minhas vestes.23Depois que crucificaram Jesus, os
soldados repartiram a sua roupa em quatro partes,
uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era
tecida sem costura, em peça única de alto a baixo. 24Disseram então entre si: 'Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será'. Assim se cumpria a
Escritura que diz: 'Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre
a minha túnica'.
Assim procederam os soldados. Este é o teu filho. Esta é
a tua mãe. 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria
Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o
discípulo que ele amava, disse à mãe: 'Mulher,
este é o teu filho'. 27Depois disse ao discípulo:
'Esta é a tua mãe'. Daquela hora em diante, o
discípulo a acolheu consigo.
Tudo está consumado. 28Depois
disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e
para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse: 'Tenho sede'. 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e
levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e
disse: 'Tudo está consumado'. E, inclinando a
cabeça, entregou o espírito.
E logo saiu sangue e água. 31Era
o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus
queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele
sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as
pernas aos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os
soldados foram e quebraram as pernas de um e
depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao
se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto,
não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado
abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue
e água. 35Aquele que viu, dá testemunho e seu
testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a
verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso
aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que
diz: 'Não quebrarão nenhum dos seus ossos'. 37E
outra Escritura ainda diz: 'Olharão para aquele
que transpassaram'. Envolveram o corpo de Jesus com os aromas, em faixas de
linho. 38Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus - mas às escondidas, por medo dos
judeus - pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então
José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também
Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido a Jesus de
noite. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés.
40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os
judeus costumam sepultar.
41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha
sido sepultado. 42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo
estava perto, foi ali que colocaram Jesus. Palavra da
Salvação.
Reflexão - “Aprendendo com o Mestre da Paixão”
Meditando sobre este
acontecimento da Paixão, Morte e Sepultamento de Nosso Senhor Jesus Cristo nós
podemos tirar proveito de muitas mensagens para a nossa existência.
Primeiramente, percebemos que, assim como aconteceu com Jesus, há um sentido
para todas as ocorrências da nossa vida. Jesus Cristo não foi preso nem foi
capturado, pelo contrário, Ele próprio se entregou aos homens para que se cumprisse
tudo o que já estava escrito a fim de que a vontade do Pai se realizasse.
Assim, quando Jesus se entregou aos homens, na verdade Ele estava se oferecendo
ao Pai, pela humanidade. Na narrativa percebemos que Jesus estava consciente de
tudo o que iria acontecer e, por isso, Ele próprio interpelou os guardas,
dizendo: "A quem procurais"?
E depois de saber que eles buscavam a Jesus, o Nazareno, Ele respondeu: "Sou eu"! Nós também
precisamos estar atentos (as) para as coisas que acontecem na nossa vida a fim
de apreender qual seja a vontade do Pai para nós, principalmente nas situações
em que temos de enfrentar os desafios. Muitas vezes nós também temos
consciência de que algo precisa acontecer e que para que isso ocorra precisamos
assumir nova postura e novo compromisso, no entanto, relutamos e não
enfrentamos a "fera". Se tivermos confiança nos planos de Deus para a
nossa felicidade e consciência de que Ele precisa de nós para colaborar na
salvação dos nossos irmãos e irmãs, nós, como Jesus, não fugiremos
dos obstáculos e, também nos apresentaremos diante dos nossos algozes para
"beber do cálice" que o Pai tem para nós. Todas as coisas
aconteceram coerentemente com o que já havia sido profetizado conforme as
Escrituras. A Bíblia é um Livro de homens santos e pecadores e Nela nós
nos identificamos quando agimos bem ou agimos mal. O mesmo Pedro que cortou a
orelha do servo do sumo-sacerdote para defender Jesus foi o que depois, por
três vezes O negou. A atitude de Pilatos revela a nossa omissão diante das
"coisas erradas" que presenciamos e, "lavamos as mãos"
porque achamos que não compete a nós e não temos "nada a ver com
isto". Diante de Pilatos Jesus não se justificou nem tampouco se
acovardou, mas somente esclareceu: "O meu reino não é deste mundo".
Aprendendo com o Mestre da Paixão nós também podemos assumir compromissos e
atitudes coerentes com o nosso desígnio e não nos abstrairmos do nosso ideal de
vida. Realmente, o nosso reino não é deste mundo e as dificuldades que
enfrentamos nesta vida temporal são apenas pontes que nos levam a atravessar o
vale para chegarmos ao reino definitivo. Somos os Pedro, Pilatos, Judas
e Malco da nossa geração. Somos como Anás, Caifás e até como os
guardas e a encarregada que guardava a porta do lugar onde Jesus estava. Todos
nós temos o nosso posto, a diferença, porém, poderá estar no modo como
enfrentamos os desafios da nossa missão, com os olhos postados no alto a fim de
poder beber o cálice que nos é apresentado ou olhando somente para a terra
tentando nos livrar dos desafios e vivendo como qualquer um dos mortais, só
para esta vida. Faça hoje a sua leitura com bastante atenção e perceba os
pontos que para você devem ser mais importantes e que servem de exemplo e
mensagem para a sua vida atualmente:- As atitudes e as palavras de Jesus; a
atitude dos discípulos, principalmente Judas e Pedro; as atitudes das
autoridades; a omissão de Pilatos; a manifestação do povo, da multidão que
antes proclamava Jesus Rei; a atitude dos soldados, enfim faça um paralelo dos
acontecimentos da Paixão de Jesus com a sua vida cotidiana.
AS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ
1 – PAI, PERDOA-LHES, POIS NÃO SABEM O QUE FAZEM.
2 – HOJE, ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO.
3 – MULHER, EIS O TEU FILHO; FILHO EIS A TUA MÃE.
4 – MEU DEUS POR QUE ME ABANDONASTES?
5 – TENHO SEDE!
6 – TUDO ESTÁ CONSUMADO.
7 – PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO O MEU ESPÍRITO!
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