No
58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Francisco presidiu a Missa com a
ordenação sacerdotal de nove diáconos na Basílica de São Pedro. Ele recomendou
aos novos sacerdotes viver o estilo de Deus de proximidade, compaixão e
ternura, recordando que o sacerdócio "não é uma carreira, mas um serviço".
Antonella Palermo – Vatican News
No Altar da Confissão da Basílica de São Pedro, o
Papa Francisco conferiu o ministério sacerdotal a nove diáconos, na presença de
várias centenas de fiéis, todos usando máscaras, incluindo os novos ordenandos.
Concelebraram o cardeal Angelo De Donatis, vigário geral para a Diocese de
Roma, Dom Gianpiero Palmieri, vice-regente de Roma, alguns cardeais, bispos
auxiliares, superiores dos seminários onde os novos sacerdotes foram formados
e os párocos dos ordenandos.
Sacerdócio não é uma carreira, é um
serviço
O Papa, em uma homilia proferida de forma
espontânea, convidou os novos sacerdotes a serem pastores, como o Senhor, “é
isso o que ele quer de vocês: pastores. Pastores do Santo povo fiel de Deus.
Pastores que vão com o povo de Deus: às vezes para a frente, no meio, atrás do
rebanho, mas sempre ali, com o povo de Deus", repetiu Francisco, que
convidou a superar a linguagem de um tempo que fala de “carreira eclesiástica”.
“Isto não é uma carreira: é um serviço, um serviço como o mesmo que Deus fez ao
seu povo”, afirmou.
Proximidade, compaixão, ternura
Estas são as três palavras que distinguem o estilo
de Deus e que o Papa as examina detalhadamente, entregando aos novos sacerdotes
a imitação desse estilo. Ele se detém em particular nas quatro declinações de
proximidade: com Deus, na oração, nos Sacramentos, na Missa.
“Falar com o Senhor, estar próximo do Senhor”, esta
é a preocupação do Papa, que recorda que o Senhor se fez próximo de nós em seu
Filho. E que esteve próximo no caminho de discernimento vocacional dos
ordenandos, “mesmo nos maus momentos do pecado: ele estava lá. Proximidade.
Estejam próximos do santo povo fiel de Deus, mas antes de tudo perto de Deus,
com a oração”. E diz: “Um sacerdote que não reza lentamente apaga o fogo do
Espírito em seu interior”.
Sejam colaboradores do bispo
“No bispo tereis a unidade”, esta é a principal
razão pela qual é importante permanecer firme com o seu bispo. “Vós sois
colaboradores do bispo”, diz o Papa, que recorda um episódio de muito tempo
atrás: “Um sacerdote teve a infelicidade - digamos assim - de me fazer
escorregar. A primeira coisa que tive em mente foi chamar o bispo. Mesmo nos
momentos difíceis, chama o bispo para estar perto dele”. O Papa sublinha a
paternidade espiritual do bispo, a quem se confiar com humildade.
Não cair na fofoca
O Papa sugeriu um propósito para este dia: nunca
falar pelas costas de um irmão sacerdote. “Se vocês tiverem alguma coisa contra
o outro - disse Francisco - sejam homens (...), vão lá e digam na frente”.
O Papa enfatizou mais uma vez para nunca falar
pelas costas. “Não seja fofoqueiros. Não caiam na fofoca” e recomendou a
unidade: no Conselho Episcopal, nas comissões, no trabalho.
Sacerdotes do povo, não clérigos do
Estado
“Nenhum de vocês estudou para se tornar sacerdote.
Vocês estudaram ciências eclesiásticas”, continua o Francisco, dirigindo-se
novamente aos ordenandos. “Vocês foram eleitos, tirados do povo de Deus”. E
cita as palavras do Senhor a Davi: "Eu te tirei de trás do rebanho".
Então, convida a não se esquecerem de onde vieram: “de sua família, de seu
povo. Não percam o faro do povo de Deus”.
O Santo Padre também cita o apóstolo Paulo que
disse a Timóteo para se lembrar de sua mãe, sua avó, das próprias origens.
O autor da Carta aos Hebreus diz: «Lembrai-vos daqueles que vos
introduziram na fé». Francisco deixa com clareza este convite: “Sejam
sacerdotes do povo, não clérigos do Estado!”.
Não fechar o coração aos problemas
das pessoas
O
Papa exorta os sacerdotes a "perderem tempo ouvindo e consolando", e
a serem dispensadores do perdão de Deus, que nunca se cansa de perdoar. Usar a
“terna compaixão, de família, de pai, que faz sentir que tu estás na casa de
Deus”: é o estilo que o Papa deseja aos padres, na recomendação de não serem
“galgadores”, perseguindo o orgulho do dinheiro. “Sacerdotes, não empresários”,
repete o Pontífice, convidando-nos a não ter medo: “Se tiveres o estilo de
Deus, tudo irá bem”.
Fonte: Vatican News
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