Falando
sobre a meditação, o Papa Francisco acrescenta mais um capítulo à sua série
sobre a oração. Meditar, afirmou, é uma forma de rezar comum não só aos
cristãos, mas a fiéis de outras religiões e até para quem não tem uma visão
religiosa da vida. “Nós não somos feitos para correr em continuação, possuímos
uma vida interior que não pode ser espezinhada. Meditar è uma necessidade de
todos.”
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Meditar é um modo de encontrar Jesus: a meditação
foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta
quarta-feira, realizada ainda sem a presença de fiéis, na Biblioteca do Palácio
Apostólico.
O Pontífice acrescenta assim mais um capítulo à sua
série sobre a oração, pois meditar é uma forma de rezar comum não só aos cristãos,
mas a fiéis de outras religiões e até para quem não tem uma visão religiosa da
vida.
“Todos precisamos meditar, refletir, reencontrar
nós mesmos. É uma dinâmica humana”, disse o Papa, sobretudo no “voraz” mundo
ocidental, e representa um antídoto contra o estresse cotidiano e o vazio que
se expande por todo lado.
“Nós
não somos feitos para correr em continuação, possuímos uma vida interior que
não pode ser espezinhada. Meditar é uma necessidade de todos. Meditar, por
assim dizer, significa parar e fazer um respiro na vida. Parar.”
A meditação cristã é um encontro com
o transcendente
Mas para um cristão, meditar tem um sentido
diferente, que vai além: seguir Jesus Cristo.
Audiência
Geral de 28 de abril de 2021
O cristão, quando reza, não aspira à plena
transparência de si, não se coloca em busca do núcleo mais profundo do seu eu.
Isto é lícito, mas o cristão busca outra coisa. A oração do cristão é, antes de
tudo, o encontro com o Outro, com o maiúsculo. O encontro com o transcendente,
com Deus.
Os benefícios desta prática, como paz interior,
domínio de si ou lucidez, são resultados de “efeitos colaterais” da graça da
oração cristã, que é o encontro com Jesus. “Meditar é ir ao encontro com Jesus
dentro de nós.”
Os inúmeros métodos de meditação indicam
experiências espirituais diferentes: estilos mais sóbrios, articulados, que
privilegiam a dimensão intelectual ou afetiva e emotiva. Todos são importantes
e dignos de serem praticados. Não reza só com a mente ou com os sentimentos.
Mas o todo. Mas um método nada mais que que uma
guia, é o caminho, não a meta. “O importante é avançar, com o Espírito Santo,
na única vida da oração: Cristo Jesus. O companheiro de caminhada é o Espírito
Santo. Não é possível meditar sem Ele.”
Meditar é reviver os mistérios da fé
Eis então a graça da oração cristã: Cristo não está
distante, mas está sempre em relação conosco.
Cada momento da vida terrena de Jesus, através da
graça da oração, pode se tornar contemporâneo a nós. Do Batismo no rio Jordão,
aos inúmeros milagres do mestre, podemos reviver os mistérios da vida de
Cristo.
“Não
há página do Evangelho em que não haja lugar para nós. Meditar, para nós
cristãos, é um modo de encontrar Jesus. E assim, somente assim, de nos
encontrar a nós mesmos. Não é um inclinar-se sobre nós mesmos, mas ir até Jesus
e em Jesus encontrar nós mesmos, curados, ressuscitados, fortes pela graça de
Jesus. E encontrar Jesus Salvador de todos, inclusive meu. E isto graças à guia
do Espírito Santo.”
Fonte: Vatican News
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