Diante
da dor, a união: é o que pede o Papa Francisco ao povo brasileiro através de
uma videomensagem endereçada aos membros da CNBB que realizam sua Assembleia
Geral. O Pontífice se solidariza com quem perdeu familiares e pede que a Igreja
vá além das desavenças.
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Solidariedade,
caridade e unidade: estes são os conceitos apontados pelo Papa Francisco ao
enviar uma videomensagem aos bispos que participam da 58a Assembleia Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pela primeira vez realizada de forma
virtual.
No início da mensagem, o Pontífice não deixa de lado o bom
humor, pedindo desculpa por falar em espanhol, bem sabendo que existe um idioma
que brasileiros e argentinos dominam: o “portuñol”.
Assumindo
logo um tom mais sério, o Papa afirma que, através dos bispos, se dirige a todo
o povo brasileiro, “num momento em que este amado país enfrenta uma das provas
mais difíceis da sua história”.
“Gostaria, em primeiro
lugar, de expressar minha proximidade às centenas de milhares de famílias que
choram a perda de um ente querido. Jovens e idosos, pais e mães, médicos e
voluntários, ministros sagrados, ricos e pobres: a pandemia não excluiu ninguém
no seu rastro de sofrimento. Penso em especial nos bispos que morreram vítimas
da Covid.”
Francisco
pede a Deus que conceda o descanso eterno aos mortos e consolação aos
familiares, que muitas vezes nem puderam se despedir. “E este ir-se sem poder
se despedir, ir-se na solidão mais despojada é uma das maiores dores de quem
vai e de quem fica.”
Mas nossa
fé em Cristo ressuscitado nos mostra que podemos superar este trágico momento e
aqui se apresenta a importância da solidariedade, “a chorar com os que choram”.
“E a caridade nos impulsiona como bispos a nos despojar. Não tenham medo de se
despojar. Cada um sabe do quê.” A pandemia só será superada com a união e a
CNBB deve ser una neste momento, “porque o povo que sofre é um”.
Igreja una, porque o povo é um
O Papa
recorda sua “inesquecível” visita ao Brasil em 2013 e do que disse a respeito
da história de Nossa Senhora Aparecida. Por ter sido
encontrada quebrada, poderia servir de símbolo da realidade brasileira: o que
estava separado, recobra a unidade.
“E ser instrumento de
reconciliação, ser instrumento de unidade: esta é a missão da Igreja no Brasil.
Hoje mais do que nunca! E, para isto, é necessário deixar de lado as divisões e
as desavenças. É necessário encontrarmo-nos no essencial. Com Cristo, por
Cristo e em Cristo.”
Somente
assim, prossegue o Papa, os bispos poderão inspirar os fiéis, outros cristãos e
cidadãos, também em nível governamental, a trabalhar juntos para superar não só
o coronavírus, mas também outro vírus: o vírus da indiferença, que nasce do
egoísmo e gera injustiça social.
Francisco
está consciente de que “o desafio é grande. Mas sabemos que o Senhor caminha
conosco". “Sempre Jesus! Aqui está nossa base, nossa força, nossa
unidade.”
O Papa
conclui pedindo ao Senhor ressuscitado que esta Assembleia Geral dê frutos de
unidade e reconciliação a todo o povo brasileiro e à CNBB. “Unidade não é
uniformidade”, recordou, mas harmonia.
“Imploro a
Nossa Senhora Aparecida que ela, como Mãe, dê a todos os seus filos a graça de
ser custódios do bem e da vida dos demais e promotores de fraternidade”,
são as palavras finais de Francisco, concedendo sua bênção apostólica.
Fonte e foto : Vatican News
Nenhum comentário:
Postar um comentário