O
Pontífice recebeu em audiência nesta segunda-feira (1), no Vaticano,
representantes do Centro Franciscano de Solidariedade da cidade italiana de
Florença que atuam junto a idosos, deficientes e famílias que se encontram em
condições econômicas e sociais difíceis. “Um sinal concreto de esperança”,
disse o Papa, que “desperta as consciências adormecidas e nos convida a sair da
indiferença, a ter compaixão por quem está ferido, a se curvar com ternura
sobre quem está esmagado pelo peso da vida”. Um verdadeiro estilo de Deus e de
obras como a da associação que primam pela proximidade, compaixão e ternura.
Andressa Collet – Vatican News
A última semana de fevereiro foi de retiro
individual em oração com os Exercícios Espirituais de Quaresma. Já nesta
segunda-feira (1), o Papa Francisco começa o mês de março cumprindo agenda no
Vaticano, na semana que também marca o retorno das viagens apostólicas
internacionais com a visita ao Iraque a partir de sexta-feira (5).
Uma
das audiências oficiais do dia foi com uma delegação do Centro Franciscano de Solidariedade da
cidade italiana de Florença. Em discurso, o Papa começou recordando o “precioso
serviço de escuta e de proximidade” da associação realizado há quase 40 anos
com famílias que se encontram em condições econômicas e sociais difíceis, e com
pessoas idosas ou deficientes que precisam de apoio e companhia.
“Gostaria de dizer, antes de mais nada, ‘obrigado’ por isso. Num mundo que
tende a correr em duas velocidades, que por um lado produz riqueza, mas por
outro gera desigualdade, vocês são uma obra de assistência eficaz, baseada no
voluntariado, e, aos olhos da fé, vocês estão entre aqueles que semeiam o Reino
de Deus.”
A
proximidade às feridas humanas
Francisco,
então, comparou o trabalho da associação à obra de Jesus neste mundo, já que
Ele veio para anunciar o Reino do Pai e “se aproximou com compaixão das feridas
humanas”, disse o Papa, ficando “próximo especialmente dos pobres, dos marginalizados
e descartados, dos desencorajados, dos abandonados e dos oprimidos”:
“Assim, Cristo nos revelou o
coração de Deus: é um Pai que quer proteger - Deus é um Pai que quer proteger
todos nós, defender e promover a dignidade de cada um de seus filhos e filhas,
e que nos chama a construir as condições humanas, sociais e econômicas para que
ninguém seja excluído ou pisoteado nos seus direitos fundamentais, para que
ninguém tenha que sofrer por falta do pão material ou por solidão.”
Uma
obra inspirada em São Francisco de Assis
A
associação italiana, que nasceu em 1983, deu vida a uma iniciativa das Ordens
Franciscanas Seculares de Florença pertencentes às três famílias de Frades
Menores, Conventuais e Capuchinhos, com um trabalho de caráter assistencial
para ajudar as pessoas com dificuldades tanto material como espiritual. De
fato, atualmente eles coletam e distribuem roupas usadas, oferecem um centro de
escuta e dão apoio a idosos e deficientes no espírito do amor fraterno típico
de São Francisco.
O Papa, no
discurso, recordou justamente a inspiração da associação no “testemunho
luminoso” do Pobrezinho de Assis, “que praticou a fraternidade universal” e
"em todos os lugares semeou a paz e caminhou ao lado dos pobres, dos
abandonados, dos doentes, dos descartados, dos últimos" (Encíclica
Fratelli tutti, 2). Um trabalho, acrescentou o Pontífice, caracterizado como
“um sinal concreto de esperança”, sobretudo em meio “à vida agitada da cidade,
onde tantos se encontram sozinhos com a sua pobreza e sofrimento”. É um sinal
que “desperta
as consciências adormecidas”, enfatizou o Papa, “e nos convida a sair da
indiferença, a ter compaixão por quem está ferido, a se curvar com ternura
sobre quem está esmagado pelo peso da vida”. Essas são, então,
concluiu Francisco, as três palavras que são o estilo de Deus e que deveria ser
tão o de vocês: de proximidade, compaixão e ternura.
“Queridos amigos, vão em
frente com coragem no trabalho! Peço ao Senhor que o sustente, porque sabemos
que o nosso bom coração e a nossa força humana não são suficientes. Antes das
coisas serem feitas e além dessas, quando estamos diante de uma pessoa pobre,
somos chamados a um amor que faz sentir ela como nosso irmão, nossa irmã; e
isso é possível graças a Cristo, presente totalmente naquela pessoa.”
Fonte: Vatican News
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