“A missão da Igreja não é enviar para julgar, mas para acolher; não para impor, mas para semear; não para condenar, mas para levar Cristo que é salvação”. Palavras do Papa Francisco na homilia por ocasião dos 500 anos de evangelização das Filipinas neste domingo (14) na Basílica de São Pedro
Jane Nogara - Vatican
News
“Deus amou tanto o
mundo que deu o seu Filho único” (Jo 3, 16). Aqui está o coração do Evangelho,
aqui está o fundamento de nossa alegria”. São as palavras iniciais do Santo
Padre na sua homilia por ocasião dos 500 anos de evangelização das Filipinas,
realizada na manhã deste domingo, na Basílica de São Pedro.
Somos sempre amados
O Papa seguiu
propondo: “Vamos nos deter por um momento sobre estes dois aspectos: "ele
amou tanto " e "ele deu".
“Primeiramente, Deus amou
tanto”. Francisco explicou:
"Ele sempre nos
olhou com amor, e por amor veio entre nós na carne de seu Filho. N’Ele veio
procurar-nos nos lugares onde estávamos perdidos; n’Ele veio levantar-nos das
nossas quedas; n’Ele chorou as nossas lágrimas e curou as nossas feridas; n’Ele
abençoou as nossas vidas para sempre. Quem n’Ele crê, diz o Evangelho,
não será condenado. Em Jesus, Deus pronunciou a palavra final sobre a nossa
vida: tu não estás perdido, és amado. Sempre amado.
“Se
a escuta do Evangelho e a prática da nossa fé não nos alarga o coração para nos
fazer compreender a grandeza deste amor (…) é um sinal de que precisamos parar
e ouvir novamente o anúncio da boa nova”
Francisco enfatizou
que “Deus nos ama tanto que nos dá a toda a sua vida”. E que é um Pai bondoso,
um Pai apaixonado, um Pai preocupado, que não é indiferente, ama nossa
história, não condena. “É um Pai que nos salva com o abraço abençoado de seu
amor”.
Deus “deu” o seu
Filho
Ao falar sobre a
segunda palavra: Deus “deu”
o seu Filho o Papa disse:
“Precisamente porque
Ele nos ama tanto, Deus doa a si mesmo e nos oferece a sua vida. Quem ama,
sempre sai de si mesmo. O amor sempre se oferece, se doa, gasta-se a si mesmo”.
“A força do amor – continua o Papa - é precisamente esta: esmigalha a casca do
egoísmo, quebra as margens da segurança humana muito calculadas, derruba muros
e supera medos, para se fazer dom”.
“Aquele
que ama é assim: prefere arriscar-se no doar-se em vez de se atrofiar,
guardando-se para si mesmo. É por isso que Deus sai de si mesmo: porque Ele
‘amou tanto'”
Para Francisco
“quanto mais se ama mais somos capazes de doar”, afirmando que esta é a chave
para compreender a nossa vida porque: “O que conta não é apenas o que podemos
produzir ou ganhar, mas acima de tudo o amor que sabemos dar”. “Esta é a fonte
da alegria! Deus amou tanto o mundo que deu seu Filho. Daqui faz sentido o
convite que a Igreja dirige neste domingo: "Alegrai-vos [...]. Exultai e
regozijai-vos, vós que estáveis tristes. Saciai-vos da abundância da vossa
consolação”. E recordou o martirizado povo iraquiano que exultou de alegria,
graças a Deus, à sua misericórdia”.
Anúncio cristão nas
Filipinas
Ao falar sobre o
primeiro anúncio cristão nas Filipinas afirmou:
“Recebestes
a alegria do Evangelho: que Deus nos amou tanto que deu seu Filho por nós. E
esta alegria pode ser vista no seu povo, pode ser vista nos seus olhos, nos
seus rostos, nos seus cantos e nas suas orações. Quero agradecer-lhes pela
alegria que vocês levam ao mundo inteiro e às comunidades cristãs”
Recordando os
milhares de migrantes filipinos que levam a fé cristã a todo o mundo Francisco
afirmou que agem “no estilo de Maria e José: Deus ama levar a alegria da fé
através de um serviço humilde e escondido, corajoso e perseverante”.
Evangelizar não é
proselitismo
“E neste aniversário
– continuou - que é tão importante para o santo povo de Deus nas Filipinas,
também quero exortar-lhes a não pararem com a obra de evangelização - que não é
proselitismo. O anúncio cristão que recebestes deve ser sempre levado aos demais;
o Evangelho da proximidade de Deus pede para ser expresso no amor pelos irmãos;
o desejo de Deus de que ninguém se perca pede à Igreja para cuidar daqueles que
estão feridos e vivem marginalizados. Se Deus ama tanto que Ele mesmo se doa,
também a Igreja tem esta missão: ela não é enviada para julgar, mas para
acolher; não para impor, mas para semear; não para condenar, mas para levar
Cristo que é salvação.
Fonte: Vatican News
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