Intitulada
«São José: o sonho da vocação», a mensagem do Papa Francisco para 58º Dia
Mundial de Oração pelas Vocações recorda que o Pai putativo de Jesus é uma
"figura extraordinária e, ao mesmo tempo, «tão próxima da condição humana
de cada um de nós», escreve o Papa, citando um trecho da introdução da Carta
Apostólica Patris corde.
Mariangela Jaguraba - Vatican News
Foi divulgada, nesta sexta-feira (19/03), a
mensagem do Papa Francisco para o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações que
será celebrado em 25 de abril próximo, IV Domingo de Páscoa.
Intitulada «São José: o sonho da vocação», a
mensagem recorda que o Pai putativo de Jesus é uma "figura extraordinária
e, ao mesmo tempo, «tão próxima da condição humana de cada um de nós», escreve
o Papa, citando um trecho da introdução da Carta Apostólica Patris
corde.
"São José não sobressaía, não estava dotado de
particulares carismas, não se apresentava especial aos olhos de quem se cruzava
com ele. Não era famoso, nem se fazia notar: dele, os Evangelhos não transcrevem
uma palavra sequer. Contudo, através da sua vida normal, realizou algo de
extraordinário aos olhos de Deus. Deus vê o coração e, em São José, reconheceu
um coração de pai, capaz de dar e gerar vida no dia a dia. É isto que as
vocações tendem a fazer: gerar e regenerar vidas todos os dias", ressalta
o Papa no texto.
Segundo Francisco, "o Senhor deseja moldar
corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes
ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes
para fortalecer as esperanças. Disto têm necessidade o sacerdócio e a vida
consagrada, particularmente nos dias de hoje, nestes tempos marcados por
fragilidades e tribulações devidas também à pandemia que tem suscitado
incertezas e medos sobre o futuro e o próprio sentido da vida. São José vem em
nossa ajuda com a sua mansidão, como Santo da porta ao lado; simultaneamente
pode, com o seu forte testemunho, guiar-nos no caminho".
"A vida de São José sugere-nos três
palavras-chave para a vocação de cada um", sublinha o Papa.
"A primeira é sonho. Todos sonham realizar-se na vida. E é
justo nutrir aspirações grandes, expectativas altas, que objetivos efêmeros
como o sucesso, a riqueza e a diversão não conseguem satisfazer. Realmente, se
perguntássemos às pessoas para traduzirem numa só palavra o sonho da sua vida,
não seria difícil imaginar a resposta: «amor». É o amor que dá sentido à vida,
porque revela o seu mistério. Pois só se tem a vida que
se doa, só se possui de verdade a vida que se doa plenamente. A
este propósito, São José tem muito a nos dizer, pois, através dos sonhos que
Deus lhe inspirou, fez da sua existência um dom."
De acordo com Francisco "assim acontece na
vocação: o chamado divino impele sempre a sair, a doar-se, a ir mais além. Não
há fé sem risco. Neste sentido, São José constitui um ícone exemplar do
acolhimento dos projetos de Deus. Que ele ajude a todos, sobretudo os jovens em
discernimento, a realizar os sonhos que Deus tem para cada um; inspire a
corajosa intrepidez de dizer «sim» ao Senhor, que sempre surpreende e nunca
desilude!"
A segunda palavra, serviço, marca o
itinerário de São José e da vocação. Segundo os Evangelhos, "ele viveu em
tudo para os outros e nunca para si mesmo. O serviço, expressão concreta do dom
de si mesmo, não foi para São José apenas um alto ideal, mas tornou-se regra da
vida diária. Em resumo, adaptou-se às várias circunstâncias com a atitude de
quem não desanima se a vida não lhe corre como queria: com a disponibilidade de
quem vive para servir".
"Por isso gosto de pensar em São José,
guardião de Jesus e da Igreja, como guardião das vocações. Com
efeito, da própria disponibilidade em servir, deriva o seu cuidado em
guardar. «Levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe»: refere o
Evangelho, indicando a sua disponibilidade e dedicação à família. Este cuidado
atento e solícito é o sinal duma vocação realizada. É o testemunho duma vida
tocada pelo amor de Deus", ressalta o Papa.
O terceiro aspecto que atravessa a vida de São José
e a vocação cristã, cadenciando o seu dia a dia é a fidelidade.
"Como se alimenta esta fidelidade? À luz da fidelidade de Deus",
frisa o Pontífice. "Esta fidelidade é o segredo da alegria. Como diz um
hino litúrgico, na casa de Nazaré reinava «uma alegria cristalina». Era a
alegria diária e transparente da simplicidade, a alegria que sente quem guarda
o que conta: a proximidade fiel a Deus e ao próximo."
"Como
seria belo se a mesma atmosfera simples e radiante, sóbria e esperançosa,
permeasse os nossos seminários, os nossos institutos religiosos, as nossas
residências paroquiais!", sublinha Francisco, desejando esta alegria a
todos os que fizeram "de Deus o sonho da vida, para
O servir nos irmãos e irmãs que lhes foram confiados, através
duma fidelidade que em si mesma já é testemunho, numa época
marcada por escolhas passageiras e emoções que desaparecem sem gerar a
alegria". "Que São José, guardião das vocações, os acompanhe com
coração de pai", conclui o Papa
Fonte: Vatican News
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