“Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade.”
Ela é uma chamada de atenção para a grande novidade – o Evangelho – A Boa Notícia da fé cristã, para o encontro com Jesus, o Filho Eterno que nos revela o Pai e no coenvolve na fraternidade universal dos filhos e filhas de Deus. Este é o Tempo Novo, último e definitivo para a Humanidade e toda a Criação. A convivência humana ganha sua maior e definitiva dimensão. E tudo o que se refere aos relacionamentos humanos, interpessoais, sociais, políticos, universais, encontra luzes e forças para sua justa realização no bem comum de todos – no Reino de Deus revelado e inaugurado em Cristo Jesus – o Senhor Ressuscitado.
Cristo é a nossa paz: Ele recolhe todos na unidade do Amor.
Ele supera todas as divisões, contraposições, inimizades – realiza o encontro sem fronteiras, derrubando todos os muros de separação.
Assim ele supera todas as expectativas humanas e a elas respondendo com plenitude. As diferenças não são negadas, mas superadas num encontro que complementa com dons diversos a unidade comum.
É sua a revolução do cuidado, do zelo, da preocupação mútua e, portanto, da fraternidade, da solidariedade no destino comum, que a todos irmana num Único Pai de todos os filhos e filhas.
No Seu ato criador, entrelaça em harmonia e recíproca colaboração toda a Criação, e exprime o maior destino de seu Projeto de Amor no ápice que é a realidade humana criada à sua “imagem e semelhança”.
Na realização da plenitude de sua obra, vindo ao encontro da humanidade no decorrer de seu tempo e sua história, em Seu Filho Eterno que se faz homem entre os homens, Deus se manifesta encontro para todos chamar ao encontro; se faz diálogo, para chamar todos ao diálogo; se torna próximo, para aproximar a todos; aproxima-se para cuidar, para a todos chamar ao cuidado amoroso do Criador e ao cuidado amoroso do semelhante e de toda a casa comum; doa-se totalmente como vida solidária ao destino humano, para vencer toda desagregação e morte, chamando à comunhão, à unidade universal, à vida em plenitude.
A Campanha da Fraternidade 2021 – ainda em tempo de desafio pandêmico para toda a humanidade. E mais que nunca experimentamos nosso irrenunciável destino comum! A Campanha da Fraternidade quer ser ecumênica, universal, plenamente humana em diálogo e compromisso de amor, cuidado recíproco e com a casa comum.
Este destino comum está inscrito no mais fundamental de nós mesmos, dá o sentido comum de vida e nos abre à realização maior que vem do amor concretamente vivido em todos: superando qualquer indiferença e estreito individualismo para uma salvação que não se pode ter sozinho, isolado, mas quando se faz UNIDADE.
+ José Antonio Aparecido Tosi Marques
Arcebispo Metropolitano de Fortaleza
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