No
vídeo de intenção de oração para este mês, Francisco pede que rezemos pelas
mulheres que sofrem diversas formas de maus-tratos. O forte apelo do Pontífice
é contra os diferentes tipos de violência que têm gerado um “número
impressionante” de mulheres “espancadas, ofendidas e violadas”. Diante desse
tipo de “covardia e degradação para toda a humanidade”, Francisco pede que elas
sejam protegidas pela sociedade e que os sofrimentos das vítimas, através do
“grito de socorro”, sejam escutados.
Andressa
Collet – Vatican News
“Hoje,
ainda existem mulheres que sofrem violência. Violência psicológica, violência
verbal, violência física, violência sexual. O número de mulheres espancadas,
ofendidas e violadas é impressionante. As diversas formas de maus-tratos que muitas
mulheres sofrem são uma covardia e uma degradação para toda a humanidade. Para
os homens e para toda humanidade. Os testemunhos das vítimas que se atrevem a
quebrar o silêncio são um grito de socorro que não podemos ignorar. Não podemos
olhar para o outro lado. Rezemos pelas mulheres que são vítimas de violência,
para que sejam protegidas pela sociedade e o seu sofrimento seja considerado e
escutado por todos.”
Esse é o
forte apelo feito por Francisco no “O Vídeo do Papa”, de fevereiro, divulgado
nesta segunda-feira (01) com a intenção de oração que Francisco confia a
toda Igreja Católica através da Rede Mundial de
Oração do Papa. É uma mensagem forte contra a violência que milhões
de mulheres sofrem diariamente numa realidade que Francisco descreve como de
“covardia e degradação para toda a humanidade”.
Violência
contra mulheres em números
De fato,
as estatísticas coletadas pela ONU Mulheres, atualizadas em novembro de 2020,
são chocantes: todos os dias, 137 mulheres no mundo são mortas por membros de
suas próprias famílias; as mulheres adultas representam quase metade das
vítimas de tráfico de pessoas; globalmente, 1 em cada 3 mulheres já sofreu
violência física ou sexual (e 15 milhões de meninas adolescentes, de 15 a 19
anos, sofreram estupro em todo o mundo). No ano passado, além disso, com o
agravamento da pandemia, provocando restrição de movimento, isolamento social e
insegurança econômica, também aumentou a vulnerabilidade das mulheres à violência
na esfera privada.
Na
mensagem para este mês de fevereiro, o Papa pede pela proteção dessas vítimas
nas sociedades. E, embora pelo menos 155 países tenham aprovado leis sobre
violência doméstica e 140 tenham legislação sobre assédio sexual no local de
trabalho, para dar dois exemplos, isso não significa que sempre cumpram as
normas e recomendações internacionais ou que elas sejam aplicadas.
Não
olhar para o outro lado
O Pe.
Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do
Papa, disse que “o apelo do Santo Padre é muito claro: 'Não podemos olhar
para o outro lado.' Em outras palavras, não podemos ficar de braços cruzados
diante de tantos casos de violência contra as mulheres, que se manifestam de
múltiplas formas, das mais visíveis e indizíveis às mais insidiosas e
inconscientes. A violência contra as mulheres em todas as suas formas é um
grito aos céus. Francisco disse várias vezes: ‘Toda violência infligida às
mulheres é uma profanação de Deus, nascido de uma mulher. A salvação para a humanidade
veio do corpo de uma mulher: pela maneira como tratamos o corpo de uma mulher,
compreendemos nosso nível de humanidade'”. O diretor, então, reforçou o convite
do Papa:
“Rezemos juntos por todas as
mulheres vítimas de violência, inclusive meninas e adolescentes, e lutemos por
uma sociedade mais justa, para que as proteja, ouça e alivie seu sofrimento.”
Fonte: Vatican News
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