Imagem referencial. Crédito:
Arquidiocese de Washington.
REDAÇÃO CENTRAL, 22 fev. 21 / 11:53 am (ACI).-
Como em outros tempos litúrgicos, a Quaresma, que começou no dia 17 de fevereiro,
tem suas normas litúrgicas e, nesse sentido, há práticas que a Igreja Católica
indica que não devem ser realizadas nestes 40 dias de preparação espiritual
para a Páscoa.
A seguir, apresentamos seis práticas que devem ser
evitadas durante a Quaresma
1. Tocar música instrumental durante a Missa
Em algumas paróquias, costuma-se tocar música
instrumental em alguns momentos da Santa Missa sem que ninguém esteja cantando.
Embora esta prática não seja proibida durante outros tempos litúrgicos, na
Quaresma, com algumas exceções, não deve ser realizada.
Segundo o numeral 313 da Instrução Geral do Missal Romano: “No tempo da
Quaresma só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais
para sustentar o canto. Exceptuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da
Quaresma), as solenidades e as festas”.
2. Cantar ou recitar o "Glória"
O ponto número 53 da Instrução Geral do Missal
Romano afirma que "o Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual
a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao
Cordeiro".
" É cantado ou recitado aos domingos" na
Missa; com exceção dos domingos do "Advento e da Quaresma" e “nas
solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes".
3. Cantar ou recitar o Aleluia antes do Evangelho
O Aleluia é uma aclamação os fiéis recitamos antes
de ler o Evangelho para professar a nossa fé e acolher e saudar o Senhor que
nos falará.
Esta prática ocorre durante todo o ano, com exceção
do Tempo da Quaresma.
De acordo com o ponto 62 da Instrução Geral do
Missal Romano: “O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O
Versículo é tomado do lecionário ou do Gradual”.
“No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia,
canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar
também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual”, acrescenta.
4. Colocar flores no altar
Durante a maior parte do ano, o altar é decorado
com flores. Esta prática, que envolve colocar flores com moderação ao redor e
não na mesa do altar, não se realiza na Quaresma com certas exceções.
De acordo com o ponto 305 da Instrução Geral do
Missal Romano: “No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar.
Excetuam-se, porém, o domingo "Laetare" (IV na Quaresma), solenidades
e festas”.
5. Esvaziar as fontes de água benta
Jimmy
Akin escreveu no National Catholic Register que, nos
últimos anos, algumas paróquias tiraram água benta das fontes batismais durante
a Quaresma, e algumas até as encheram com areia.
Explicou que realizaram esta prática para comunicar
a ideia de que este tempo de aridez espiritual é uma experiência de “deserto”,
que antecede a Páscoa, na qual as pessoas se abstêm de usar o sacramental da
água benta. No entanto, esta prática não é permitida pela Igreja Católica.
A Congregação para o Culto Divino especificou que a
água benta só pode ser removida das fontes nos dias do Tríduo Pascal, mas
apenas para preparar a bênção da água na Vigília Pascal. Esta prática é
realizada nos dias em que a Eucaristia não é celebrada; ou seja,
sexta-feira e sábado santo.
Esclareceu que "não é permitido retirar Água
Benta das fontes durante o tempo da Quaresma" por dois motivos:
“A legislação litúrgica vigente não prevê esta
inovação, que além de ser praeter legem [fora da lei] é contrária a uma
compreensão equilibrada do tempo da Quaresma, que, embora seja verdadeiramente
um tempo de penitência, é também um tempo rico no simbolismo da água e do Batismo,
constantemente evocado nos textos litúrgicos”.
Além disso, a Igreja encoraja os fiéis a
"fazer uso frequente dos sacramentos e sacramentais" o tempo todo, incluindo
a Quaresma. “O 'jejum' e a 'abstinência' que os fiéis abraçam neste momento não
se estendem à abstenção dos sacramentos ou dos sacramentais da Igreja”,
sublinhou.
Durante a pandemia Covid-19, igrejas em todo o
mundo retiraram água benta de suas fontes para prevenir o contágio do vírus.
6. Cobrir cruzes e estátuas com véus antes do tempo
Segundo Akin, nos últimos anos algumas paróquias
nos Estados Unidos tamparam ou removeram cruzes e estátuas no início da
Quaresma. No entanto, convém lembrar que essa prática se realiza a partir do
quinto domingo da Quaresma, que é o domingo anterior ao Domingo de Ramos, data que dá início à Semana Santa.
Segundo a Congregação para o Culto Divino “o
costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas, a partir do domingo
V da Quaresma, pode ser preservado, segundo o critério da Conferência dos Bispos.
As cruzes permanecem cobertas até depois da celebração da Paixão do Senhor, na
Sexta-Feira Santa, e as imagens até o início da Vigília Pascal”, destacou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por
Nathália Queiroz.
Fonte: ACI Digital
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