Diálogo
e respeito ao direito internacional: estes são os instrumentos para a resolução
de conflitos, evocados esta quinta-feira, 14 de janeiro, pelo observador
permanente da Santa Sé na Organização para Segurança e Cooperação na Europa,
mons. Janusz Urbańczyk, em pronunciamento na Osce
Isabella
Piro/Raimundo de Lima - Vatican News
"Encorajamos todos os
Estados membros a continuar trabalhando pela paz e a justiça, implementando os
compromissos que assumiram consensualmente": assim abriu seu discurso o
observador permanente da Santa Sé na Osce (Organização para Segurança e
Cooperação na Europa) mons. Janusz Urbańczyk, durante a reunião de n. 1.298 do
Conselho permanente do órgão.
Em particular, o prelado polonês lembrou que "uma paz real
e duradoura só será possível com base em uma ética global de cooperação a
serviço de um futuro caracterizado pela interdependência e responsabilidade
compartilhada em toda a família humana".
Em seguida, referindo-se ao 20º aniversário, celebrado em 3 de
outubro passado, da adoção da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das
Nações Unidas sobre a mulher, a paz e a segurança, o representante vaticano
enfatizou a necessidade de "lembrar claramente a contribuição
insubstituível que as mulheres oferecem quando se trata de reconciliação e
construção da paz".
"A Santa Sé continua convencida da necessidade de promover
o papel das mulheres em todos os níveis de prevenção de conflitos, gestão e
resolução de crises e processos de reconstrução pós-bélica", acrescentou.
Todos os direitos humanos sejam igualmente tutelados
Também foi central o chamado a prestar uma "atenção
especial aos direitos humanos, à democracia e à igualdade de gênero",
adotando "uma abordagem que respeite na mesma medida todos os direitos
humanos universalmente reconhecidos, para evitar o estabelecimento de uma
hierarquia entre eles".
Isto porque, especificou o observador permanente, "os
direitos humanos nunca devem ser usados nem como um meio de avançar agendas
políticas, econômicas, militares, culturais ou ideológicas, nem como termos
abertos que diferentes atores podem mudar de acordo com seus propósitos".
Portanto, a esperança da Santa Sé é de que os Estados membros da
Osce respeitem os critérios de "imparcialidade e profissionalismo" de
suas estruturas executivas, a fim de implementar "trabalhos e projetos em
conformidade com os compromissos assumidos", sobretudo no âmbito da
"igualdade entre mulheres e homens".
Tolerância e não discriminação são prioridades da Osce
O representante vaticano também se referiu ao "princípio da
boa fé", para assegurar que "os compromissos existentes não sejam
substancialmente modificados, transformados ou cancelados através de
'interpretações' inadequadas", em detrimento da "regra do consenso
que sustenta a Osce".
Além disso, em nome da Santa Sé, o observador permanente exortou
a presidência sueca da organização para o ano 2021 a "manter o tema da
tolerância e da não-discriminação no topo de sua agenda", prestando
"muita atenção à crescente intolerância e discriminação contra cristãos,
judeus, muçulmanos e membros de outras religiões".
Detalhadamente, a recomendação foi adotar uma abordagem que
"reconhecesse a especificidade dessas formas de intolerância e
discriminação e respondesse às necessidades particulares das comunidades
envolvidas, sem mostrar preconceito ou seletividade preferencial entre
elas".
Mons. Urbańczyk se disse convencido de que desta forma a
Organização para Segurança e Cooperação na Europa "será capaz de responder
de modo eficaz aos desafios sobre a segurança enfrentados por todas as
comunidades religiosas da região".
É necessária uma ação comum contra a pandemia
Por fim, o observador permanente exortou os Estados membros a
"tomar ações comuns diante das ameaças globais, incluindo a pandemia da
Covid-19", de modo a tornar a Osce "mais forte e mais
resistente", deixando-se guiar pelo "leme da dignidade humana e a
bússola dos princípios sociais fundamentais".
Fonte:
Vatican News
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