O
Ano Jubilar de 2021 dedicado a São Tiago, um dos doze apóstolos de Jesus, já
começou em Santiago de Compostela, na região da Galícia, na Espanha. Na
mensagem enviada por Francisco, o convite para um caminho de conversão e de
solidariedade com os próprios companheiros de viagem.
Adriana
Masotti e Antonella Palermo - Vatican News
Começou no final de 2020, em
31 de dezembro, o Ano Compostelano, um jubileu que se realiza no ano em que o
25 de julho, em memória a São Tiago, cai em um domingo. Assim, de fato, é o
caso de 2021, como foi em 2010 e será em 2027. Segundo o arcebispo de Santiago
de Compostela, dom Julián Barrio Barrio, "um ano de graça e de
perdão" a todos aqueles que desejam participar. Neste terceiro Ano Santo
Compostelano do terceiro milênio do cristianismo, continua o arcebispo, “o
testemunho corajoso de São Tiago Apóstolo é uma oportunidade para redescobrir a
vitalidade da fé e da missão, recebida no Batismo”.
A mensagem do Papa na abertura da Porta Santa
Por ocasião da abertura da Porta Santa, dom Julián recebeu uma
mensagem do Papa Francisco, ao expressar carinho e proximidade "a todos
aqueles que participam deste momento de graça para toda a Igreja e, em
particular, para a Igreja na Espanha e na Europa". Seguindo os passos do
Apóstolo, escreve o Pontífice, "deixamos o nosso eu,
aquelas certezas às quais nos agarramos, mas com um objetivo claro em mente,
não somos seres errantes, sempre girando em torno de nós mesmos sem chegar a
lugar algum. É a voz do Senhor que nos chama e, como peregrinos, nós a
acolhemos em atitude de escuta e de busca, empreendendo esta viagem para
encontrar Deus, os outros e nós mesmos".
A misericórdia de Deus acompanha o nosso caminho
O objetivo, enfatiza o Papa, é tão importante quanto o caminho
rumo a ele, que é um caminho de conversão seguindo Jesus, o Caminho, a Verdade
e a Vida. Citando a Carta Apostólica "Misericordia et
Misera", de 20 de novembro de 2016, o texto continua com uma mensagem
que reafirma: "neste caminho, a misericórdia de Deus nos acompanha e,
mesmo que a condição de fraqueza devida ao pecado permaneça, ela é superada
pelo amor que nos permite olhar para o futuro com esperança e estar prontos
para colocar a nossa vida de volta ao caminho certo".
Um caminho com leveza e em companhia
Para se colocar em caminho, devemos primeiramente nos desligar
das coisas que nos pesam. Depois, na vida, não caminhamos sozinhos e confiar
nos nossos companheiros sem suspeitas e desconfianças "nos ajuda a
reconhecer no próximo um dom que Deus nos dá para nos acompanhar nesta
jornada". É uma questão de "sair de si mesmo para se unir aos
outros", de esperar e se apoiar uns aos outros, compartilhando trabalhos e
realizações.
No final da viagem, escreve o Papa, nos encontraremos com uma
mochila vazia, mas com "um coração cheio de experiências forjadas em
contraste e em harmonia com a vida de nossos outros irmãos e irmãs que vêm de
diferentes contextos existenciais e culturais". E, redescobrindo o
nosso dever, ser discípulo missionário "para chamar todos para aquela
pátria para a qual estamos nos movendo".
O peregrino comunica a fé com a sua vida
Francisco descreve o peregrino como aquele que é capaz de se
colocar nas mãos de Deus, consciente de que a pátria prometida já está presente
em Cristo que está perto dele e, assim, "toca o coração do seu irmão, sem
artifícios, sem propaganda, na mão estendida, pronta a dar e a receber".
Os três gestos que os peregrinos fazem ao chegar à Porta Santa lembram o motivo
da viagem, escreve ainda o Papa: o primeiro "é contemplar no Pórtico da
Glória o olhar sereno de Jesus, o juiz misericordioso", que nos acolhe na
sua casa. O segundo é o abraço que nos vem da imagem de São Tiago Apóstolo que
nos mostra o caminho da fé. A participação na celebração eucarística, o
terceiro gesto, nos convida a "sentir que somos o povo de Deus",
chamado "a compartilhar a alegria do Evangelho".
Fonte
Vatican News
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