"Começamos
o Ano Novo colocando-nos sob o olhar materno e amoroso de Maria Santíssima, que
a liturgia hoje celebra como a Mãe de Deus", disse Francisco no Angelus,
recordando que "os dolorosos acontecimentos que marcaram o caminho da
humanidade no ano transcorrido, especialmente a pandemia, nos ensinam como é
necessário interessar-se pelos problemas dos outros e compartilhar suas
preocupações".
Mariangela Jaguraba/Raimundo Lima -
Vatican News
O Papa Francisco conduziu a oração
mariana do Angelus, nesta sexta-feira (1º/01), Solenidade de Santa Maria, Mãe
de Deus, e Dia Mundial da Paz, da Biblioteca do Palácio Apostólico.
Começamos o Ano Novo colocando-nos
sob o olhar materno e amoroso de Maria Santíssima, que a liturgia hoje celebra
como a Mãe de Deus. Desta forma retomamos nosso caminho pelas veredas do tempo,
confiando nossas angústias e nossos tormentos Àquela que pode fazer todas
as coisas. Maria nos olha com ternura materna, assim como olhava para seu Filho
Jesus. Se olharmos para o Presépio, vemos que Jesus não está no berço. Me
disseram que Nossa Senhora disse: "Mas, me deixem segurar um pouco no colo
este meu filho?" Assim faz Nossa Senhora conosco: quer nos segurar em seus
braços para nos proteger como ela protegeu e amou o seu Filho.
Segundo o Pontífice, “o olhar
assegurador e consolador da Virgem Santa é um encorajamento para fazer de modo
que este tempo, que nos é dado pelo Senhor, seja gasto para o nosso crescimento
humano e espiritual, que seja um tempo para remover os ódios e as divisões, e
existem muitas, que seja um tempo para sentir que somos todos mais irmãos e
irmãs, que seja um tempo para construir e não para destruir, cuidando uns dos
outros e da criação. Um tempo para fazer crescer, um tempo de paz”. A seguir,
acrescentou:
É propriamente ao cuidado do próximo
e da criação que é dedicado o tema do Dia Mundial da Paz, que hoje celebramos:
A cultura do cuidado como percurso de paz. Os dolorosos acontecimentos que
marcaram o caminho da humanidade no ano transcorrido, especialmente a pandemia,
nos ensinam como é necessário interessar-se pelos problemas dos outros e
compartilhar suas preocupações. Esta atitude representa o caminho que leva à
paz, pois favorece a construção de uma sociedade fundada em relações
fraternais. Cada um de nós, homens e mulheres de nosso tempo, é chamado a
realizar a paz: cada um de nós. Não sejamos indiferentes a isso. Somos todos
chamados a realizar a paz e a realizá-la todos os dias e em todos os ambientes
da vida, estendendo a mão ao irmão que precisa de uma palavra de conforto, de
um gesto de ternura, de uma ajuda solidária. Para nós, esta é uma tarefa dada
por Deus. O Senhor nos dá a tarefa de sermos operadores de paz.
O Papa ressaltou que “a paz pode ser
construída se começarmos a estar em paz conosco mesmos, em paz por dentro, no
coração, e conosco, e com aqueles ao nosso redor, removendo os obstáculos que
nos impedem de cuidar dos que se encontram necessitados e na indigência”.
Trata-se de desenvolver uma
mentalidade e uma cultura do "cuidar", a fim de derrotar a indiferença,
vencer o descarte e a rivalidade, indiferença, descarte e rivalidade que
infelizmente prevalecem. Eliminar esses comportamentos. A paz não é apenas a
ausência de guerra, paz nunca é asséptica: não, a paz do quirófano não existe.
A paz está na vida: não é apenas a ausência de guerra, mas uma vida rica em
sentido, impostada e vivida na realização pessoal e na partilha fraterna com os
outros. Então essa paz tão almejada e sempre ameaçada pela violência, pelo
egoísmo e pela maldade, aquela paz colocada em perigo, torna-se possível e
realizável se eu a pegar como uma tarefa que me foi doada por Deus.
“Que a Virgem Maria, que deu à luz o
"Príncipe da Paz", e que o mima com ternura em seus braços, obtenha
para nós do céu o precioso bem da paz, que não podemos perseguir plenamente
apenas com a força humana”, disse ainda Francisco. Segundo o Papa, “somente as
forças humanas não são suficientes, porque a paz é sobretudo um dom, um dom de
Deus; deve ser implorada com oração incessante, sustentada por um diálogo
paciente.
Fonte: Vatican News
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