Somos
todos chamados a contribuir para a superação da pandemia, sabedores de que
fazemos parte de uma grande família que habita em uma casa comum.
Cardeal Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de São
Salvador da Bahia, Primaz do Brasil
A desejada vacina contra a Covid-19 tem sido
assunto de grande interesse, gerando expectativas e polêmicas. Infelizmente, a
politização da pandemia tem gerado desinformação e equívocos que só enfraquecem
o combate ao vírus. A chegada da vacina traz esperança, mas não permite decretar
o fim da pandemia, nem descuidar das medidas de saúde pública para evitar
contágio e preservar a vida. Os números divulgados pela mídia mostram a piora
da pandemia na maior parte do país. Além disso, neste final de ano, o cenário
da pandemia tende a se agravar com a chegada do Natal, do Ano Novo e das
férias. Medidas restritivas estão sendo repropostas pelas autoridades
competentes em saúde pública, mas com maior dificuldade de aceitação por parte
da população, sem dúvida, cansada e sofrida com as inegáveis consequências da
Covid-19. A ocupação de leitos nos hospitais tem crescido, gerando grande
preocupação e medidas urgentes. Como era previsto, uma segunda onda tende a ser
pior que a primeira, encontrando as pessoas cansadas e fragilizadas pelos efeitos
econômicos e sociais da pandemia. Contudo, não podemos nos cansar de observar
as medidas de saúde pública necessárias para evitar contágios, pois a
irresponsabilidade de uns pode custar vidas de outros. É preciso dizer “sim” à
vida e “não” ao coronavírus, com palavras e atitudes.
Dizer “sim” a vida implica em dizer “sim” ao uso de
máscara, à higienização com álcool gel e ao necessário distanciamento social,
cuidados que sabemos serem indispensáveis, segundo a ciência e as pessoas de
bom senso. Dizer “não” ao coronavírus é dizer não à indiferença, às
aglomerações e ao lazer irresponsável. É tempo de perguntar-nos, com seriedade,
quantas vidas podem custar aglomeração em praias, em festas ou em comemorações
de final de ano? Vale a pena fazer sacrifícios e renúncias para preservar a
vida, especialmente das pessoas mais fragilizadas, a começar daquelas que mais
amamos.
Somos todos chamados a contribuir para a superação
da pandemia, sabedores de que fazemos parte de uma grande família que habita em
uma casa comum. O que alguém faz ou deixa de fazer na prevenção do vírus
repercute na vida dos outros. As Igrejas são chamadas a permanecer vigilantes,
dispondo-se a oferecer sua contribuição para a saúde pública, que inclui a
saúde espiritual das pessoas. Entretanto, é inegável e urgente o papel do
governo na execução de um plano nacional de vacinação em massa e a ação
conjunta, com o empenho das autoridades nos estados. O momento deve ser
de diálogo, de respeito e de corresponsabilidade e não de polêmicas inúteis, pois
estão em jogo a vida e a saúde da população.
Seja
a preparação para o Natal um tempo especial de cuidado e responsabilidade pela
vida, dom de Deus a ser acolhido com gratidão e vivido com responsabilidade!
Fonte:
Vatican News
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