Desde
que Pio XII visitou pela primeira vez a estátua da Virgem, ao homenageá-la com
uma esplêndida cesta de flores brancas naquele distante 8 de dezembro de 1953,
dia de abertura do Ano Mariano, a Praça de Espanha na Capital Eterna nunca
tinha visto a ausência de um Pontífice na Solenidade da Imaculada, ao confiar a
Maria o destino de Roma e da Itália. Foi preciso uma dramática pandemia, que
ainda registra centenas de milhares de contágios e mortes, para impor ao Papa
Francisco a dolorosa decisão de cancelar um compromisso que tinha se tornado
uma tradição.
No seu lugar, para
evitar aglomerações e riscos para os fiéis, Francisco vai realizar um ato
privado de devoção, como anunciado pela Sala de Imprensa da Santa Sé ainda no
final de novembro.
A
outra novidade no dia da Imaculada
Uma outra novidade é
confiar a Nossa Senhora os sofredores do mundo inteiro, como explica Antonino
Grasso, leigo da diocese de Acireale, de Catânia, na Itália, que tem PhD em
Teologia, com especialização em Mariologia, e atualmente é docente
universitário e colaborador da Rádio Vaticano. O mariólogo explica:
“O
Pontífice vai confiar a Nossa Senhora, não somente a Cidade Eterna e os seus
habitantes, como é de costume, mas desta vez também vai incluir os muitos
doentes de todo o mundo.”
O professor comenta
que Francisco fará isso apresentando as nossas dificuldades e fraquezas atuais:
"o Papa vai se dirigir a Virgem sabendo que, quando nós a suplicamos, ela suplica
por nós. A Mãe de Misericórdia intercede prontamente, nunca demora".
Profundo
vínculo entre Roma e a Virgem
Depois de Pio XII,
foi o seu sucessor a continuar o gesto da devoção e da consagração a Virgem no
monumento da Imaculada Conceição, em Roma, como lembra o mariólogo italiano:
“João
XXIII foi pela primeira vez à Praça de Espanha em 8 de dezembro de 1958,
enquanto Paulo VI o fez no encerramento do Concílio Vaticano II, em 8 de
dezembro de 1965. O Papa João Paulo II, o Papa Bento XVI e agora o Papa
Francisco continuaram a viver essa tradição, enfatizando, com os seus
discursos, o profundo vínculo de Roma e da Itália com a Virgem.”
A
coluna inaugurada após a proclamação do dogma da Imaculada
A coluna que serve de
base à estátua de bronze de Maria, colocada na Piazza Mignanelli, ao lado da
Praça de Espanha, tem uma história ainda mais antiga do que o ato de devoção e
consagração. Foi projetada pelo arquiteto Luigi Poretti e inaugurada por Pio
IX, como explica o professor Grasso:
"A inauguração
aconteceu em 8 de dezembro de 1857, três anos após a solene proclamação do
dogma da Imaculada Conceição de Maria. A coluna, utilizada para a criação do
monumento, foi encontrada em 1777 durante os trabalhos de reforço das fundações
de um edifício doado por Pio VI às monjas beneditinas de Santa Maria em Campo
Marzio e também contém os versos da Sagrada Escritura que se referem ao
dogma."
Fonte: Vatican News
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