Com o apoio da Cáritas Regional
Nordeste 2, organismo vinculado ao Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB NE2), organizações da sociedade civil divulgaram uma
carta com denúncias graves sobre as condições insalubres do povo Warao, que
está refugiado em Pernambuco. Vivendo em imóveis sem infraestrutura adequada,
os indígenas venezuelanos sofrem com acesso precário à água e comida, e sem
emprego.
Os migrantes também não têm um atendimento de
saúde adequado, sendo submetidos a situações de racismo e xenofobia como no
caso de uma mulher parturiente que foi vítima de violência obstétrica e teve o
direito à amamentação violado nos cinco primeiros dias de vida do bebê.
A Igreja Católica e demais entidades
denunciantes exigem a reparação imediata por todas as violações de direitos
provocadas pelos poderes públicos, a elaboração de um plano de assistência
social, o estabelecimento de um fluxo de atendimento inclusivo, a garantia da
segurança alimentar e a aplicação dos recursos já liberados pelo Governo
Federal em favor dos refugiados e migrantes.
A Carta-denúncia sobre a violação de direitos
de migrantes indígenas Warao permanece recebendo assinaturas, para ter acesso e assinar clique aqui.
Além
da Cáritas, o Conselho Indigenista Missionário – Regional Nordeste (Cimi), o
Serviço Pastoral dos Migrantes, a Congregação Religiosa Carmelitas da Caridade
de Vedruna, a Pastoral Ambiental da Arquidiocese de Olinda e Recife e a
Pastoral da Criança Indígena (MT) também assinam o documento.
Quem são os Waraos?
O povo indígena Warao,
tradicionalmente habitante do delta do rio Orinoco, em grande parte localizado
no estado Delta do Amacuro, Venezuela, é um grupo étnico com formas específicas
de organização social e costumes, compartilhando uma língua comum, também
chamada Warao, e totalizando, atualmente, cerca de 49 mil indivíduos.
Em razão de um processo agressivo de ocupação
de suas terras originárias, esses indígenas deram início à sua trajetória
migratória forçada, ainda no interior da própria Venezuela em direção a centros
urbanos.
Com a grave crise humanitária em curso naquele
país, conjuntamente a muitos venezuelanos não indígenas, viram-se obrigados a
buscar outras localidades fora do país nas quais pudessem viver com condições
mínimas de saúde, dignidade e segurança.
Nesse contexto, os primeiros grupos de
migrantes indígenas Warao chegaram a Pernambuco no segundo semestre de 2019,
provenientes de uma longa jornada de migração, sendo, atualmente, registrada a
presença em diversos municípios do Estado, como Recife, Jaboatão dos
Guararapes, Caruaru e Garanhuns.
Foto de capa: Leandro de Santana/DP | Reprodução
Fonte: CNBB
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