Votação do projeto de despenalização
do abortoem agosto de 2018. Crédito: Unidad Provida
REDAÇÃO CENTRAL, (ACI).- Frente à votação no Senado da Argentina
para legalizar o aborto, que acontecerá jhoje, terça-feira, 29 de
dezembro, brasileiros se somaram aos argentinos pró-vida para
se manifestar contra esta aprovação, a qual pode ter reflexo em outros países
da América Latina.
Em um recente
vídeo, Padre Paulo Ricardo, da Arquidiocese de Cuiabá (MT), fez um
pedido “aos senadores da Argentina”, para que “sigam a vontade do povo
argentino que é contrário à legalização do aborto”.
Além disso, explicou que “existe uma
pressão internacional extraordinária para que o aborto seja legalizado na
Argentina e esta pressão internacional terá consequências também para os nossos
países, terá consequências para o Brasil e para os países hispano-americanos”.
“Nós, que somos dessa América Latina,
estamos muito preocupados com a situação da Argentina e acompanhando muito de
perto, porque nós sabemos que, uma vez acontecido este genocídio na Argentina –
que é a aprovação do aborto –, as consequências serão terríveis também para a
soberania dos nossos países”, declarou o sacerdote.
Segundo ele, “esta pressão
internacional quer tirar a autonomia e a autodeterminação dos nossos povos para
seguirmos interesses que não são os interesses nem do povo argentino, nem do
povo brasileiro, nem dos povos dos outros países da América Latina”.
Por isso, dirigindo-se aos senadores
argentinos, Pe. Paulo Ricardo pediu que “digam não ao aborto” e “sim às duas
vidas”, “pelo bem dessas crianças que estão por nascer e pelo bem também da soberania
dos nossos povos e da autodeterminação, para que nossa democracia continue viva
e não seja simplesmente um teatro, para que o povo seja verdadeiramente quem
determina o futuro de nossas nações”.
Por sua vez, Pe. José Eduardo de
Oliveira, da Diocese de Osasco (SP), fez um apelo aos brasileiros para que se
somem às manifestações contrárias à legalização do aborto, inclusive enviando
mensagens aos senadores argentinos e gravando vídeos para o site 24hsporlavida,
o qual traz diversas expressões em contra o aborto.
“A aprovação do aborto na Argentina
pode detonar uma verdadeira bomba que fará a cultura da morte avançar de um
modo talvez irreversível. Resta-nos poucos dias para agir”, expressou o
sacerdote em um vídeo publicado em 25 de dezembro.
Em outra ocasião, também por meio de vídeo, publicado em 21 de
dezembro, Pe. José Eduardo explicou todo o contexto da votação do projeto de
lei sobre o aborto na Argentina e seus reflexos para os demais países.
De acordo com o presbítero, “as
consequências da sua aprovação podem ter impactos devastadores na difusão da
cultura da morte por todo o mundo”.
Primeiramente, chamou atenção para o
modo como o projeto está avançando na Argentina, tendo sido apresentado em 17
de novembro, discutido na Câmara dos Deputados em 1º de dezembro e votado nesta
casa legislativa em 11 de dezembro, com a aprovação por 131 votos contra 117.
Explicou que, “talvez, o aspecto mais
inovador desse projeto de lei seja o fato de que ele seja o primeiro projeto de
lei que visa à descriminalização do aborto que incorpora no seu texto a
perspectiva de gênero”.
Conforme pontuou, “por mais de 15
vezes as mulheres são apresentadas como ‘pessoas gestantes’” neste projeto e,
quando usa o termo “mulher”, diz “mulheres e pessoas com outras identidades de
gênero com capacidade de gestar”.
“Notem que, portanto, o que o projeto
de lei está fazendo é incorporando no ordenamento jurídico da Argentina,
através de uma lei de aborto, toda uma perspectiva de gênero”.
Um segundo ponto assinalado pelo
sacerdote é que o projeto fala em “direito de realizar o aborto até a 14ª
semana de gestação. No entanto, depois da 14ª semana, o aborto também será
permitido sempre que estiver em perigo a saúde integral da pessoa gestante”,
segundo definido por documentos da ONU.
Porém, sublinhou, um documento “da
ONU, da Quinta Conferências das Mulheres em Pequim” define como saúde “não
apenas a ausência de enfermidades ou doenças, mas um estado de pleno bem-estar
físico, emocional e social, em que devem ser considerados também contextos
sociais, políticos e econômicos e não apenas os fatores biológicos”.
“Estão percebendo que coisa maligna,
como o jogo de palavras vai alargando tudo até que você tenha a completa
legalização do aborto em qualquer fase, por qualquer argumento”, disse,
acrescentando que “é algo absolutamente grave, é hediondo”.
O sacerdote assinalou ainda que o
projeto de lei afirma que “a pessoa gestante tem direito à informação, mas esse
direito inclui o direito de não receber informação inadequada em relação ao
pedido realizado”. Isto é, se uma mulher pedir o aborto, ela não poderá ser
desaconselhada a realizá-lo.
Já em outro artigo do mesmo projeto,
observou o sacerdote, “diz que haverá pena de uma não de prisão e até dois anos
de desabilitação profissional para funcionários ou profissionais de saúde que
obstaculizarem ou se negarem a praticar o aborto nos casos permitidos pela
lei”.
“Desse modo – pontuou –, ser pró-vida
é ser criminalizado pelo projeto de lei”.
Além disso, citou que de acordo com
este projeto, “a partir dos 13 anos de idade, a pessoa gestante pode realizar o
aborto sem o consentimento e sem o conhecimento dos pais”. Trata-se, advertiu,
da “violação do direito de família”, pois “os pais simplesmente já não têm mais
nenhum tipo de autoridade sobre seus filhos, o Estado está se vendo no direito
de atropelar a família e realizar um aborto em uma menina”.
Por fim, Pe. José Eduardo chamou a
atenção para o fato de a votação no Senado da Argentina ter sido marcada para
29 de dezembro, “em plenas festas natalinas, aliás, um dia depois da festa dos
Santos Inocentes, aqueles que a Igreja comemora
como os primeiros mártires, os bebês que foram mortos por ordem de Herodes”.
“Que estratégia maligna, estão
querendo fazer essa votação justamente em um período que inviabiliza a
participação de boa parte dos cidadãos argentinos, os quais, neste momento,
estão lutando bravamente”, declarou.
Por isso, exortou os brasileiros a
também se unirem aos argentinos nessa luta contra o aborto. “Nós não podemos
cruzar o braço, porque, se o aborto for aprovado na Argentina nestes termos,
isso vai trazer impacto sobre toda a América Latina e sobre o Brasil também.
Nós não podemos ficar parados”.
“A América Latina tem sido a grande
trava contra a cultura da morte, tem resistido bravamente essas décadas para
não deixar a cultura da morte prevalecer”, disse e exortou: “Agora é hora de
reagir. Nossos irmãos argentinos estão precisando da nossa ajuda e nós
precisamos nos mover para ajudar sim todos os nossos irmãos argentinos a
imporem uma barreira contra o avanço da cultura da morte”.
Petição on-line
Uma das iniciativas de brasileiros
para se somar à luta contra o aborto na Argentina é a petição on-line na
plataforma CitizenGo, lançada em 23 de dezembro e que já conta com mais de 100
mil assinaturas.
“Muitos aqui no Brasil acompanham
angustiados a difícil situação em que se encontra nosso país vizinho”, afirma o
texto da petição, recordando que “os senadores argentinos poderão ‘legitimar’ o
assassinato dos bebês nascituros”.
Indica ainda que, “como se não
bastassem todos os problemas gerados pelo surto de Covid-19, os políticos
argentinos querem também legalizar a morte de bebês nascituros, ignorando a
própria Constituição do país e os tratados dos quais é signatário”.
Por isso, afirma, “decidimos nos
solidarizar com nossos irmãos e aderir à campanha que eles já iniciaram para
pedir que os senadores não aprovem o aborto”.
Para assinar a petição de CitizenGo,
acesse AQUI.
Fonte: ACI Digital
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