A
Áustria foi atacada. Um comando armado formado por pelo menos 4 pessoas ontem à
noite atingiu o centro de Viena: o balanço provisório é de quatro mortos civis
e 17 feridos. O Ministro do Interior também esta manhã pediu aos cidadãos que
não deixassem as suas casas. Consternação unânime e a condenação internacional.
Em um tuíte a mensagem e oração do arcebispo da cidade, cardedal Christoph
Schönborn.
Gabriella Ceraso, Andrea De Angelis, Silvonei José
– Vatican News
Na noite anterior ao início do lockdown, previsto
para esta terça-feira, a capital austríaca, Viena, tornou-se um banho de
sangue. Por volta das 20 horas de ontem (hora local) foram disparados os
primeiros tiros, perto da sinagoga, e depois foram atingidas outras cinco
áreas. Viena está sob ataque, nos meios de comunicação social os primeiros
vídeos mostram cenas cruentas, que recordam o ataque em Paris em 2015 contra
Charlie Hebdo. Até o momento, são quatro as vítimas civis, sete feridos graves.
Também foi morto um dos agressores, a quem o ministro do Interior, Karl
Nehammer, definiu simpatizante do Estado Islâmico. Na manhã desta terça-feira,
o governo austríaco reiterou o seu apelo aos vienenses para não deixarem as
suas casas e para não irem absolutamente ao centro da cidade. Fechadas as escolas
e as estações centrais do metrô. Fechadas as sinagogas em toda a Áustria.
"Rezo pelas vítimas" e pela forças policiais envolvidas nestes
trágicos acontecimentos, escreve num tuíte o arcebispo da cidade, cardeal
Christoph Schönborn, e para que cesse o derramamento de sangue.
Os fatos
Os ataques tiveram início às 20 horas desta
segunda-feira no centro de Viena. Os primeiros tiros foram disparados perto da
sinagoga Stadttempel, mas o ataque depois se expandiu para "seis
cenários" diferentes, todos no centro da cidade. A polícia disse que um
agressor morreu, mas outros ainda estão em fuga, "armados" e
"perigosos". Nesta manhã, o ministro do Interior Karl Nehammer disse
que pelo menos um dps agressores ainda está em fuga. Ainda não é claro se os
"seis cenários do crime" são o resultado de um ataque coordenado, ou
de diversos ataques dos mesmos agressores em fuga. O agressor morto pela
polícia usava, como antecipado pela mídia, um cinto com explosivo, mas Nehammer
informou que era falso. Entretanto, a República Tcheca iniciou os controles de
fronteira, enquanto além dos pontos de controle com as forças especiais do
exército, todos os edifícios públicos foram colocados sob vigilância.
Os testemunhos
"Os agressores começaram a disparar
aleatoriamente nos locais", testemunhou o prefeito de Viena, Michael
Ludwig, à TV Orf. "Os agressores atiraram contra as pessoas que se
encontravam no jardim de um bar", disse ao Kurier, o rabino Schlomo
Hofmeister, que vive num apartamento em frente à sinagoga da cidade. De acordo
com o seu testemunho, "o autor avançou na direção de Hoher Markt e da
igreja de São Ruperto " e teria disparado contra as pessoas que estavam
sentadas no jardim de um bar em Judengasse e Seitenstettengasse, mas "não
apontou diretamente para a sinagoga", que, todavia, estava fechada. Há
também numerosos testemunhos nas redes sociais de cidadãos que destacam como o
ataque teve lugar na hora do jantar, na última noite antes do “lockdown”.
"As ruas do centro estavam cheias de gente, devido à temperatura amena",
lê-se em numerosas mensagens nas redes sociais.
Solidariedade
O
chanceler austríaco Sebastian Kurz falou de "um ataque terrorista
repugnante" e "a Áustria - disse - não será intimidada". Unânime
a perplexidade e a condenação internacional. "Chocado e comovido",
disse em um tuíte o Alto Representante para a Política Externa da União
Européia, Josep Borrell: "Um ato covarde de violência e ódio. Os meus
pensamentos vão para as vítimas e suas famílias e para os cidadãos de Viena.
Estamos a seu lado". "Não há lugar para o ódio e a violência na nossa
casa comum europeia. Proximidade ao povo austríaco, às famílias das vítimas e
aos feridos", tuitou o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte. O
Presidente francês Emmanuel Macron também escreveu num tuíte: "Nós, franceses,
partilhamos o choque e a dor do povo austríaco atingido esta noite por um
ataque no coração da sua capital, Viena. Depois da França, é um país amigo a
ser atacado. A nossa Europa. Os nossos inimigos devem saber com quem estão
mexendo. Não nos renderemos". As reações também provêm dos concorrentes na
Casa Branca: "Devemos permanecer unidos contra o ódio e a violência",
escreveu Joe Biden, e Donald Trump salienta que "estes ataques malignos
contra pessoas inocentes devem parar. Os Estados Unidos estão lado a lado com a
Áustria, França e toda a Europa na luta contra os terroristas”.
Fonte:
Vatican News
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