No
angelus deste domingo Francisco disse que "enquanto houver um irmão ou
irmã a quem fechamos os nossos corações, ainda estaremos distantes de ser
discípulos, como Jesus nos pede".
Silvonei José - Vatican News
"Aquele que não ama o seu irmão a quem vê, não
pode amar a Deus que não vê". São palavras do Papa Francisco que, na
oração do Angelus deste domingo, começou com o Evangelho de Mateus 22, 34-40.
Quando um doutor da Lei pergunta a Jesus - disse o Papa - qual é "o grande
mandamento", ou seja, o mandamento principal de toda a Lei divina, Jesus
responde: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua
alma e com toda a tua mente". E acrescenta imediatamente: "O segundo
é semelhante a este: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".
A resposta de Jesus retoma e une dois preceitos
fundamentais que Deus deu ao seu povo através de Moisés. A fé não consiste em
uma “obediência forçada”, disse Francisco. Jesus estabelece dois fundamentos
essenciais para os crentes de todos os tempos.
O primeiro é que a vida moral e religiosa não pode
ser reduzida a uma obediência ansiosa e forçada, mas deve ter como princípio o
amor. O segundo é que o amor deve tender junto e inseparavelmente para Deus e
para o próximo. Esta é uma das principais novidades do ensinamento de Jesus e
nos faz compreender que não é verdadeiro amor a Deus o que não se expressa no
amor ao próximo; e, da mesma forma, não é amor verdadeiro ao próximo o que não
se baseia no relacionamento com Deus. E o amor ao próximo, que também é chamado
de caridade fraterna, é feito de proximidade, de escuta, de partilha, de
cuidado com os outros.
No Evangelho deste domingo – disse o Pontífice -,
mais uma vez, Jesus nos ajuda a ir à fonte viva e efusiva do amor. Tal fonte é
o próprio Deus, a ser amado totalmente numa comunhão que nada e nem ninguém
pode romper.
Comunhão que é dom a ser invocado todos os dias,
mas também um compromisso pessoal para que a nossa vida não se deixe escravizar
pelos ídolos do mundo. E a verificação do nosso caminho de conversão e
santidade está sempre no amor ao nosso próximo. Enquanto houver um irmão ou
irmã a quem fechamos os nossos corações, ainda estaremos distantes de ser
discípulos, como Jesus nos pede. Mas a Sua divina misericórdia não nos permite
desanimar, pelo contrário, Ele nos chama a recomeçar todos os dias para viver
de forma coerente o Evangelho.
O
Papa concluiu pedindo a intercessão de Maria Santíssima para que abra os nossos
corações para acolher o "grande mandamento", o duplo mandamento do
amor, que resume toda a lei de Deus e da qual depende a nossa salvação.
Fonte: Vatican News
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