Captura do documentário
"Francesco" com legendas originais.
Vaticano, 22 out. 20 / 05:00 pm (ACI).- ACI Prensa
– agência em espanhol do Grupo ACI – comparou a longa entrevista original que o
Papa Francisco concedeu à reconhecida vaticanista mexicana Valentina Alazraki
em maio de 2019 com as cenas usadas pelo cineasta Evgeny Afineevsky. A primeira
conclusão foi que a entrevista original foi massivamente editada, mas ao contrário do que diz Pe. Antonio Spadaro, a
frase em que o Santo Padre apoia uma lei de convivência civil para casais
homossexuais nunca viu a luz e segue sendo a surpresa do documentário.
Em “Francesco”, Afineevsky apresenta o Papa
Francisco dizendo: “Os homossexuais têm o direito de fazer parte da família.
Eles são filhos de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deve ser expulso
ou ter uma vida miserável por causa disso. O que
precisamos é criar uma lei de convivência civil. Dessa forma, eles estarão
cobertos pela lei. Eu defendi isso”.
Entretanto,
segundo a comparação dos vídeos, Afineevsky teria feito uma peculiar edição das
palavras do Papa, pois esta é a resposta completa do Pontífice e o cineasta
utilizou em sua edição apenas o texto em negrito:
“Fizeram-me uma
pergunta em um voo, depois me deu raiva, me deu raiva por causa da forma como
um meio transmitiu, sobre a integração familiar das pessoas com orientação
homossexual. Eu disse: os homossexuais têm direito de estar na família,
as pessoas que têm uma orientação homossexual têm direito de estar na família e
os pais têm o direito de reconhecer esse filho como homossexual, essa filha
como homossexual, ninguém deve ser expulso ou ter uma vida
miserável por causa disso.
Outra coisa é, disse,
quando se vê alguns sinais nas crianças que estão crescendo e então mandá-los –
eu deveria ter dito profissional – me saiu psiquiatra, quis dizer um
profissional porque às vezes há sinais na adolescência ou pré-adolescência que
não se sabe se são de uma tendência homossexual ou se é que a glândula timo não
se atrofiou com o tempo, vai saber, mil coisas. Então, um profissional. Título
desse jornal: ‘o Papa manda homossexuais ao psiquiatra’. Não é verdade.
Fizeram-me essa mesma
pergunta outra vez e eu repeti: eles são filhos de Deus e têm direito a uma
família e tal, outra coisa é, e eu expliquei que me
equivoquei naquela palavra, mas quis dizer isso quando notam algo raro, oh é
raro. Não, não é raro. Algo que é fora do comum. Ou seja, não tomar uma
palavrinha para anular o contexto. Aí, o que eu disse é, tem direito a uma
família e isso não quer dizer aprovar os atos homossexuais”.
Esta resposta do Papa
pode ser vista na íntegra a partir do minuto
56 da entrevista.
A parte final de sua
declaração: “O que precisamos é criar uma lei de convivência civil. Dessa
forma, eles estarão cobertos pela lei. Eu defendi isso”, nunca havia sido
divulgada pela Televisa antes e constitui a novidade de “Francesco”. A
expressão "convivência civil" foi traduzida pela equipe de Afineevsky
como "civil union".
Fonte: ACI Digital
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