Mensagem do Papa aos
participantes do Encontro Internacional EcoOne, iniciativa ecológica do
Movimento dos Focolares. O Papa chama a atenção para "a necessidade
urgente de um novo paradigma socioeconômico mais inclusivo".
Mariangela Jaguraba -
Vatican News
O Papa Francisco
enviou uma mensagem, nesta sexta-feira (23/10) aos participantes do Encontro
Internacional EcoOne, iniciativa ecológica do Movimento dos Focolares, que se
realiza em Castel Gandolfo, nas proximidades de Roma, até 25 de outubro, no
âmbito do Ano Especial dedicado ao quinto aniversário da Carta Encíclica
Laudato si’.
O encontro envolve uma rede de professores, acadêmicos,
pesquisadores e profissionais das ciências ambientais e tem como tema «Novos
caminhos para a ecologia integral: cinco anos depois da Laudato si’». O
objetivo do evento é examinar o impacto desse documento no mundo contemporâneo,
analisando o papel que indivíduos e organismos sociais podem desempenhar no
cuidado da Casa comum.
Tudo está interligado
No início de seu discurso, Francisco agradeceu a EcoOne e aos
representantes do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
e do Movimento Católico Global pelo Clima, que colaboraram para tornar possível
este evento que “analisa uma visão relacional da humanidade e do cuidado do
nosso mundo a partir de uma variedade de perspectivas: ética, científica,
social e teológica”.
“Recordando a convicção de Chiara Lubich de que o mundo criado
traz em si mesmo um carisma de unidade, confio que a sua perspectiva possa
guiar o seu trabalho no reconhecimento de que «tudo está interligado» e que «se
exige uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres
humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade»”, ressalta
o Papa no texto.
Francisco chama a atenção para a “necessidade urgente de um novo
paradigma socioeconômico mais inclusivo que reflita a verdade de que somos «uma
única humanidade, como caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta
mesma terra que nos alberga a todos». Esta solidariedade recíproca e com o
mundo que nos rodeia, requer uma vontade firme de desenvolver e implementar
medidas concretas que favoreçam a dignidade de toda a pessoa em suas relações
humanas, familiares e trabalhistas, combatendo ao mesmo tempo as causas estruturais
da pobreza e empenhando-se por proteger o ambiente natural”.
Profunda conversão interior
Segundo o Pontífice, “para alcançar uma ecologia integral, é
necessária uma profunda conversão interior quer a nível pessoal quer
comunitário”.
Lembrando os grandes desafios que temos de enfrentar neste
momento, como as mudanças climáticas, a necessidade de um desenvolvimento
sustentável e a contribuição que a religião pode dar para a superação da crise
ambiental, Francisco afirma que “é essencial romper com a lógica da exploração
e do egoísmo e promover a prática de um estilo de vida sóbrio, simples e
humilde”.
O Papa espera que esta iniciativa ecológica dos Focolarinos
possa “cultivar uma corresponsabilidade de uns pelos outros como filhos de Deus
e um renovado compromisso de bons administradores do seu dom da criação”, e
conduzir a “novos caminhos que levem a uma ecologia integral em prol do bem
comum da família humana e do mundo”.
Fonte: Vatican News
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